͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝖾𝗅𝖾𝗏𝖾𝗇

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── Bem… - Sua voz saiu tão baixa que Sam mal conseguiu escutar. ── Só os canais da tv que são bem chatos.

Soltou uma risada fraca. Até sua risada era carregada de dor.

Sam abaixou a cabeça acompanhando-a na risada.

── Eu entendo, mas logo sairá daqui, eu prometo.

A de olhos azuis forçou um sorriso.

── Valeu, Sam…

── Tudo bem - A maior se levanta brincando com os dedos. ── Ei, Tori…

A garota olhou para a morena.

── Está com fome?

Hawke negou e Sam suspirou pesadamente, podendo somente concordar com a cabeça e deixar o quarto.

Um suspiro pesado saiu pela boca da ruiva, a mesma começou a brincar com o fio do soro que estava em sua mão.

Finney era quem cuidava dela, quem trabalhava para que ela tivesse comida e casa, mas agora ele estava morto e tudo o que Tori tinha era um enorme buraco em seu peito a lembrando daquilo constantemente. Sua última esperança era Sam, e, por sorte, Sam não é nada do que Amber costumava dizer.

Em algumas semanas estarão se mudando para Nova York, onde Tori vai continuar estudando e tentando viver uma vida normal. Bem longe de Woodsboro e de todo esse negócio de ghostface.

Tara e ela não trocaram tantas palavras depois de tudo aquilo, Hawke não está falando muito no geral, algo que com certeza era estranho em alguém como ela. Falava o tempo todo e nunca se cansava.

Agora o que menos tem feito é falar, e se sente cansada o tempo todo.

Algo que martelava em sua cabeça eram as últimas coisas que seu irmão havia dito, como sobre seu pai ser um assassino junto com Stu e Billy. Ou como fez tudo aquilo por eles. Por eles.

Talvez se seu pai não fosse um louco, ou se sua melhor amiga não fosse obcecada por filmes de terror, as coisas poderiam só ser normais, talvez Victoria realmente poderia ter tido uma vida tranquila e quem sabe um relacionamento com Tara.

Bem… ela tem um certo relacionamento com Tara, mas isso não anula as outras coisas. Talvez se Jill nunca tivesse se transformado naquele monstro ela poderia ter tido uma vida normal. Ou não. Ela jamais vai saber mesmo.

O que lhe resta é esperar. Mesmo sabendo que nenhum dos que foram voltarão, pode esperar.

Em seu pescoço, o colar que ganhou perdeu o brilho, lembrar de seu irmão era lembrar que precisou matar ele e aquilo a matou da mesma maneira. O xingava mentalmente por não ter ficado enquanto toda dor batia fortemente em seu peito. E em sua cabeça às vezes.

Fortes dores de cabeça, arranhões nos braços, e até mais cortes em sua boca do que o normal, todo o estresse começou a deixar danos físicos na garota.

Um enfermeiro entra no quarto como fazia toda a manhã, ele trazia alguns biscoitos e água, e depois de mais ou menos uma hora ele recolhia o prato ainda cheio e a água pela metade. Ele também costumava injetar remédios na veia da ruiva, um mais forte que o outro. Também começaram a dar antidepressivos para a mesma, a qual os tomava sem questionar.

Quem sabe o que já não teria feito se não estivesse os tomando.

Quando conseguiu andar novamente, os curativos de seu rosto foram retirados, tinham cicatrizes grandes já fechadas graças aos pontos. A facada do estômago também parecia bem, doía mais que tudo só de lembrar que estava ali, mas estava bem. Como não estaria? Passou cinco dias na cama, tinham que estar bem.

𝗕𝗢𝗥𝗡 𝗧𝗢 𝗗𝗜𝗘  :  𝗍𝖺𝗋𝖺 𝖼𝖺𝗋𝗉𝖾𝗇𝗍𝖾𝗋 ੭ Where stories live. Discover now