͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ 𝗈𝗇𝖾

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── Eu vou melhorar, eu tô tentando, tá legal?

A mais velha suspirou pesadamente.

── Por que não me conta o que tá acontecendo? Está aqui para isso, certo? Sabe que pode se abrir comigo.

── Eu… Eu sei, eu estou me abrindo…

Sra. Moore cerrou levemente os olhos, Tori sentiu aquela desconfiança sem nem precisar olhar para ela.

── Eu estou me abrindo - Ela insistiu sendo mais firme dessa vez, não restando opção para a conselheira a não ser aceitar aquilo.

── Ok… acredito em você. Me diz, ainda está sentindo dores de cabeça?

── Não… - A mesma balança a cabeça negativamente.

Primeira mentira.

── Pesadelos?

Mais uma vez ela negou com a cabeça, agora eram duas mentiras. Moore conseguia sentir todas aquelas mentiras, e mesmo assim somente precisava concordar e anotar tudo na ficha de Victoria.

── Ainda toma remédios?

Terceira mentira. A ruiva negou e abaixou a cabeça. Sua cabeça estava doendo naquele momento.

── Parou de ir para a diretoria todas as semanas?

── Sim… não fui nenhuma vez essa semana, parece que finalmente largaram do meu pé.

── Isso é bom, mas não diria que pegam no seu pé, pixar os banheiros, matar aula e fumar no banheiro são bons motivos para ser chamada na diretoria, tem sorte de não pegar detenção.

Hawke suspirou pesadamente.

Sorte não seria a palavra certa, estava mais para Sam sempre a ajudando nessas questões.

── Achei que estivesse aqui para me ajudar…

── Eu estou, Tori, sabe que estou. Acho que você é inteligente demais para saber que tudo o que fez não é bom e que sua irmã não vai estar sempre aqui para te ajudar.

── A Sam não é minha irmã.

── Não é esse o ponto, desde que começou a andar com Byers e Green…

── Fiz isso sozinha! - Interrompeu irritada. ── Fiz essas merdas sozinha, eles não tem nada a ver com isso, desculpa mas se quer mesmo me ajudar precisava rever o que está dizendo.

Victoria se levantou pegando a mochila no chão e a colocando nas costas novamente. A conselheira não fez nada para impedir, apenas deixou a ruiva sair da sala.

Seis meses, já faziam seis meses que deixaram Woodsboro e Tori tem sido uma pessoa completamente nova. Sam tem cuidado dela e tentado muito ver o que tinha de errado, mas a mais nova parecia cada dia mais distante. Às vezes Samantha tinha medo de Victoria fazer alguma bestera que poderia ser eterna.

Não somente o jeito dela estava diferente, também havia mudado fisicamente. As cicatrizes em seu rosto pareciam melhores, ainda bem aparentes mas melhores. Os olhos azuis também pareciam mais escuros, se é que isso era possível, a pele ainda mais pálida e as olheiras profundas. Além disso, tinha a que mais doeu.

As crises eram realmente fortes quando chegaram em Nova York. Fortes ao ponto de Tori se olhar no espelho e não saber mais quem era. A mesma então se trancou no banheiro durante a madrugada e cortou todo o seu cabelo azul, cada mecha e fio colorido caindo sobre a pia em meio a soluços. Os fios ruivos estavam bons agora, mais curtos mas não tão ruins quanto depois de cortar tudo.

𝗕𝗢𝗥𝗡 𝗧𝗢 𝗗𝗜𝗘  :  𝗍𝖺𝗋𝖺 𝖼𝖺𝗋𝗉𝖾𝗇𝗍𝖾𝗋 ੭ Where stories live. Discover now