Tori se arrastou até a parte da frente da loja pegando a sacola com seu presente que o mesmo lhe entregava.
── Podemos comprar sorvete? - Victoria pergunta mais uma vez, esperançosa.
── Claro, passamos na sorveteria e depois te deixo na casa dos Hicks.
Como uma criança animada, a mais nova deu alguns pulinhos animados correndo para fora da loja, sendo seguida do mais velho que apenas trancou o estabelecimento e se dirigiu para o carro.
Boys Don't Cry tocava altamente no rádio do carro, os dois cantavam de forma animada sem nem se preocupar se estavam afinados ou não. Finn dava batidas no volante no ritmo da música enquanto Tori fazia uma pequena dança sentindo o vento bagunçar seus fios ruivos e azuis.
Ao fim da música, o carro parou em frente a sorveteria que já conheciam bem, a mesma sorveteria que passavam quase todos os dias depois da escola. A favorita da mamãe, era como a chamavam.
Finney adentrou o lugar pedindo por dois milk-shakes, um de morango e um de chocolate, enquanto Victoria esperava no carro. Recebeu algumas mensagens de Tara, apenas perguntava se a garota estava bem e se podia ir para o hospital mais tarde.
Parecia errado, mas Tori apenas desligou o celular e o deixou de lado, vendo seu irmão voltando com dois milk-shakes em mãos.
── Aqui está - O loiro fala entregando o de morango para a ruiva enquanto bebia um pouco do seu.
── Valeu.
Os dois ficaram parados no carro apenas bebendo metade do milk-shake ainda ouvindo algumas músicas. American Pie não tocou nenhuma vez.
Ao mesmo tempo que tinha um turbilhão de pensamento invadindo sua mente, não conseguia pensar em nada. Pensava em Tara, e pensava em Sam ao mesmo tempo. Também pensava no assassino e em seus amigos em seguida. Além disso, também pensava em Dewey.
Não o culpava por ter esquecido seu aniversário.
Se fosse sincera, também preferiria esquecer.
Tudo aquilo em sua cabeça pareceu ser roubado quando um carro da polícia passou rapidamente ao lado deles. As sirenes eram altas e iam sumindo com o decorrer que ele ia se afastando.
Estavam indo em direção a casa de Wes.
Tori não pode evitar ter flashbacks da noite do ataque de Tara. Aquela sensação de pontada no peito junto com todo o seu corpo congelando.
── Dirige - Falou sem pensar muito sem nem olhar para o garoto ao seu lado.
Até havia esquecido quem era o garoto ao seu lado.
── O que? - Perguntou confuso, parecia não entender o que tudo aquilo podia significar.
A ruiva se virou para ele, podendo ver o rosto de seu irmão.
── Dirige! - Insistiu firme.
E assim ele fez.
Dirigiu até onde conseguia, mas parecia ser tarde demais.
Não conseguiu esperar o carro parar para que pulasse para fora dele correndo até as faixas amarelas que cercavam a casa de seu melhor amigo.
Conseguiu ver um pano cobrindo um corpo em frente a porta, uma ambulância levando outro corpo e Sam vindo em sua direção antes que sua visão começasse a se distorcer. Tudo parecia embaçado, como um grande sonho.
Um pesadelo.
Sentiu mãos em seus ombros, não sabia quem era, nem reconheceu a voz de quem era, mas pelo tom aquilo não parecia bom.
── Eu sinto muito - Foi tudo o que Carpenter falou.
Aquelas simples três palavras embaralham ainda mais a cabeça de Hawke, que negava com a cabeça quando tirou as mãos da garota de seu ombro e corria até a casa. Ignorou aquela fita amarela como estava ignorando o fato de estar perdendo seu melhor amigo.
Um dos policiais também segurou em seus ombros, falava coisas como ela não poder estar lá, mas ela não parou até chegar em Riley.
Parou em frente do xerife e o olhava nos olhos com a última ponta de esperança que restava.
── Cadê o Wes? - Perguntou esperando ouvir que o mesmo estava bem em uma das ambulâncias.
Não foi o que ouviu. Mais uma vez aquelas três palavras se repetiram.
O homem segurou firmemente em seus ombros.
── Eu sinto muito, pequena.
── Não, Dewey, cadê o Wes? - Perguntou novamente ainda o olhando nos olhos.
── Eu sinto muito.
Repetiu. Aquilo irritou a mais nova.
Tudo o que queria saber era onde estava seu melhor amigo. Por que era tão difícil?
Ela pergunta mais uma vez.
── Cadê o Wes, Dewey?
Falava firmemente. Dessa vez, não obteve resposta.
O fato de todos a quem perguntava continuarem dizendo "eu sinto muito" deixava rudo ainda mais real.
Real ao ponto dela não conseguir negar mais.
Não conseguir mais perguntar por seu melhor amigo.
Não conseguir mais pensar que ele apenas estava em uma das ambulâncias ainda com vida.
E foi quando ela chorou. E chorou. Chorou ainda mais. Chorou ao ponto de sentir que seu coração pararia naquele momento.
Nenhuma facada que tomou quando criança se compararia com a dor que sentia naquele momento.
E quando ela desabou, Dewey a segurou. Molhou toda a camiseta do mais velho com lágrimas.
As pontadas em seu peito pareciam ainda mais fortes.
Foram os 10 minutos mais longos de sua vida.
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⟡ ֺ 𓂂 notes ! ˚
OO1 : capítulo curto, eu sei, e não se preocupem, eu tbm chorei escrevendo a morte do Wes, se eu pudesse eu deixaria o meu neném vivo, o que acharam?
OO2 : votem e comentem para me ajudar, vejo vocês no próximo capítulo.