Carnaval e ciúmes

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Naruto despertou primeiro, um milagre, dos grandes. Quase sempre, ou melhor, sempre, dormia todo largado na cama, braços e pernas abertas enquanto seu marido ficava encolhidinho. Mesmo que eles dormissem abraçados, o resultado final da noite era geralmente esse: o loiro ocupando espaço de três pessoas no colchão. Pois bem, mais espaçoso que ele só mais um dele.

Por segundos, se virou de lado admirando a nuca do moreno, que estava deitado de costas repousando a cabeça no travesseiro. Sasuke era lindo, até assim. O cheiro natural dos fios de seu cabelo e o da sua pele, os quais lembrava o aroma de pêssego, exalavam naquele espaço.

O lençol cobria até sua cintura, deixando boa parte de suas costas de fora, a blusa por estar um tanto levantada se permitia ver algumas pintinhas pretas. Gostava de senti-la com as pontas dos dedos, e não se acanhou. As extremidades de suas digitais desceram pela espinha dorsal como uma dança preguiçosa, até que o moreno despertou, se espreguiçando, e alongando os músculos. Se virou com os olhos ainda entreabertos, despertava aos poucos, sentindo o contato do marido. O Uzumaki lhe deu um beijo na pontinha do seu nariz, consequentemente, ganhando um sorriso tímido com os lábios, depois um olhar caloroso daqueles olhos ônix.

— Bom dia, amor.

— Bom dia. — o Uchiha pausou, porque sabia exatamente o que passaria na cabeça do esposo. — Amor.  

Era algo que o loiro sempre reclamava: “Bom dia, Naruto. Vai, levanta logo!”. Mas de fato, Sasuke lhe acordava o chamando de amor também, chamava uma, duas e na três, berrava seu nome, só assim o preguiçoso acordava pra trabalhar. Sempre assim.

O Uzumaki o puxou pra mais perto, sorriu ao se aproximar do rosto do esposo que apenas fechou os olhos aguardando ser beijado, mas antes disso ele passa os dedos pelos seus cabelos, e os ajeitou atrás da orelha, as digitais desceram pela sua nuca e pescoço sentindo os pelos do moreno se eriçarem. Suavemente arrastou a mão pelo seu colo até acariciar superficialmente seu peitoral forte por sobre a blusa. 

— Não precisamos fazer isso, amor… — Sasuke retornou abrir os olhos, desde que Naruto retornou do hospital não tiveram nenhum contato muito íntimo, sexo não era a prioridade naquele periodo, e por mais que gostasse das saliencias entre si, não era uma necessidade, ver Naruto bem, importava muito mais. Então bastava tê-lo, vivo, apenas isso lhe era suficiente. 

Naruto encurtou a distância e beijou seus lábios. Mesmo tanto tempo juntos, a sensação era sempre incrível, um borbulhar no estômago, como borboletas alvoroçadas nele, um arrepio que percorria a espinha de baixo para cima e uma sensação palpitante no coração. Lábios tão convidativos, tão macios que dava a prazerosa sensação de estar tocando as nuvens do céu. Só tocou. Só um leve roçar, seguido de ambos lábios sorrindo. 

— Teme… — debochou. 

— Pra você, amor… é amor da sua vida. — debateu o Uchiha que pegou seu rosto com as duas mãos e beijou com fúria a sua boca. Naruto abriu a boca, permitindo que a língua quente do marido explorasse cada cantinho de si. Chupando, sugando, mordendo os lábios um do outro até que chegasse a ausência de ar.

Assim, até que se separam, Sasuke mirou dentro dos olhos azuis como céu do marido, adentrando em sua alma de outra forma agora. O loiro retribui, suas almas estavam devidamente conectadas. Permaneceram por alguns instantes em silêncio, os carinhos cuidadosos brandaram seus corpos. O sol, agora, aquecia as cores das paredes do quarto, se alastrando pelo porcelanato do chão e nos lençóis claros da cama. Era uma manhã linda, perfeita para dois apaixonados. 

Sasuke sentiu a maciez da mão do marido desenhando seu corpo até a cintura e descendo até sua coxa. O moreno retribuiu,  acariciando o peitoral dele por cima da blusa.

A três Onde as histórias ganham vida. Descobre agora