Capítulo 46

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                  LAUREN JAUREGUI

Meu cérebro parecia não querer raciocinar. Minhas mãos não conseguiam parar de tremer. As lágrimas que escorriam pelo meu rosto eram incontroláveis. O aperto no coração era sufocante.

Eu só quero a minha Camila aqui comigo, entendem? Só quero ver o seu sorriso, ouvir a sua risada gostosa, suas piadas sem graças e receber o seu amor caloroso. Só quero abrir os olhos e enxergar Camila aqui comigo.

– Lauren, por favor — uma voz desesperada exclamou, me fazendo olhá-la.

Dinah estava parada na minha frente, nitidamente nervosa, seu rosto também estava banhado por lágrimas, com o seu toque consegui perceber que ela também tremia. Meu Deus, que pesadelo é esse? Olhei em volta, percebendo que estávamos em seu apartamento.. como chegamos até aqui? Como?

– Lauren — senti meu corpo ser chacoalhado — por favor, reage — uma voz familiar disse.

Eu não conseguia reagir. Não conseguia sair de um labirinto que parecia ser tão sem saída. Eu só quero ouvir a voz de Camila. Eu só quero estar com a minha mulher. Eu só quero que ela esteja bem e comigo.

– Lauren, caralho! — senti um líquido gelado molhar o meu rosto — Reage! Nós precisamos de você! Camila precisa de você! Reage!

Senti alguns sentidos voltarem a mim, mesmo que isso não parecesse adequado. Camila precisa de mim. É isso. Camila precisa de mim.

Fechei e abri os olhos algumas vezes, tentando entender o que estava acontecendo ao meu redor. Em um canto, vi Taylor consolando uma Sofia chorosa, na poltrona, minha mãe fazia o mesmo com uma Sinuh desesperada. Meus olhos continuaram explorando o ambiente, talvez buscando aqueles olhos castanhos. Vi meu pai, juntamente com Alejandro e mais dois homens que não conheço conversando nitidamente tensos. Já na minha frente, uma Dinah desnorteada e uma Normani assustada me encaravam. Tantas pessoas aqui, tantos olhos.. mas não os meus olhos castanhos, mas não a minha pessoa.

– Por favor, preste atenção — Normani falou baixo, segurando a minha mão — vamos encontrar Camila, mas você precisa estar aqui, Lauren. Ninguém melhor do que você conhece a Keana e pode explicar a aqueles policiais o que está acontecendo — apontou para o canto em que os dois homens conversavam com meu pai e meu sogro.

– Eu, eu — gaguejei sem conseguir me situar — eu não vou aguentar se algo acontecer a ela, Normani — sussurrei — por favor — apertei a sua mão, puxando-a para um abraço — diz que ela está bem, diz que ela vai ficar bem — supliquei desesperada.

– Ela está bem, minha amiga. Vai ficar bem, todos nós vamos ficar bem, ok? — beijou a minha teste — agora mantenha a calma, os policiais precisam conversar com você — disse me fazendo assentir.

Alguns minutos depois, os homens totalmente de preto estavam na minha frente, me fazendo perguntas, tentando achar alguma solução. Uma só solução. A mínima que fosse. Mas precisávamos de algo.

– Eu tentei entrar em contato com a Camila porque percebi que a Keana estava alterada — neguei com a cabeça — eu fui até a Universidade mas eu cheguei tarde demais — falei com a voz embargada — eu deveria.. — parei de falar ao receber um abraço apertado da minha sogra.

– Você não tem culpa, querida — Sinuh disse baixo enquanto me abraçava — vamos encontrar a nossa Camila — afirmou me fazendo assentir.

Passei todas as informações que eu podia para os agentes policiais, todas mesmo, mas no fim de tudo, só podíamos esperar que um contato fosse feito por parte da Keana. Enquanto tentavam encontrá-la, seguir pistas, nós só podíamos esperar..

Doutora! Where stories live. Discover now