15. A CANETA PERDIDA

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— Wasan, não vá para dentro ainda. — Aim, um inspetor levantou suas mãos para impedir Wasan de entrar na sala de interrogatório onde Guntapat e o vice-superintendente Bert estavam.

Wasan deu alguns passos para trás com uma expressão desconfortável. Aim olhava para Wasan com olhos simpáticos.

— É melhor você voltar e esperar em sua mesa. Vou lhe contar como foi quando terminar.

Guntapat estava sentado em uma cadeira, de frente para o vice-superintendente, com uma mesa no meio. A sala estava sombria, cheia de pressão. O ar dentro da sala era tão pesado e sufocante. Guntapat sentava-se ereto em sua cadeira com uma expressão calma, sem demonstrar nenhuma agitação ou culpa.

— Ouvi dizer que você perguntou pelo farmacêutico Chanchai um dia antes de ele morrer, e no mesmo dia ele morreu. É verdade? — Bert lançou uma pergunta a Guntapat em tom agudo.

— É verdade. — Ele respondeu sem qualquer hesitação.

— Você pode me dizer por que você tentou encontrá-lo?

—- Ele e eu não nos conhecíamos pessoalmente como já disse. — ele respondeu. — Naquele dia, eu queria consultar o farmacêutico Boze sobre a dosagem anti-hipertensiva de um paciente de visita domiciliar. Voltei para revisar a medicação prescrita no hospital e pensei que poderia não ser a mesma que havíamos dado para o paciente. Eu estava preocupado com os efeitos colaterais. O farmacêutico Boze costumava visitar o paciente comigo, então ele é a única pessoa que deve ser capaz de se lembrar do medicamento do paciente sob meus cuidados. — Guntapat parou por um momento e então continuou,"Eu não tenho o número de telefone dele ou LINE para contatá-lo pessoalmente, então fui até a sala da farmácia e perguntei por ele. No primeiro dia, a farmacêutica me disse que o farmacêutico Boze ligou dizendo que estava doente. No dia seguinte, ela disse que ele havia desaparecido e não podia ser contatado. Quando não consegui encontrá-lo, não pensei muito nisso. Planejei encontrar as informações sobre o medicamento sozinho ou consultar outros farmacêuticos.

O vice-superintendente Bert olhou para ele com um olhar que tentava penetrar em sua alma.

— Você sabia que o farmacêutico Chanchai era gay?

Guntapat ergueu as sobrancelhas.

— Os gays não precisam estar sempre cientes da orientação sexual uns dos outros. Eu não sabia disso, senhor.

— Você sabe se o falecido tinha algum relacionamento com alguém?

Ele balançou sua cabeça.

— Nós mal nos conhecíamos. O farmacêutico Boze nunca me contou nada sobre seus assuntos particulares.

— Você insiste que não teve um relacionamento com o Sr. Chanchai?

— Não, eu não tive. Eu gosto de namorar um de cada vez. Guntapat sorriu. — Há apenas uma pessoa que eu amo. Ele está trabalhando aqui. Todos deveriam saber disso.

O vice-superintendente Bert não demonstrou nenhuma emoção em seu rosto, mas Guntapat sabia que essa resposta criaria uma pequena amostra de desgosto no homem hétero.

— Essa é outra coisa que quero perguntar; você e o inspetor Wasan estão realmente juntos?

Guntapat ficou em silêncio por um tempo, como se estivesse tentando encontrar a resposta certa.

— Não é exatamente estarmos juntos. Mas nós temos nosso doce momento juntos e somos mais próximos do que apenas conhecidos. Wasan não vai me aceitar até que eu possa provar que sou inocente. Para Wasan, a justiça vem em primeiro lugar. Ele apenas me disse que se eu fosse um assassino, seria aquele quem me algemaria.

EUTHANASIA: SPARE ME YOUR MERCY [NOVEL]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora