Capítulo 15: A força da luz se manifesta completamente

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Sábado, 1h40.

— Não, Mateus. Ele mentiu para mim.

Sabrina ainda não conseguia acreditar que Metatron havia mentido para ela. 

— E se ele não mentiu? Se ele apenas omitiu por um motivo importante?

A dupla estava parada em frente ao portão de Mateus discutindo. Tudo tinha se tornado extremamente confuso para eles, especialmente para a jovem encarnada. 

— Mas por que ele faria isso, quando sempre mostrei que me sentia sozinha? 

— Mas você perguntou diretamente a ele se existia outro além de você?

A jovem já parecia estar mais calma com a situação. 

— Não diretamente. Mas lembro de certa vez ter perguntado sobre ter outros fazendo o mesmo trabalho que eu. 

— E o que ele disse? 

— Que não tinha mais ninguém trabalhando com ele, que só tinha a mim.

Mateus abriu os braços e fez uma careta amistosa para ela. 

— Então pronto! Ele não mentiu, apenas omitiu na brecha que sua pergunta dava. E pelo que percebi, fez de tudo para te proteger de alguma coisa. 

— Pode ser, e espero que ele tenha uma ótima explicação quando nos encontrarmos novamente. 

— Se você voltar a encontrá-lo.

Sabrina ficou surpresa com o que Mateus tinha acabado de falar, e percebeu que ele poderia estar completamente certo. Se o que Azazel disse estiver certo, talvez ela nunca mais veja o seu anjo mentor. Mas seus pensamentos foram interrompidos por uma voz vinda do alto da casa do senhor Antônio, o português. No início a dupla ficou confusa, pois os galhos das árvores da fachada da casa deram uma boa camuflagem para quem falava.

— Que bonitinho! Dois anjinhos mortais, e que não possuem asas, brincando na rua de madrugada.

— Quem é você? — perguntou Sabrina.

Lutero com um pequeno pulo caiu ao solo, em frente à janela da sala do português. 

— Então você é a popular encarnada que caça demônios possuidores no plano físico e mestiços. Vejo que não está mais sozinha.

Ela se colocou em posição de guarda, sendo imitada no mesmo instante por Mateus. Mas não invocaram suas armas por estarem na rua e o risco de serem vistos era grande. 

Com Lutero numa calçada e a dupla em outra, a rua era quem separava eles, e uma figura conhecida dos encarnados do nada cai no meio dela, pulando do alto da casa do português também. 

— Felizes em me verem novamente?

Mateus fez uma careta para Girão. 

— E então o demônio fedido reaparece.

Lutero deu uma enorme gargalhada. 

— Vejo que o rapaz te conhece bem.

O demônio demonstrou não ter gostado de tudo que ouviu, mas sabia ser melhor não falar nada sobre isso. 

— Vocês são os responsáveis pela morte do Luís Roberto. Merecem morrer.

Mateus, que estava chateado desde que soube da morte do jovem, explodiu em fúria. 

— Você é um tremendo de um filho da puta! Fez o rapaz tentar me matar, e no meio da confusão ele sem querer feriu o Marquinho e acabou morto.

Mateus não se deu conta, mas sua fúria o fez invocar sua espada e ele brilhava como o Sol. O brilho era tão intenso que Sabrina teve que fechar os olhos e colocar a mão esquerda em frente ao rosto, e a direita buscou uma de suas adagas que ela havia invocado. Do outro lado da rua, Lutero pulou novamente para a laje do português, e procurou camuflagem nos galhos das árvores que avançavam para a mesma.

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