19 | É ela ou não?

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― Isso é jeito de falar com a sua mãe? ― me deu um peteleco na testa

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― Isso é jeito de falar com a sua mãe? ― me deu um peteleco na testa.

― Ai, droga! É que a você me assustou.

― Vai me deixar entrar ou eu sou uma má visita?

― Não dá para ser mais tarde? São três da manhã.

― Eu sei que horas são, Victor Baker Avellar. Só achei que você poderia estar tendo aquelas suas crises de insônia e pensei em fazer campainha, filhote.

Minha mãe segurava um prato nas mãos e com certeza era minha torta favorita, já que pelo cheiro de maçã não era difícil de identificar. Normalmente, ela só trazia para mim quando queria me arrancar informações, se desculpar ou os dois.

Segurei o ar com força, enquanto limpava os olhos. Essa foi a primeira noite que pude dormir bem, mesmo tendo o mesmo pesadelo durante esses anos todos. Sabia perfeitamente que não consegui dormir com Elizabeth na mesma cama, mas senti ela velando o meu sono o todo tempo, e com toda a razão do mundo fui muito babaca por ter gritado com ela sem motivo.

― Você me expulsou da sua casa, não me ligou durante semanas e agora aparece na minha cobertura às três horas da matina para me fazer companhia assim do nada? Tem certeza que está melhor da cabeça, mãe? Posso consultar outro psicólogo para senhora ou um psiquiatra.

― Me respeita, garoto, eu ainda sou sua mãe, se você não quiser minha campainha eu vou embora. ― fez drama para me convencer. ― E não foi bem do nada, sua irmã me contou que você e seu pai tiveram uma briga, então Melissa resolveu fazer sua torta preferida e me pediu para vir saber se meu neném estava bem. Ao que parece, seu rosto não está machucado, isso é um bom sinal.

― Vicente teve o que mereceu, se é o que quer saber, mãe. Eu estou mais que bem, Melissa está ótima e agora a senhora deveria voltar e ir para casa.

― Está me expulsando?

― Não estou, Celine, mas isso não é hora de você estar aqui. Preciso dormir.

Ela deu de ombros com aquele olhar apelativo de quem não ia embora antes de ver com seus próprios olhos se estava tudo bem como eu disse, e mesmo não querendo, me afastei um pouco da porta deixando-a entrar.

― Você tem certeza que está bem, bebê?

― Já disse que estou, mãe. Quem não deve estar na mesma sorte que eu, é o Vicente.

― E o que o maldito do seu pai fez agora? Achei que aquele estrume tinha sumido da face da Terra, pelo visto me enganei.

― Não foi nada demais, não se preocupe com isso. O importante é que estamos todos bem.

― Estamos? Você e mais quem? ― suspendeu uma sobrancelha.

Seus olhos percorrem meu apartamento inteiro, como se checasse cada canto do lugar, tive a impressão que deveria intervir nessa palhaçada, no entanto, ouvi a porta do meu quarto bater antes da bela mulher aparecer na minha sala, fazendo Celine também inspecioná-la com aquele olhar enxerido que eu conhecia bem.

MEU DESEJO TENTADOR - livro 2 da série: Os AvellarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora