Minha culpa

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Notas do autor

ATENÇÃO.
Esse capítulo foi escrito NA PRIMEIRA PESSOA. É um capítulo íntimo, onde trabalhamos somente Sasuke.

Pra quem é amante de sofrência,vai uma trilha sonora, e se atentem a tradução e ao clip dessa música.

https://youtu.be/FASlzY5y8IE

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Por Sasuke

Eu não sei, eu não faço a mínima ideia como cheguei nesse hospital, eu apenas cheguei, desesperado, transtornado, angustiado, por não saber exatamente o que esperar, é como se meu peito tivesse sido aberto e algo dentro dele arrancado. Idiota, eu o avisei para me ligar! Eu disse que iria buscá-lo, Naruto, por que você nunca me escuta? E por que eu dei aquela maldita chave pra você? Por que eu dei aquela chave? Por quê?

Minhas mãos tremem tanto que mal consigo achar a minha carteira no meu próprio bolso da calça. Assim que a peguei, ela caiu no chão aberta com minha identidade à mostra, Tsc... Sasuke Uzumaki Uchiha. Quem diria que um dia eu casaria com alguém tão impulsivo, tão feliz, tão puro...

A mulher da recepção digita no teclado do computador a procurar do nome dele no sistema, eu respiro e inspiro, diversas vezes, querendo que ela encontre o mais rápido possível. Sua expressão indiferente me queima por dentro, eu só quero que ela seja um pouco mais eficiente, porque meu coração está prestes a sair pela boca, no entanto, a mulher continua em um ritmo despreocupado enquanto conversa aleatoriamente com a outra recepcionista, rindo de sei lá o que. Não é possível que elas vão continuar essa porra de conversa em horário de trabalho, enquanto eu estou aqui aflito, porque é nitido, sem saber exatamente o que está a acontecendo.

- Naruto Uzumaki Uchiha?

- Isso. - Quase não consigo pronunciar a afirmação de tanto nervosismo

- Carteira do plano de saúde, por favor! - Entreguei o cartão, dedilhando impacientemente o vidro do balcão reproduzindo um som contínuo e incômodo.

Com o cartão em mãos, ela começou a digitar os dados usando apenas uma mão, vez ou outra, levantava o olhar na minha direção com um semblante apático. Por fim, ela apertou o enter no teclado que, possivelmente, resultou na impressora imprimindo uma folha.

- O que ele é seu? - Indagou com a mesma expressão, senti uma ignorância em seu tom de voz.

O que ele é meu. O quê? Ele é o meu amor, ele é meu melhor amigo, ele é alguém que me irrita todos os dias, ele é meu amante, o meu amor marginal, ele é tudo que eu tenho, ele é minha vida!

- Meu esposo.

Para variar ela deu um olhar brutal, igual aquelas cenas de filme que um procurado entra em uma loja de conveniência para comprar algo e o vendedor reconhece a cara dele que passou na televisão alguns minutos atrás. Sabe? Então, era como se eu fosse um criminoso, um filho da puta procurado por algum crime hediondo. Talvez o amor de dois homens seja exatamente isso para a maioria das pessoas, um crime, eles tratam como abominação amar uma pessoa do mesmo sexo, julgando ser anormal. Mas foda-se! Nasci doente! É o que todos dizem, mesmo sem usar palavras, seus olhares são sempre os mesmos, e eles falam: "você precisa de uma cura". Amar alguém é anormal?

- Meu esposo! - bati firme no balcão fazendo todos que estavam atrás dele arregalaram seus olhos. Filhos da puta! O fato de não estar chorando, não estar gritando, não estar me jogando no chão, não significa que eu estou aqui de passeio nessa porra! Caralho! Caralho! - Você pode me dar alguma informação sobre o meu esposo? - minha voz aumentou, enquanto meus olhos começam a navegar em lágrimas, eu só quero saber do meu esposo, só isso, será que é pedir muito?

A três Onde as histórias ganham vida. Descobre agora