Reciprocidade

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Após desabar em seus braços, Sasuke se manteve por alguns segundos em silêncio, não foi um tempo longo, durou o necessário até que ele se recuperasse do seu momento frágil. Para Hinata, aquilo era uma novidade muito inesperada, ver o Uchiha daquela forma partiu seu coração em muitos pedaços, principalmente, porque ela sabia como era amar Naruto, e como era difícil a sensação de perdê-lo. Doía em seu mais profundo sentimento, como se aquela ferida mal cicatrizada fosse aberta de um jeito pior. A Hyūga não fez nenhum questionamento por hora, apenas respeitou o momento dele até que finalmente viesse a se pronunciar.

Antes de entrar no Hospital, presenciou uma pequena confusão na recepção do lugar, e, ao avistar quem estaria envolvida nela, passou rápido para dentro sem nem mesmo respirar, foi fácil de identificar sua ex-sogra, que tinha um temperamento notável o qual ela conhecia bem, principalmente, a forma astuta diante as coisas. Kushina é como uma fera quando se trata de seu filho, tinha total ciência disso. Por isso quando ouviu os berros altos, imaginou o motivo de todo aquele auê, já que ao lado dela, estava seu ex-sogro e um rapaz que tinha traços muito semelhantes aos de Sasuke. Acabou deduzindo por si só que devia ser o irmão mais velho dele, o mesmo que Naruto uma vez havia comentado.

Sem perder tempo, passou pela atendente na recepção e logo teve seu acesso liberado ao andar indicado, e agora, lá estava ela, sentada junto a Sasuke, tentando conter suas emoções de nível pessoal. Emoções ligadas ao grande amor da sua vida, pensar em perdê-lo para a coisa mais certa para os humanos: a morte. Lhe causava um desespero interno. Não podia demonstrar tanto sentimento e angústia, devido ao fato de poder deixar Sasuke mais aflito e também para não sair como a mulher que ainda ama o marido dele. Seria, no mínimo, desconfortável. Por isso, se conteve em apenas fazer companhia, omitindo sua preocupação profunda, precisava ser mais forte ali, engolir o choro e o medo que os afugentam e pensar positivo, afinal, tudo ficaria bem, Naruto era forte, dificilmente desistia.

Por um instante, o moreno se levantou ajeitando seus cabelos e sua roupa, no fundo ele sentia-se envergonhado por ter se exposto daquela forma, já era um saco toda aquela situação e ainda se mostrar daquele jeito só o deixava mais desconfortável.

- Obrigada por vir, Hinata. - Ainda de costa para ela, pronunciou o agradecimento com dificuldade. - Peço desculpas se atrapalhei sua noite.

A Hyūga suspirou, percebendo perfeitamente o que o Uchiha marrentinho estava fazendo. Ela sabia que não adianta se mostrar durão, nessas horas em que não sabemos o que fazer, o que falar ou qual decisão tomar, a mente da gente entra em pane, uns lidam distraindo-a seja ouvindo música, conversando ou até mesmo se exercitando, dormindo, mas a descarga de emoções sempre vêm no choro. Afinal, ela é necessária.

- Eu vim o mais rápido que pude, Sasuke. - a expressão no rosto angelical era tranquilizante, trazia um conforto. - E, por kami, não se preocupe, vocês jamais tomariam meu tempo, você e Naruto são importantes para mim, estou a disposição para ajudar no que for necessario. - Nesse momento, o Uchiha soltou um suspiro sem palavras para responder, a morena parecia não ser desse mundo, por um momento ele pensou em como que Hinata conseguia ser tão gentil com ele, mesmo que há uns tempos tivessem melhorado a sua convivência, não deixou de se sentir um idiota quando foi rude por diversas vezes com ela. Pois bem, cá estava a própria, o ajudando em seu momento mais delicado, inteiramente solicita a situação. Era de se admirar sua atitude tão simplista e sincera. - Enfim, aceita um café? Vi uma máquina aqui no andar - levantou-se em um pulo, sentia que precisava tomar algo, um trem mais amargo dessa vez.

- Sim, se não for incomodar... - soou bem vago, olhando para o nada, sua cabeça não parou um só minuto.

A morena entendia essa inércia, essas divagações, afinal, ela também sentia-se assim, mas não demonstrava. Mil coisas passavam por sua cabeça, mil possibilidades, mil cenas do loiro se acidentado e, por tudo que lhe era mais sagrado, como isso doía. Contudo, tinha que se manter forte pelos dois, principalmente pelo marrentinho ao lado.

A três Where stories live. Discover now