CAPÍTULO 33

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POV LAUREN JAUREGUI

Me faltam palavras para descrever o tamanho da dor que está me consumindo.. célula por célula..

Enxergar nos olhos da mulher que amo, tanto desprezo e tanta mágoa é dilacerante.. ouvir tudo o que ela me disse foi a gota d'água para que uma crise tomasse conta de mim. Eu me sentia sufocada, angustiada, desesperada. Malmente eu conseguia respirar. Eu estava destruída por saber que destruir a minha Camila.

– Querida, não é para tanto, vai — ouvi a voz insuportável de Verônica, me deixando completamente furiosa.

Levantei depressa, mesmo sentido uma leve tontura fruto de como tenho vivido esses últimos dias. Encarei Verônica e, por um segundo, os pensamentos que tomaram conta da minha mente não foram nada bons.. não quando eu estava olhando para a mulher que detém todo o meu ódio e desprezo.

– Vá embora — falei estridente — não me faça cometer uma loucura, Verônica, você não imagina do que eu sou capaz — caminhei em direção a porta do meu apartamento.

– Eu não.. — cortei a sua voz insuportável

– Vai embora, porra — gritei sentindo uma fúria surreal.

Assim que aquela desgraçada passou pela porta, fechei a mesma, me permitindo voltar a chorar. Eu sabia que jamais iria me perdoar por tudo o que eu fiz, eu sei disso. Por mais que as minhas intenções tenham sido puras, somente por amor e cuidado, eu jamais vou perder por ter feito a mulher que amo sofrer.

Respirei fundo, ainda sentindo o corpo trêmulo e procurei pelo meu celular, enviando uma mensagem para Dinah.

WhatsApp on

– Só preciso saber se ela chegou em segurança. Por favor.

Levaram alguns bons minutos até que a notificação apontando a mensagem de volta se fez presente, me fazendo desbloquear o meu celular imediatamente.

– Não ouse mais se aproximar da minha amiga, Lauren. Você não imagina do que eu sou capaz.

Respirei fundo, sentindo o peso das minhas atitudes.. sei que assim como Camila, Dinah também está me odiando.. e tudo bem, eu também me odeio!

– Cuide dela.

WhatsApp off

Respondi a única coisa plausível nesse momento. Não quero me desculpar ou pedir perdão pq tenho total consciência de que não sou digna disso. Tive que seguir por esse caminho, tendo em mente que era a minha única opção, então tenho que tomar as consequências disso para mim também.

Caminhei em passos lentos até a minha adega, escolhendo o vinho mais forte que havia ali, indo para o meu quarto e me isolando lá.

Nem mesmo precisei utilizar taça para fazer daquela bebida o meu eixo. Em um dado momento, parei de contar quantas garrafas já haviam sido secadas em meio a lágrimas incontroláveis.. eu sempre soube que me apaixonar por Camila era algo inevitável. Eu só não previ que poderia ser a minha ruína também.. uma ruína que, infelizmente e inevitavelmente, partiu de mim.


                            
                            • • • • • • • •


O dia seguinte chegou acompanhado de uma ressaca insuportável. Não sei em que momento, mas acabei pegando no sono e só despertei com os miados e os arranhões de Lyon na porta do meu quarto.

Já eram 13h da tarde, me assustei quando tive dimensão disso. Respirei fundo e, mesmo sem vontade ou coragem, levantei e caminhei até a porta.

– Desculpa, filho — sussurrei pegando-o no colo — tá tudo bem, tá? — afirmei levando-o até a sua área.

Doutora! Where stories live. Discover now