Capítulo 57

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OIEEE
FALTA POUQUÍSSIMO PARA ENCERRARMOS ISSO AQ!!
Me desculpem a demora, estou atolada de serviços!!

Boa leitura!!
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CAMILA

— E, ÀS VEZES, ELA GOSTA DE CORTAR AS PÁLPEBRAS FORA primeiro, assim você é obrigado a olhar para ela. Depende do humor dela...

Fui me afastando enquanto Ariana pensava em alguma outra punição, descrevendo-a em horríveis detalhes para torturar Bahr e os outros prisioneiros. Principalmente Bahr.

Nessas últimas semanas, ela vinha conseguindo mergulhar em um poço ainda mais profundo de criatividade, certificando-se de que ele estivesse perto o bastante a ponto de poder ouvi-la enquanto ela pensava em voz alta sobre as punições que a rainha lhes aplicaria. Percebi que isso o incomodava. Ele já não a xingava, apenas a ouvia em um silêncio desgostoso.

Mihe e os outros cavalos estavam parados no meio do riacho Misoula, bebendo água e se refrescando. O sol estava quente e alto no céu, com os últimos dias de verão fazendo sua reverência final. O intervalo era uma trégua bem-vinda. Mesmo com as tropas assumindo nossos lugares, eu raramente me afastava dos prisioneiros, sempre ficando de olho neles, temendo que desaparecessem antes que eu pudesse entregá-los à rainha. O capitão tinha um histórico escorregadio, mas este amplo e infértil vale de arenito e altos penhascos era quase uma prisão propriamente dita. Daqui eles não iriam a lugar nenhum.

Parei diante de um trecho mais raso, onde pude ver pirita cintilando em meio à água límpida, e me curvei para molhar o rosto. A caravana se estendia ao longo das margens do riacho, mas minha atenção se concentrou em Shawn.

Durante a parada para descanso, suas mãos estavam livres, sem as algemas, e ele enxaguava a camisa. Ele havia arrumado outra briga, dessa vez com Sarva e Bahr. Eles tinham dito alguma coisa para provocá-lo, mas Shawn não disse o que foi. Quem separou a briga foi Ariana, dizendo que queria se certificar de que Bahr durasse tempo o bastante para enfrentar a justiça que merecia.

Shawn saíra da querela com o nariz sangrando e tinha usado sua camisa para limpar o rosto. Enquanto ele a lavava, notei que um grupo de soldados estava olhando para a tatuagem dele, provavelmente se perguntando qual seria seu significado, mas certamente sem entender a história por trás dela, sem entender os motivos pelos quais ele a fizera quando tinha apenas quinze anos de idade, sem entender nada em relação ao homem que a carregava, assim como havia acontecido comigo quando a vi pela primeira vez.

Eu me peguei querendo lhes contar a longa história da torre da Vigília de Tor, sobre o assentamento que Shawn havia ajudado a construir, sobre a barragem e a adega de raiz, sobre o garotinho vendano a quem ele ensinou a cavar os buracos para as estacas.

Eu queria lhes contar sobre as atuais guerras de poder que ameaçavam o lar de Shawn, sobre a cidade que ele mantinha em segurança, sobre os inimigos secretos que batalhavam para tomá-la, sobre a família que me dera roupas e que me recebera à sua mesa.

Shawn era mais do que apenas um prisioneiro para quem eles olhavam com curiosidade. Ele era um Patrei, e aquele símbolo tatuado que cruzava seu peito era uma promessa, séculos de promessas, de proteção. Estava em seu sangue. Seu mundo não era o nosso mundo.

Mas eu tinha desejado que fosse.

Agora que nossos dias juntos chegavam ao fim, eu me dei conta de que, apesar de tudo que eu conhecia em relação a ele, ainda havia muito mais que eu não sabia — ou que não tinha procurado saber. Como Sylvey. Percebi a voz de Shawn falhando um pouco ao dizer o nome dela.

SWEET ARROW         {SHAWMILA}Where stories live. Discover now