15 | Indo embora

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Sempre que me sentia muito confuso, vinha aqui diante dessa grama e olhava para o céu na esperança de algo se clarear na minha mente

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Sempre que me sentia muito confuso, vinha aqui diante dessa grama e olhava para o céu na esperança de algo se clarear na minha mente. Estava escuro, e perante a tudo, pensava que só tinha eu nesse campo. Não queria voltar para casa, além da loucura que tive com a Elizabeth eu queria paz dentro de mim, e falando naquela feiticeira, ainda posso sentir o gosto dos seus lábios deliciosos nos meus. No entanto, precisava esfriar a cabeça e nada melhor do que vir ao único lugar onde podia aspirar e respirar em paz.

Sentia-me estranho pra um caralho, uma sensação fodida estava me engolindo aos poucos, e maldita seja, eu nunca senti isso na minha vida toda. Era como se eu tivesse encontrado a minha fonte dos desejos, mas ao mesmo tempo, precisava enchê-la com água doce.

Era esquisito, estranho, insano, indecifrável, era... Era paixão. Paixão? Merda, não, não é nada disso! Não, puta que me pariu, nem fodendo estou sentindo isso.

Não conseguia amar, não conseguia me entregar de pura alma, não podia ser isso de jeito nenhum, e mesmo que fosse, eu teria um plano para escapar dessa loucura. Transar com Rose foi maravilhoso, na verdade, foi bom pra cacete, aquele corpo lindo, pequeno e ao mesmo tempo sensual colado ao meu me trouxe uma sensação nova e única, e era por isso, somente por isso que eu devia esquecê-la.

De forma alguma eu estava me apaixonando, e o pior, me apaixonando somente com uma foda. Isso seria o cúmulo da idiotice que habitava em mim.

Rose podia ser a melhor garota do mundo, e ainda assim, eu teria motivos para me afastar dela porque sei como essa história acabava: eu amando, e depois sendo apunhalado quando menos esperava da pior forma possível. Nada me garantia que outra pessoa não faria igual a Isabel, não que eu esperasse muito de alguma vadia qualquer.

É, mas você convidou a Eliza para um jantar ao invés de só fodê-la, seu babacoide. Minha mente alertava pela vigésima vez naquela noite.

Esfreguei as mãos no rosto, observando a grama que estava encharcada e com um cheiro agradável tentando esquecer isso. A chuva havia parado, mas mesmo que eu quisesse jogar, poças de água cobriam várias partes do campo, seria pedir para me molhar outra vez, e bem, não precisava disso pela segunda vez na noite.

A pouca luz iluminava tudo e cansado demais para pensar, toquei minha mão por cima da minha calça branca, tendo certeza de que o papel filme que botei em casa da minha tatuagem não estava molhado por conta da tempestade que peguei minutos atrás. Tinha trocado toda roupa há cerca de cinco minutos, porque para minha sorte, lembrei de que sempre deixava uma peça da farda de golfe reserva no meu armário aqui clube, já que a que eu estava usando se encontrava ensopada dentro do meu carro nesse exato momento.

Tirei um taco da sacola preta ao meu lado, e voltei a fixar meus olhos no horizonte escuro. O lugar que eu me encontrava continha bancos reservas e uma cobertura sobre minha cabeça, o que me fazia relaxar caso começasse a chover outra vez. Levantei-me do banco tirando minha pequena bola da sorte do bolso da calça e a coloquei sobre o tee vermelho que estava posicionado na grama, mantendo a bola perfeitamente em pé para mim.

MEU DESEJO TENTADOR - livro 2 da série: Os AvellarDonde viven las historias. Descúbrelo ahora