Capítulo 13: O fim do mundo se aproxima

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Sábado, 00h37.

Mateus acordou e com um pulo bateu a cabeça no teto do carro.

— Ei! Cuidado aí para não destruir o meu carro — reclamou o motorista do Uber.

Ele demonstrava muita confusão, e Sabrina o olhava extremamente atenta, pois era a segunda vez, em poucas horas, que via ele apagar dessa forma. Aos poucos sua confusão foi passando e ele foi percebendo onde estava. Seus olhos encontraram os de Sabrina, que arregalados, o observava.

— Cruzes! Por que me olha assim?

Ela o observou ainda com mais atenção.

— Voltou para o mesmo lugar da outra vez?

— A atmosfera era a mesma que vivenciei no hospital, mas dessa vez estava no Top Shopping. Foi como se ao passarmos em frente dele, algo tivesse me puxado para ver o que estava acontecendo.

A curiosidade de Sabrina aumentava cada vez mais.

— E o que você viu lá?

Dessa vez ela percebeu confusão no olhar dele.

— Era tudo muito real, como se eu pudesse morrer a qualquer momento: desde a luta com os demônios até o confronto com o anjo.

— Confronto com o anjo?! Como assim?

Mateus se ajeitou no banco do carro e baixou a cabeça, colocando-a entre as pernas.

— Está tudo muito nítido na minha mente, mas ainda não consigo entender e acreditar. Posso jurar que tudo foi real.

— E por que não poderia ser?

Ele levantou a cabeça e olhou Sabrina nos olhos. Nesse momento o motorista virou à direita na Avenida Coronel Francisco Soares, subindo até o final e dobrando à esquerda na Avenida Floriano Peixoto. Mateus permaneceu esse tempo todo calado, e Sabrina não ousou interferir nos seus pensamentos. Mas logo sua atenção foi tomada pelo que viu: inúmeros demônios estavam em frente a Catedral da Igreja Colonial, na qual estavam passando em frente nesse exato momento. Parecia ser o final de mais um culto “sagrado”. Ela agradeceu por Mateus estar tomado pelos seus pensamentos ao ponto de não perceber a quantidade de demônios. 

— Sabrina, eu lutei contra demônios… eu lutei contra Azazel!

Ao ouvir isso, Sabrina sentiu um calafrio percorrer todo o seu corpo: como ele poderia ter tido contato com um anjo caído tão poderoso? 

— Azazel?! Você tem certeza, Mateus?

O motorista, que prestava atenção a cada palavra que o casal pronunciava, resolveu se pronunciar:

— É caso de drogas pesadas?

Os dois encarnados olharam fixamente para o motorista, numa clara manifestação de descontentamento com o comentário proferido pelo mesmo.

— Falta muito tempo para chegarmos? — perguntou Sabrina.

— Dez minutos.

Após isso a viagem transcorreu em absoluto silêncio até o motorista contestar o bairro para onde iam.

— Não tem problema nenhum entrar na Chatuba essa hora não, né?

— Só se você for policial ou de algum comando rival. Você é? — inquiriu Mateus.

— Pode ficar tranquilo. O bairro é grande e estaremos longe da parte onde você poderia encontrar qualquer tipo de problemas — afirmou Sabrina, que já mostrava conhecimento sobre a região.

O motorista ainda não estava convencido.

— Espero que não fique chateada, é que ouvimos muitas coisas sobre lugares assim. 

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