17.Órfãos

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Chegamos a 1k de visualizações!!! Muito obrigado a todos vocês <3 Espero que continuem gostando da minha história ^^

Contar as horas tinha se tornado inútil.

O cenário alaranjado que estava na fazenda tempos atrás, havia desaparecido, e tudo que restava era o breu da noite, tão escuro que fazia sua mente criar rostos em meio às árvores, trazendo lembranças de semanas atrás. 

O garoto permanecia sentado na varanda da casa, observando o território pouco iluminado, sentindo o ar fresco e gelado da noite em sua pele, enquanto ouvia o barulho dos grilos, junto com o som de corujas no meio a vegetação, tentando se manter focado em qualquer sinal do retorno de Jesse.

Thomas suspirou cansado, variando seu olhar para a sua faca, que era usada para fazer pequenos cortes no piso de madeira, ao mesmo tempo que permanecia atento para o longo caminho de terra à sua frente. Suspirando, ele dá algumas facadas no piso, nada tão forte graças a ardência em sua mão, causando uma surpresa no próprio garoto, ao perceber que aos poucos estava se esquecendo completamente das queimaduras. 

— Em breve será apenas uma cicatriz... —Ele sussurra, se levantando lentamente em seguida. 

O loiro caminhava quase arrastando o pé, se apoiando na cerca da varanda enquanto olhava para a propriedade. Para a sua tristeza, não havia nada de novo, a região estava parada e escura como um filme de terror, onde tudo ou até mesmo o nada, poderia estar escondido no meio do gramado. Apesar de sentir que este era um pensamento bem paranóico de sua parte, Thomas não conseguia evitar de ficar atento, visto que havia aprendido das piores formas que qualquer coisa poderia estar escondido no meio da noite. 

Enquanto suspirava forte, sentindo o seu peito pesado, ele tentava se manter acordado, visto que estava ali faz horas, mas assim que sentia os seus olhos pesados, de canto de olho podia perceber alguma coisa estranha. Virando o rosto para direita, com a testa franzida, ele conseguia ver bem ao longe um pequeno ponto de luz. 

Curioso, ele caminha lentamente até o canto da varanda, olhando com atenção aquilo com estranheza, pensando se poderia ser provavelmente de uma lanterna ou de uma lamparina. Mas estranhamente ele não se lembrava de ter visto ninguém dos Greene's sair, então quem poderia ser? Conseguia vê-lo se movimentar devagar, indo cada vez mais longe, não parecia ter pressa e muito menos interesse na fazenda, o que era estranho. Se fosse um sobrevivente, não seria mais lógico ele ir até a casa, ao invés de se afastar dela? 

À medida que se concentrava naquela luz desconhecida, ouvindo os sons dos grilos e sentindo o vento em seu cabelo, tudo parecia parado e calmo, até que bruscamente, a porta atrás de si foi aberta. Thomas sentiu seu coração e corpo pular, o arrepiando por inteiro. Ele então lentamente se virou para encarar a moça atrás de si. 

— Maggie... Você me assustou. 

A mulher que estava parada em frente a porta, riu da reação do menino, enquanto ia em sua direção. Ela se apoia em um dos pilares da varanda, ficando ao seu lado.

— Desculpe... Eu apenas percebi que você não pegou o café que te deixei, então vim ver o que estava fazendo. —Ela responde, ajeitando a sua blusa— Não quis ficar com a Beth e o Joel?

— Ah, eu não estou com fome... —Sentia que iria vomitar se colocasse até mesmo água em seu estômago— E bem, a Beth estava tentando fazer o Joel dormir, eu não quis atrapalhar... Afinal ela faz isso muito melhor do que eu, então não tinha o porquê ficar lá.

A mais velha concordou com a cabeça, não sabendo o que dizer. O silêncio entre eles surge, sentindo e ouvindo apenas o vento frio que passava em suas nucas. Porém, entre esse momento desconfortável, Thomas logo percebe um sorriso nos lábios da mais velha.

Fighting for us - The Walking DeadWhere stories live. Discover now