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CAPÍTULO XVI - 16
"una vez más"

STELLA GARCIA
Barcelona, Spain

Abro meus olhos tentando me acostumar com a claridade que está vindo da janela. Maldita hora que dormi e deixei a cortina aberta por pura preguiça de levantar para fechar.

Cheguei do hospital no dia anterior tão cansada, que só queria tomar um banho, deitar na minha própria cama e dormir. E assim eu fiz.

──── Stella ── ouço meu nome seguido de uma batida na porta.

──── Está aberta! ── respondo procurando coragem para levantar, mas rápido a encontro quando sinto aquele gosto amargo em minha boca.

Vou ao banheiro que tem no meu aposento, faço minha higiene matinal e volto para meu quarto penteando o enorme cabelo que tenho.

Ao olhar para cama, encontro uma figura masculina sentada na ponta, e para minha surpresa, não é o Eric.

──── Gavi... ── digo atraindo sua atenção. Sinto meu coração acelerar dentro do peito e um nervosismo tomar conta do meu corpo. É a primeira vez que o vejo pessoalmente desde a nossa pequena "discussão".

──── Oi ── ele diz ao virar-se para mim ── Como você está? Se sente melhor?

──── Estou ótima. Renovada.

──── Que bom.

O clima que se instalou neste quarto é estranho. É como se nossas bocas não tivessem palavras, enquanto nossas almas querem gritar. Temos tanto a dizer, mas é como se não houvesse frases para descrever tudo que está em nossas mentes.

──── Eu te trouxe isso ── Gavi rompe aquele pequeno silêncio e me entrega uma sacola da loja Enric Rovira. A minha marca de chocolate favorita.

Abro a sacola e encontro uma caixa de bombom e duas barras de chocolate. Deixo um sorriso escapar, não pelo presente, mas pelo fato dele se lembrar de pequenos detalhes como meus doces favoritos.

──── Eu sei que chocolates não compram seu perdão ── Gavi volta a falar ── E também sei que errei, não só em dizer aquelas palavras para o Ansu, que não são o que realmente sinto, mas também por não ter te contado da Sarah naquela noite, te colocando nessa situação.

Respiro fundo me segurando para não chorar. Malditos hormônios.

──── Aquela noite não foi um erro ── Pablo continua ── O erro foi eu não ter te falado que estava ficando com alguém. Me arrependo de ter escondido isso, mas não me arrependo de ter ficado com você, pois nossa recaída gerou o fruto do nosso amor, que mesmo sem conhecer, eu já amo. Assim como também amo você...

──── Gavi, eu não quero ouvir essa frase saindo da sua boca, se não for o que você realmente sente por mim ── digo deixando as lágrimas, que ardiam em meus olhos, escorrerem, deixando minhas bochechas molhadas.

──── Eu te amo, Stella, e essa é a mais pura verdade ── Gavi confessa, fazendo as minhas lágrimas aumentarem ── Eu tentei negar para mim mesmo, durante esse tempo procurei o amor que tínhamos em outra pessoa, mas não consegui encontrar. Você e esse bebê são meu primeiro e último pensamento do dia e eu quero fazer as coisas direito dessa vez.

Gavi levanta da cama se aproximando de mim. Sinto sua mão tocando em meu rosto, e seu polegar acariciar minha bochecha. Meu coração bate tão forte, que se fosse possível, daria para escuta-lo há distância. Por um momento, estou em um mundinho onde só existe eu, o Gavi e o nosso bebê.

──── E você...ainda me ama? ── Pablo me pergunta com a voz baixa. Sua mão continua em minha face, enquanto a outra pousa em minha cintura. Seu olhar reveza entre meus olhos e meus lábios. Consigo sentir sua respiração quente sobre minha pele.

Me sinto com quinze anos novamente, prestes a beija-lo pela primeira vez, no meio daquela enorme festa de aniversário que meus pais fizeram questão de organizar.

──── Eu nunca deixei de te amar ── respondo sincera. Eu nunca neguei esse sentimento. ── Mas agora não tem mais vol-

Antes que eu pudesse concluir a frase, Gavi me cala com um beijo. Seus lábios macios junto aos meus, nossas línguas trabalhando em perfeita sincronia. A essa altura eu já perdi totalmente o juízo, esquecendo até meu próprio nome.

Tanto amor acumulado esperando por esse momento, tanto desejo que temos um pelo outro, que não demorou muito para estarmos deitados na cama, com o Gavi em cima de mim, porém ainda vestidos.

Quando a falta de ar se torna algo insuportável, Pablo desce os beijos até meu pescoço, deixando um chupão que, com certeza, ficará roxo. Inclino a cabeça para o lado juntamente com o cabelo, para ele ter maior acesso aquela região.

Sua mão esquerda sobe pela minha coxa, dando uma leve apertada. Passo minhas mãos pelo seu peitoral até chegar na barra de sua camiseta, a qual, rapidamente, a tiro. A visão que tenho é de um Pablo Gavira com o corpo muito mais trabalhado, e braços muito mais musculosos, ele mudou desde a nossa última vez, os treinos estão fazendo bem, e sorte a minha por isso.

Passo as unhas pelas suas costas perfeitamente malhadas e olho em seus olhos cheios de desejo. O olhar dele faz meu corpo se arrepiar por inteiro.

Sinto suas mãos quentes entrarem por debaixo da camiseta de pijama que estou trajando, e uma delas vai direto até meu seio. Gavi começa a massagea-lo e dar leves apertões. Mordo meu lábio inferior tentando conter o gemido.

Fecho os olhos desfrutando de seu toque, mas abro rapidamente ao escutar um barulho vindo da porta.

──── Não, não, não!

.•♫•♬• • •♫•♬•

Mais uma vez para chorar
pelo que perdemos
Mais uma vez para entender
porque nós fizemos isso
Mais uma vez pelos beijos
que não demos
Mais uma vez, volte para mim❞

━━━  UNA VEZ MÁS
Peter Lanzani

𝗛𝗜𝗚𝗛 𝗜𝗡𝗙𝗜𝗗𝗘𝗟𝗜𝗧𝗬 ─ 𝘱𝘢𝘣𝘭𝘰 𝘨𝘢𝘷𝘪Onde as histórias ganham vida. Descobre agora