28

2K 179 64
                                    

CAPÍTULO XXVIII - 28
"podcast - parte 2"

STELLA GARCIA
Barcelona, Spain

──── Que mulher não sonha em ter uma família e criar seu filho junto ao pai dele, não é mesmo ── digo sincera, afinal tudo que mais queria era ter essa relação com o Gavi ── Mas agora ele está namorando e parece feliz em seu atual relacionamento. E eu já me sinto culpada por atrapalhar, de certa forma, o que eles tem e a internet faz questão de me lembrar disso a cada momento.

──── Infelizmente, as pessoas são cruéis. Se escondem atrás de uma tela para atacar os outros ── um breve discurso reflexivo sobre "a terra sem leis" é feito ali, mas logo retornamos as perguntas ── ...mas enfim, a Tami está perguntando como você se sente em relação a sua gravidez e toda essa exposição em volta?

──── Para ser bem sincera, se não fosse pelo Eric, talvez eu só revelaria a gravidez para o público lá pelos seis meses, porque eu já sou meio perturbada das ideias, e ainda vem uma multidão de fãs do Gavi me atacarem diariamente, isso acaba com qualquer psicológico ── confesso ── Eu não me importo que falem de mim, mas as pessoas já chegaram a desejar a morte da minha filha! E é por isso que quando ela nascer, quero privá-la o máximo possível de exposições.

──── Justo, vocês escolheram serem pessoas públicas, mas a bebê não. Isso é algo que as crianças deviam escolher depois de grande, eu admiro os pais que pensam assim. ── Valu comenta e olha para sua parceira de equipe.

──── Ah sim, é claro que a gente ama acompanhar o crescimento dos bebês, e ver os rostinhos, mas tem casos e casos, né. E eu acho que está super certa em não querer expor sua filha ── Mari diz em concordância com sua amiga.

──── Não é que eu nunca vá mostrar a minha filha, mas nos primeiros meses de vida eu quero poupa-la ── explico ── Mas do jeito que o Gavi é, capaz de chegar no primeiro jogo após o nascimento da Luna, com a cara da menina estampada em uma camiseta.

Esse comentário rende altas risadas que ecoam por aquele studio. Mas é a verdade, Pablo Gavira é completamente louco.

──── A Duda tem outra pergunta... ── Mari diz e eu a interrompo.

──── Eu amei essa interação dela, um beijo Duda.

──── Como você se sente sendo mãe tão jovem? ── Mariana volta a perguntar.

──── No início da gravidez eu tinha muito medo, pensando no futuro, já que eu ainda não estou formada, mas agora estou levando com mais leveza. Claro que se fosse para escolher, eu teria filhos só depois dos vinte e sete anos, porém estou tentando pensar pelo lado positivo. Quanto mais jovem, mais energia né ── respondo ── E eu procuro não reclamar, nem me questionar do porquê isso aconteceu tão cedo, pois acredito que tudo tem um motivo, então se a Luna veio agora é porque há um propósito a ser cumprido neste momento.

──── Depois dessa resposta, a Gi tem uma pergunta que até eu fiquei curiosa. Qual foi sua primeira reação quando descobriu que estava grávida? ── Valentina me questiona.

──── A primeira? ── indago e a mesma concorda ── Puta que pariu, ferrou tudo! ── rio ── Esse foi meu primeiro pensamento, depois sentei no chão do banheiro e chorei horrores, muito preocupada com a faculdade e com a reação de todos, principalmente do Gavi.

──── E essa pergunta é da Jess, qual foi a reação da sua família quando souberam? ── Mariana pergunta.

──── Meu irmão teve todas as emoções possíveis, já meus pais me deram um sermão, porque eu não estava formada, não tinha uma casa própria, estava em Manchester sozinha. E meu pai disse que ia arrancar o pênis do Gavi fora, mas agora eles estão sendo avós super babões e olha que a Luna nem nasceu ainda.

──── Pais sendo pais ── rimos ── Você deve estar ansiosa para conhece-la, né?

──── Muito! ── exclamo ── Parir me dá medo, mas não vejo a hora de ter ela aqui nos meus braços, beijar, abraçar, ver com quem se parece, conhecer sua personalidade. A Luninha é minha maior razão para continuar firme e forte. Ela nem nasceu, mas já mudou minha vida por completo e está me ensinando diariamente como ser uma pessoa melhor. Quando a minha filha nascer, quero que ela encontre a melhor mãe que eu puder ser.

──── Me emocionei aqui, Stella! ── Valentina comenta fingindo secar uma lágrima, o que me faz rir.

──── Bom, já está dando nosso horário. Ste, você tem mais alguma coisa a dizer? ── Mariana indaga.

──── Primeiramente um beijão a cada uma que me mandou perguntas, saibam que vocês tem um espaço especial no meu coração e eu amo vocês demais! Para mim, somos uma grande família e a Luninha é nossa mascotinha ── digo ── E também quero agradecer a cada mensagem de carinho que recebo de vocês, por todas as vezes que me defenderam e me apoiaram, vocês são incríveis e espero conseguir retribuir um pouco desse amor que me dão.

As meninas fazem seus discursos de despedida e logo se encerra a gravação. Me despeço de Valentina, Mariana e toda a equipe e vou para o estacionamento afim de chamar um Uber. Mas antes que eu pudesse confirmar a viagem, um carro branco para na minha frente.

Os vidros daquele carro abaixam, revelando a pessoa que está lá dentro. Sarah.

──── Oi ── digo surpresa ── O que faz aqui?

Esperava encontrar até o papa neste lugar, menos a Sarah dentro de um carro.

──── Vim te buscar ── a loira responde e eu apenas arqueio a sobrancelha ── O Gavi quem pediu.

──── O Gavi?! ── exclamo mais surpresa ainda. Que merda está acontecendo?

──── Só entra e depois eu te explico.

Faço o que a loira pediu, e ao adentrar o veículo, a mesma trava as portas e começa a dirigir.

──── Pode me explicar o que está acontecendo? ── indago e volto os meus olhos para Sarah.

𝗛𝗜𝗚𝗛 𝗜𝗡𝗙𝗜𝗗𝗘𝗟𝗜𝗧𝗬 ─ 𝘱𝘢𝘣𝘭𝘰 𝘨𝘢𝘷𝘪Where stories live. Discover now