CAPÍTULO 48

4.1K 258 28
                                    

                POV LAUREN JAUREGUI

Eu queria não pensar no pior, mas o barulho inconfundível de tiro me fez cair aos prantos. O medo tomou conta de mim de uma forma descomunal. O medo de encarar uma realidade sem Camila me fez paralisar.

Até os meus olhos encontrarem aqueles olhos castanhos.

Vivos. Abertos.

Ainda sentindo minhas pernas bambas, acelerei os passos na sua direção.. pedindo a Deus que não fosse uma miragem, pedindo ao Universo para que a minha Camz realmente estivesse bem aqui diante dos meus olhos.

Foi quando meu corpo colidiu contra o seu que eu pude sentir o sangue correr pelas minhas veias novamente. Foi quando senti os seus braços me apertarem dentro de um choro desesperador que eu pude sentir as batidas do meu coração voltarem. Foi quando segurei em seu rosto e olhei nos seus olhos que eu tive a certeza de que daqui em diante Camila seria o meu maior milagre. Da mesma maneira em que ela é o meu maior amor. Ela estava viva, logo, eu também estava.

– Lauren — a voz fraca e chorosa de Camila reacendeu a minha alma.

– Você.. você — gaguejei em meio ao choro, abraçando-a novamente — você está bem, meu amor? Me perdoa, me perdoa por tudo isso — pedi enquanto tentava verificar o seu corpo, ao mesmo tempo que só queria abraçá-la, beija-lá..

Novamente Camila me abraçou, deixando claro que a emoção do momento não permitia que as palavras fluíssem.

– Eu tive tanto medo, Lern, tanto! — sussurrou contra o meu ouvido, me abraçando mais forte — eu pensei que nunca mais a veria — negou com a cabeça me fazendo distribuir beijos pelo seu rosto.

– Agora está tudo bem, meu amor! Eu prometo! Ninguém nunca mais vai te fazer mal algum e saiba desde já que eu iria até o inferno por você, Camila. Eu estou aqui — abracei-a novamente — eu te amo com a minha vida, meu amor! Obrigada por ser tão forte, obrigada — chorei nos seus braços enquanto ela também chorava nos meus.

– Eu te amo, Lauren. Te amo com toda a minha alma — disse chorosa, sorrindo em puro alívio enquanto voltava a me abraçar.

A onda de emoção do momento foi tão grande e tão forte que tudo ao nosso redor parecia ter parado. Nada mais me importava além do fato de que Camila estava aqui, nos meus braços, bem e segura, para sempre.

– Ela, ela está ferida — Camila se afastou rapidamente, parecendo ter lembrado de algo — eu não tive culpa, eu não.. — neguei com a cabeça impedindo que ela continuasse.

– Calma! A polícia está a caminho e ninguém jamais seria capaz de te acusar de nada — afirmei — podemos voltar lá e fazer algo por ela? É seguro? Eu não me importo de somente ir embora com você, Camila. Mas vejo no teu olhar que não é isso que você quer. — fui sincera.

Se dependesse de mim, eu já estaria a quilômetros de distância daqui com a Camila. Já estaria mesmo. Não sinto culpa alguma por pensar assim, Keana quase matou a mulher da minha vida e eu não sou evoluída o suficiente para deixar o ódio que estou sentindo não gritar tanto assim. Sou humana e meus sentimentos são válidos e reais.

– Não há mais ninguém, eu acho — Camila negou com a cabeça — ela tá sangrando muito, não podemos — me olhou me fazendo assentir — eu não consigo — sussurrou.

E era assim que essa mulher ganhava ainda mais o meu coração. Como pode? Ter compaixão e caridade por alguém que estava prestes a matá-la? Quero dizer, eu conheço todo o discurso da medicina sobre salvar vidas, mas na prática sempre é mais difícil, a vida não é perfeita.. mas Camila, ela parece não ser desse mundo.

Doutora! Where stories live. Discover now