Capítulo 49

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Oiee, voltei!!
Lembrando do nosso acordo.. quanto maior a quantidade de comentários, mas rápido eu libero o próximo capítulo!!

BOA LEITURA!!
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SHAWN

— EU JURO QUE NUNCA NEGOCIEI CARNE! NUNCA!

Depois de uma hora de interrogatório com a tesoura do jardim prensada sobre seu dedo, ele confessou ter levado a mãe de Camila.

— Ela era uma mendiga praticamente morta de fome! Ela ia ter uma vida melhor!

Era assim que os mercadores de carne sempre tentavam justificar suas ações.

— Foi por isso que você a drogou? Por que você queria a criança dela também?

A expressão no rosto dele mudou. Finalmente ele se deu conta de quem havia visto no jardim.

Não um fantasma, mas a filha da mulher que ele levara. Ele movia os olhos rapidamente, olhando ao redor do armazém como se estivesse procurando por uma saída que não tivesse visto antes. Não havia nenhuma. Ele estava amarrado a uma cadeira, cercado por cinco de nós. Ele voltou a olhar para mim.

— Foi só uma vez. Eu fiz isso apenas uma vez.

Eu podia ouvir o sofrimento e a ansiedade em sua voz enquanto ele tentava encontrar alguma forma de sair daquela situação. Ele tinha feito aquilo dezenas de vezes, no entanto, uma única vez já era demais. Uma única vez mudara a vida de Camila e de sua mãe para sempre.

— E a vida melhor que ela ia ter? A quem você a vendeu?

Ele arregalou os olhos. Eu vi a mentira se formando neles.

— Eu nunca cheguei a vendê-la. Ela morreu no caminho. Eu disse a você que ela estava fraca e praticamente morta de fome.

Neste instante, havia alguém a quem ele temia mais do que a mim. Isso haveria de mudar. Agora eu tinha certeza de que ele estava envolvido com os caçadores de mão de obra que tinham vindo para a Boca do Inferno, que ele ainda trabalhava com seus antigos contatos.

Eu me inclinei para a frente, com as mãos no braço da cadeira dele, e meu rosto era tudo o que ele conseguia ver.

— Diga-me, Austin, você conheceu Fertig?

Ele assentiu.

— Ele está morto. Ele e todo o bando. Eles não vão voltar para casa. Quem quer que seja a pessoa para quem você está trabalhando, ela acabou de sofrer uma baixa muito grande. Mas quero que eles caiam fora de uma vez por todas. Diga-me quem são eles, e eu e você vamos dar um jeito de resolver isso.

Ele balançou a cabeça em negativa.

— Eu não sei de nada!

Recuei um passo e olhei para Tiago.

— A família está esperando. Tenho de ir jantar. Se ele não tiver as pontas dos dedos das mãos quando eu voltar, tudo bem. Passaremos para os dedos dos pés. Apenas se certifiquem de que ele não tenha hemorragias. Vamos mantê-lo vivo até que tenhamos nossas respostas.

Eu me virei e saí andando na direção da porta, e Tiago pegou a tesoura de poda.

— Espere! — gritou Austin, lutando contra suas amarras, a cadeira cambaleando embaixo dele. — Eu recebi um saco de dinheiro de alguém chamado Devereux, que me mandou contratar caçadores de mão de obra! Foi em uma viela atrás do bar. Estava escuro. Não cheguei a ver o rosto dele. Isso é tudo o que eu sei! Eu juro! Ele não me disse para quem trabalhava!

Parei à porta, sem olhar para trás. O ferreiro morreu por causa de Austin. Inúmeras outras vidas foram roubadas. Camila e eu quase morremos.

— Isso já é um começo. Conversaremos mais quando eu voltar. Tiago, você pode ir jantar também. Por ora, não cortaremos as pontas dos dedos dele.

Dentro de poucas horas, Austin estaria cansado, com fome e ensandecido de medo.

O homem teria tempo de reavaliar o que tinha mais valor para ele: as pontas dos dedos ou as pessoas a quem ele estava protegendo. Não sobrariam mentiras dentro dele. Eu tinha certeza de que, a essa altura, ele até se lembraria de mais nomes.

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Enxuguei os cabelos com uma toalha e parei na frente do espelho, olhando para a minha tatuagem como se a estivesse vendo pela primeira vez. Eu tinha acabado de tomar banho, na tentativa de me lavar da repulsa e da sujeira de Austin.

Passei a mão pelo meu ombro, pelo meu peito, pelas asas, pelas palavras, pelo olho escrutinador do pássaro que me encarava. Nós podemos ficar entorpecidos em relação às coisas, tão entorpecidos a ponto de deixar de vê-las. Eu não sabia ao certo quando fora a última vez que eu realmente tinha olhado para aquilo.

Proteja.

Meu pai havia permanecido diante de mim enquanto cada pena, cada garra e cada letra eram tatuadas na minha pele.

Proteja e defenda isso tudo, ele me dissera.

Isso é quem você é. Sempre esteve no seu sangue, Shawn. Agora está sobre o seu coração.

Greyson Mendes tinha vinte e dois para proteger e uma catacumba para defender. A torre da Vigília de Tor tinha crescido. A família tinha crescido. Havia centenas, milhares para proteger agora. Toda uma cidade a defender. E, por causa da arena, o mundo dos Mendes ainda estava se expandindo.

Eu tinha feito um juramento de sangue para proteger o assentamento vendano. E parecia que às vezes eu também teria de proteger pessoas que nunca tinha visto, pessoas do outro lado do continente, pessoas que eu nunca chegaria a conhecer — pessoas como Camila e sua mãe.

Agora eu me perguntava sobre Garvin também, as perguntas que não fizemos e que deveríamos ter feito. Tudo isso tinha chegado a um ponto crítico em nossa reunião de família esta manhã. Encontrei resistências ruidosas em relação à criação de novas regras para os Previzi ou à expulsão deles — poderíamos ser altamente afetados nos lucros e enraivecer alguns mercadores de longo prazo, que dependiam deles para vender mercadorias de origem duvidosa. Rebati dizendo que, ao cruzar certos limites, fazíamos um convite para que outros limites também fossem cruzados; e então eu lhes contei sobre as minhas suspeitas relacionadas a Austin. Não houve mais discussões.

Assim que obtivéssemos todas as informações de que precisávamos com Austin, eu teria de contar a Camila sobre ele, mas não sabia ao certo como fazê-lo.

Talvez fosse por isso que hoje eu fora correndo dizer a ela como eu me sentia, pedindo-lhe que ficasse. Eu estava com medo. Eu precisava que Camila tivesse certeza em relação aos meus sentimentos por ela — antes de lhe contar que o homem que havia levado sua mãe trabalhava para nós.

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Eai galera?
Será q a mãe da Camila tá viva?
Oq será q vem aí?!

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SWEET ARROW         {SHAWMILA}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora