07.Aquilo que não podemos fugir

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Como uma bela metáfora para o luto da sociedade neste momento, o clima nublado tomou conta da região, envolvendo todo o lugar com suas nuvens escuras que se juntavam, acompanhadas do vento frio.

Enquanto o ambiente estava pronto para a chuva que chegava na cidade recém destruída, o som de rádios por toda a parte eram ouvidos sobre o comunicado do ministério da saúde, e a nova ordem do governo, trazendo um pouco de esperança para aqueles que já desistiram.

Como algo nostálgico e "antigo", a casa dos Rhee's voltou a ficar agitada. A preocupação e a ansiedade havia retornado com tudo, dando a todos um sentimento de urgência diante um novo objetivo.

Jesse caminhava para lá e pra cá ajudando Thomas a encher as mochilas com comida e coisas essenciais. Ambos se ajudaram para tirar das prateleiras os enlatados, garrafas de sucos, água, pães e biscoitos, além de pegar nos quartos e banheiros, roupas, remédios, materiais de higiene e tudo que possa ser importante. Colocando as bolsas que já estavam cheias na sala, onde poderiam pegá-las e sair rapidamente quando precisassem. Jina que acordava e adormecia várias vezes, foi colocada deitada no sofá, aquecida por cobertores enquanto bebia água que sua irmã mais velha lhe dava aos poucos. Durante esse tempo, John havia saído da casa armado em busca de um carro com gasolina, deixando Yuna o vigiando pela janela.

—Yuna, como estão as coisas?—Questionou Jesse que atravessou a sala com uma mochila cheia, se acomodando no sofá ao lado de Jina.

—Ele está olhando o carro do Mark, não tem doentes na rua...

—Ótimo, vamos torcer para que continue assim.—Respondeu enquanto guardava panos e fraldas na bolsa—Thomas conseguiu pegar os remédios? Coloque-os na sua mochila, as outras já estão cheias.

—Está bem, precisa que eu coloque mais alguma coisa?

—Não querido, obrigado.

A mais velha fez carinho em seus cabelos loiros, logo o deixando ir. Puxando mais uma das mochilas, Jesse logo a estranha, não reconhecendo a quem ela pertencia. Abrindo os seus zípers, não demorou muito para que entendesse. Seus olhos encaravam as caixas de munição, todas para a mesma pistola 9mm de Amber.

—O bom é que teremos munição por um tempo.—Sussurrou ela. Olhando para a irmã que estava na janela—Fez aquilo que John lhe pediu?

Perguntou ela, ganhando como resposta, apenas um aceno de cabeça da garota. Jesse ao seguir a direção indicada, viu a faca colada com fita adesiva em um cabo de madeira, assim como o médico havia ensinado horas atrás, feito para que as crianças se protegessem por serem baixas demais.

—Perfeito então—Respondeu enquanto fechava o zíper da mochila—Agora Yuna vá fazer suas malas, e troque de roupa. Eu vigio a partir daqui.

—Eu estou bem...

—Temos que sair logo, não discuta. Preciso de você pronta quando John chegar, vamos...—Ordenou Jesse, que se levantou do sofá para expulsar a garota da janela. Ao tocar no ombro da pequena, ela se afasta.

—Eu não entendo porque temos que sair agora, e enquanto ao Glenn?

—Já conversamos sobre isso, não temos escolha... Precisamos ir para o centro de refugiados o quanto antes.

—E vai deixá-lo assim? Sozinho?

—Yuna, por favor!—Por conta do nervosismo, sua voz soou mais alta do que gostaria, causando um silêncio na sala. Encarando a mais nova com a mesma intensidade no olhar, ele respira fundo, antes de sussurrar—Eu não estou pedindo... E sim mandando.

Com a sua frase final, podia ver a garota suavizar o olhar, mordendo o lábio enquanto segurava com força as lágrimas, antes de encará-lo com raiva.

—Eu vou arrumar minhas coisas... Assim vamos deixar o Glenn para trás, igual como fizemos com aquele homem na lanchonete.

Fighting for us - The Walking DeadWhere stories live. Discover now