22. PERSEGUIÇÃO

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Gunn estava sentado em uma cadeira que acabou de ser movida para a área entre a cozinha e a sala de estar. Suas mãos foram colocadas em suas virilhas; ele estava com muito medo até mesmo para movê-los. Esta foi a primeira vez que ele sentiu como se estivesse à beira do abismo que estava pronto para consumir sua vida. Mas ele não conseguia expressar muito de um sentimento tão apavorado. A outra pessoa estava sentada em um sofá, apontando a arma para ele com uma expressão despreocupada.

— Quando seu namorado voltaria? — Somsak perguntou.

— Ele deve voltar logo. Ele tem dormido aqui comigo ultimamente.—  Ele mentiu. Hoje, Wasan disse a ele que não viria, mas queria fazer o cara na frente dele acreditar que Wasan poderia aparecer a qualquer momento.

Somsak riu. — Garoto esperto. Deixe-me dizer uma coisa, pessoas inteligentes geralmente morrem jovens. — O homem de meia-idade olhou para Gunn. — Vamos direto ao assunto. Por que você invadiu minha casa ontem à noite?

— Não faço ideia do que você está falando, professor. — Gunn respondeu calmamente.

Somsak suspirou pesadamente. — Ei Gunn, você não deveria mentir para mim neste momento. Sejamos francos comigo. Por que você entrou na minha casa e o que você viu?

Gunn cerrou os punhos e pensou duas vezes sobre a situação. Ele esperava que Wasan parasse por qualquer motivo, mas esse desejo parece improvável. — Professor, como você sabe que sou eu? O cara na foto pode ser qualquer um.

— Só um ladrão anormal não teria roubado nada. Eu vi que você está vigiando minha casa do seu carro desde ontem à noite. Não pode ser outra pessoa. — Somsak falou com uma calma inacreditável. — Então, me diga o que você encontrou quando entrou na minha casa ontem à noite.

Gunn balançou a cabeça. — Você não atiraria em mim de qualquer maneira. Ou então eu não daria a resposta que você queria. Já houve mortes suficientes de funcionários do hospital.

— Eu não faria mal a você, mas seu amado inspetor pode não estar muito seguro. — O que Somsak acabou de dizer fez Gunn imediatamente levantar a cabeça. — Então, podemos ter uma conversa decente agora?

Gunn virou a cabeça para o outro lado com uma expressão magoada e furiosa. Ele pensou que havia planejado tudo bem, mas acabou escapando das mãos da polícia e pode até colocar sua amada em perigo. Ele não conseguia se perdoar por esse erro.

Somsak levantou-se e aproximou-se de Gunn; a arma ainda estava apontada para ele. — Deixe-me mudar a pergunta. Você contou o que descobriu para alguém? Seu namorado sabia?

Gunn decidiu bravamente olhar de volta em seus olhos. — Se a polícia soubesse, você não estaria apontando uma arma para mim assim.

Somsak sorriu insidiosamente. — Ok, finalmente estávamos falando a mesma língua. — Somsak estendeu a mão e pegou Gunn pelo queixo. Gunn olhou de volta e não evitou seus olhos. — Penso em duas possibilidades. Primeiro, você já contou a outra pessoa. Em segundo lugar, por algumas razões, você ainda manteve meu segredo. Como é o último, as  coisas seriam mais fáceis. — Somsak abaixou a cabeça para Gunn.

— O que você disse estava correto. Eu não queria que mais nenhum funcionário do meu hospital morresse. Vamos fazer um acordo. Você mantém meu segredo selado e eu... faria o mesmo por você.

A luz nos olhos de Gunn vacilou por um momento, mas ele preferiu permanecer em silêncio.

Somsak continuou. —Devemos continuar vivendo uma vida pacífica como esta. Não complique as coisas. Não me acaricie da maneira errada. Se você quebrar a promessa, você definitivamente vai se juntar a mim na prisão.

Gunn fechou os olhos, tentando se acalmar por alguns segundos. — Não tenho nada a esconder.

Somsak riu alto. — Você pode negar se quiser. Eu sei que você está com medo da minha ameaça de qualquer maneira.

Ele franziu as sobrancelhas. — Professor, você matou o farmacêutico Boze, não foi?

— Você já sabe o suficiente, doutor. — Somsak deu um tapinha no ombro de Gunn enquanto se afastava. — Está resolvido então, Gunn. Não torne as coisas mais complicadas do que são. É melhor você continuar vivendo sua vida com seu namorado do que se envolver nessa confusão toda. Depois disso, se você não se sentir confortável em trabalhar comigo aqui, pode me dizer. Se você quiser se mudar para outros hospitais locais, eu o ajudarei com uma boa recomendação.

Gunn avaliou que a saída mais sensata era dar um passo para trás e aceitar a oferta do assassino à sua frente. Ele concordou com a cabeça e apontou para sua pasta no sofá. — Por favor, pegue, professor. Eu também vou deletar os arquivos.

— Bom! Por favor, apague-os na minha frente, agora. — Somsak pegou a maleta de Gunn. — Se eu visse que essas fotos vazaram mais tarde. Você deve estar pronto para arrumar suas coisas e me seguir.

EUTHANASIA: SPARE ME YOUR MERCY [NOVEL]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora