𝗕𝗢𝗥𝗡 𝗧𝗢 𝗗𝗜𝗘 : 𝗍𝖺𝗋𝖺 𝖼𝖺𝗋𝗉𝖾𝗇𝗍𝖾𝗋 ੭

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── Fala pra ele que tô de boa, tchau - Disse e se afastou indo até Amber.

Sentiu algo ao ouvir o nome de Dewey, talvez fossem somente os medicamentos.

Dentro do quarto agora estavam somente Samantha e sua irmã mais nova, que não sabia do que tudo aquilo se tratava. Sam tinha aquele assunto martelando em sua cabeça desde que voltou para Woodsboro, não, na verdade, tinha aquilo desde que deixou Woodsboro, há cinco anos atrás.

── Se lembra quando papai foi embora? - A mais velha começou se aproximando da mesma.

Tara a olhava com o cenho franzido e certa desconfiança.

── Um pouco sim. Eu tinha oito anos, o que isso tem a ver com tudo?

── Tem a ver com isso - Continuou. ── Você se lembra como a mamãe costumava guardar aquelas caixas no sótão? Bem… eu estava lá uma vez quando tinha 13 anos procurando presentes de natal, e eu encontrei esses diários antigos do ensino médio…

── Sam, do que tá…

A maior a interrompe parando em frente a sua maca a olhando bem nos olhos.

── Por favor, tenho que fazer isso. Então eu encontrei esses diários antigos, e, mesmo sabendo que era errado, eu li alguns deles porque a mamãe engravidou no ensino médio e eu pensei que seria legal descobrir como ela e o papai ficaram juntos.

A morena permaneceu em silêncio absorvendo cada palavra de Samantha com calma, tentando entender como essa história boba teria algo a ver com toda essa merda que estava acontecendo.

── Não foi romântico como eu achei que fosse, ela namorava o papai mas estava apaixonada por esse outro cara e… ele engravidou ela - Algumas lágrimas preenchiam seus olhos. ── Ela disse pro papai que era dele e por isso ele a pediu em casamento um ano depois.

── Sam… - Chamou mais uma vez também com seus olhos cheios d'água.

── Eu estava sentada lá, naquele sótão, descobrindo que o meu pai não é o meu pai, e eu fui até a mamãe e gritei para ela esfregando aquilo em sua cara, eu estava tão ocupada que nem percebi o papai atrás de mim…

Um silêncio ocupou todo o cômodo junto com uma dor interior no peito das duas. Mesmo não sabendo onde tudo aquilo chegaria, Tara sabia que não era algo bom.

── Eu sou a razão dele ter ido embora…

── Não, Sam - A mais nova negava com a cabeça. ── Você… não…

A maior se aproxima se sentando ao lado de sua irmã sem mais segurar as lágrimas.

── A mamãe nunca me perdoou e me prometeu nunca te contar porque você era muito nova… e foi por isso que eu mudei, que me distanciei e fiquei estranha com você, Tara. Eu comecei a beber e usar todas as drogas que conseguia até não aguentar mais, eu não conseguia mais ficar perto de você… tudo isso porque aqueles diários me disseram que meu verdadeiro pai é…

Parou por conta dos soluços. Carpenter encarava sua irmã mais velha caindo na realização do que tudo aquilo se tratava, só queria que Tori estivesse ali para melhorar as coisas, pelo menos um pouco.

── Era o Billy Loomis… e alguém mais sabe e provavelmente foi por isso que foi atacada, eu sinto muito… sinto muito por nunca ter te contado e simplesmente fugido, me desculpa… - Mais lágrimas escorreram sobre sua bochecha.

Tara tinha um turbilhão em sua cabeça, eram tantas coisas que possivelmente precisaria de dias para organizar tudo em sua mente. Sam se desculpava compulsivamente enquanto a mais nova estava em silêncio fazendo esforço para manter contato visual.