+16 | Uma mente completamente solitária com um coração cheio de bondade tenta deixar toda a tristeza do passado para trás, mesmo sabendo que é inevitável esquecer aquilo que o enfraqueceu.
Victor Avellar, além de ser perfeccionista em tudo o que faz...
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― Esse é o nome mais bonito que escutei hoje, sabia?
― Obrigada. ― sorriu timidamente, ainda abraçada à Elizabeth. ― Eu... É... Eu... Mamãe fez doce de abóbora e biscoitos de chocolate com açúcar caramelizado, os meus favoritos!
― Tinha me esquecido o quão bons os biscoitos da tia Jhina eram. Vou comer uns quatro! ― Eliza beijou a bochecha da menina que ficou parecida mais ainda com um camarão. ― Quer ir na frente e escolher os maiores escondido para nós três, enquanto eu e Victor já te seguimos?
― Ok, Bethinha. Vou ser o mais discreta possível! E não demorem, porque senão eu como tudo. ― apontou o dedo na nossa direção.
Endireitei minha postura, encarando fixamente a menina loira que saltitava novamente para casa. Seu rosto e cabelos eram praticamente idênticos ao de Isabel, mas seu olhar... Seu olhar tinha algo misterioso, como se eu já tivesse os visto antes. A clareza e a escuridão estranhamente bonita, me lembrou também os de Eliza, no entanto, era difícil delas não ter algum parentesco, já que as duas eram primas. E o nome... O nome dela era o mesmo que Isabel tinha me dito, o que podia ser muita coincidência ou eu que só estava vendo coisas onde não tinham.
Mexi a cabeça tentando dissipar esses pensamentos ao sentir a mão da minha mulher no meu braço.
― Vamos entrar? Está ficando frio aqui e parece que vai chover. ― fitou o céu que estava nublado e muito escuro. ― Quer ajuda para pegar as coisas?
― Não, eu dou conta. Pode ir na frente que eu já te acompanho. ― falei, e ela me encarou, sua testa tinha aquele pontinho fundo em dúvida.
― Aconteceu alguma coisa? Você ficou estranho do nada, parece até que viu um fantasma.
― Não é nada em especial, deve ser apenas impressão sua, raposinha.
Beijei sua têmpora rapidamente e caminhei confuso pelo chão de pedrinhas até o carro, abrindo a porta de trás, enquanto pegava a minha mochila e a bolsa dela.
Eu sabia que não era justo começar a ficar desse jeito com ela logo agora que finalmente a tenho em minha vida. Contudo, talvez essas coisas fossem só loucuras da minha cabeça. Não irei mentir que não me lembrava do que a Isabel falou sobre a sua irmã, mas talvez fosse só uma maldita e burra coincidência.
― Está tudo bem mesmo, amor? Tem algo de errado que eu possa ajudar?
Seu afago nas minhas costas me fez parar rapidamente o que estava fazendo. Fechei a porta do veículo, enlaçando em seguida minhas mãos na sua cintura enquanto as suas serpenteavam pelo o meu pescoço.
― Acho que só estou nervoso, ainda não conheci seus pais, mas já irei conhecer a sua tia. E porra, é a primeira vez que isso vai acontecer e eu estou mais do que nervoso.
― Garanto que você não precisa se preocupar, Jhina é um amor. E quando ver convidados então... Parece que fica ainda mais amorosa.
