- Mᴀʀɪᴏ -
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Em um novo emprego no fliperama antigo que está aberto desde os anos oitenta, Melissa nunca havia encontrado um trabalho melhor. Numa rotina normal, como as coisas poderiam mudar tão dras...
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— E então, Melissa. — Ouço a voz profunda e forte de uma maneira agradável, do Mario, me chamar, me dando quase um susto. Ele anda com as mãos nos bolsos do seu macacão, vindo até próximo de mim. — No que quer que eu te ajude? — Ergueu um pouco o queixo, me analisando com aqueles olhos escuros.
Eu abri a boca, ficando muda por alguns segundos, por atenção estar ainda em nós. Esfrego as mãos, sem saber ao certo por onde eu deveria começar. Por enquanto, eu apenas disse:
— Me siga. — O chamei pela mão.
Passei pela aquela multidão de cabeçudos cogumelos, indo para a floresta. Ouço passos atrás de mim, provavelmente Mario e Luigi — imaginei que o chamaria, eles sempre estão juntos. No caminho, tomei coragem e comecei a falar de tudo, de onde vim, como cheguei aqui e o que eles são, que esse mundo é um jogo. Eles ouviram atentamente, não questionando nada. Tentei refazer os passos, o que demorou quase meia hora e o dia começou a cair, ficando um pouco escuro. Paramos no meio do caminho, com o Luigi dizendo que iria lavar o rosto na correnteza — lembro dessa correnteza, estamos perto de onde eu cair.
Então paramos. Mario foi para a floresta buscar sei lá o que, ele não foi claro, então deixou eu e Luigi sozinhos em frente a correnteza d'água. Uma água tão limpa que chega a ser transparente, nunca nem deve ter ouvido falar em poluição. Ele se agachou, fez uma concha com a mão e jogou a água no rosto, esfregando ele, tirando a sujeira de antes.
— Você e seu irmão... Estão de boa com isso? — Pergunto um pouco tímida ainda, me abraçando.
— Descobrir que estamos num video-game não é fácil. — Me respondeu, sem me olhar ou virar para mim. Ele jogou água novamente pelo rosto. — Mas surtar não é a resposta, bela ragazza.
— Uau, encarou bem. — Balancei a cabeça, surpresa por essa superação tão rápida.
Se eu fosse eles estaria tendo uma crise existencial, e provavelmente me enfiaria na cama e nunca mais sairia, me questionando do propósito da minha existência.