𝗕𝗢𝗥𝗡 𝗧𝗢 𝗗𝗜𝗘 : 𝗍𝖺𝗋𝖺 𝖼𝖺𝗋𝗉𝖾𝗇𝗍𝖾𝗋 ੭

͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏ ͏͏ ͏ ͏ ͏ ͏𝗌𝖾𝗏𝖾𝗇

Uma simples cena fez ele tirar forças para derrubar o assassino, que o derrubou logo em seguida fazendo com que sua arma escape de sua mão deslizando pelo chão. A lâmina voltou a ficar próxima de seu rosto, e ele voltou a usar todas as suas forças.

── Hoje não.

E depois de muito tentar, se livrou dele o derrubando para trás, pegando sua arma e dando diversos tiros em seu tronco, finalmente o derrubando sobre uma estante com vidro, a qual quebrou fazendo um barulho alto.

Dewey correu até Victoria que recobrava sua consciência aos poucos, podendo se colocar de pé com certa dificuldade e ir até o elevador com a ajuda de Riley.

Soluços vindos de Tara ecoavam pelos corredores vazios, logo sendo interrompido pelo som da caixa de metal se abrindo para que pudessem entrar. Carpenter se apoiava em sua irmã enquanto Richie se apoiava sobre as barras em uma das paredes do elevador.

Hawke ainda sentia a forte dor em seu rosto, mas conseguiu se manter de pé sem a ajuda do homem, o mesmo apertava o botão diversas vezes logo vendo a porta se fechar.

Mas ele não deixou ela fechar.

── Tem que atirar na cabeça - Disse saindo do cubículo de metal.

── O que?! - A ruiva o questionou confusa, só queria sair de lá.

── Tem que atirar na cabeça, ou eles sempre voltam - Se virou para trás podendo olhar no fundo dos olhos azuis da mais nova.

── Quem se importa com isso?! - Sam retrucou não entendendo o que ele faria.

Já Tori havia entendido, e negava com a cabeça frequentemente, sem conseguir associar seus pensamentos com sua cabeça.

── Dew… - Sua respiração voltou a falhar e lágrimas já escorriam por sua bochecha.

── Eu me importo.

Suas mãos doíam cada vez mais que batia fortemente contra a porta fechada do elevador, aumentando sua força a cada novo soco. Soltava gemidos de dor junto com soluços enquanto Sam tentava a tirar de perto da porta, falhando ao ver que estava com Tara em seus braços.

Não precisou receber notícia sequer após aquilo. Não precisou ouvir nenhum "eu sinto muito" para saber o que estava acontecendo. Não precisou ver as ambulâncias ou carros da polícia rodeando o local.

No mesmo momento em que a porta do elevador abriu todos já pareciam saber, tinham policiais e paramédicos os rodeando enquanto tudo o que Tori conseguiu fazer foi sentar-se no chão com as mãos em seu rosto soluçando. Conseguiu sentir braços a rodeando e acariciando seu cabelo.

Era Sam.

Ela desabou ainda mais.

Um simples ato tornou tudo aquilo real.

A verdade era que Victoria desabou, e, dessa vez, Dewey não estava lá para a segurar.

Aquele idiota fantasiado pode não ter acertado nenhuma facada nela, mas toda aquela dor que sentia ao perder as pessoas que mais ama de forma lenta era ainda mais forte do que qualquer facada.

Era com certeza o pior aniversário de sua vida.

* * *

Seus pés mexiam de uma forma inquieta, pendendo no espaço entre a maca em que estava sentada até o chão frio do hospital. Seus all stars brancos tinham algumas manchas de sangue que nem sabe de onde vieram, seria difícil tirar aquilo de seu tênis, talvez ainda mais difícil do que quando pingou tinta azul em sua camiseta.