♡ Capitulo 69: "A vida é muito curta..."

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— Eu conheço muito bem quem o Keanu é, aposto que teve algum evento muito importante em Glasglow, que impediu que ele conseguisse te avisar. — Teoriza Katherine e sinto o colchão ao meu lado afundar.

Eu também quero acreditar que seja isso, mas, algo me diz que não. Homens possuem desejos sexuais e Keanu e eu, estamos muito tempo longe um do outro, conversar por chamada é uma coisa. Ele deve ter sentido falta do contato de uma mulher, homens precisam fazer sexo. Ao menos, é o que eu sempre ouvia as meninas da minha universidade dizerem.

— Não sei. — Respondo baixo, não tenho voz para discutir. — Talvez ele tenha se cansado de esperar por mim e decidiu dar uma oportunidade para a professora Margareth.

— Margareth?! — Katherine exclama, ela não aparece acreditar nas palavras que acabaram de sair de minha boca. — Isso é a coisa mais absurda que ouvi. Eu pensei que você fosse inteligente. — Dou de ombros, fingindo não me importar. — Ele ama você, Zoey.

— Se ele me amasse, Katherine. — Imito o seu tom de voz. — Ele estaria aqui essa noite. Ao meu lado. Me apoiando. — Falo pausadamente, a minha garganta raspando com a vontade incontrolável de chorar. Levo a minha mão entre o nariz e o meio da sobrancelha, eu sinto minha cabeça incomodar. — Katy, olha, se não se importa estou exausta e quero dormir. — Estico a minha mão, alagando o abajur do lado esquerdo da minha cama.

Minhas atitudes estão sendo um pouco infantil, tenho plena consciência disso, mas, eu estou triste. O sentimento de ser rejeição é péssimo, me sinto um zero a esquerda. Katherine não sabe o que é se sentir dessa forma, ela é maravilhosa. Eu planeei, criei mil e uma expectativas acerca dessa noite e agora tudo foi arruinado.

— Tudo bem, Zoey. — Katy acaricia meu braço. — Te vejo amanhã. — Ao sair, Katherine apaga o abajur do lado direito da cama.

Sozinha no quarto escuro, fecho os meus olhos, mas, não para dormir, eu não conseguiria dormir, lágrimas molham o meu rosto e o meu travesseiro, a garganta queima e sinto o meu peito sendo rasgado.

A decepção consegue nos causar dor física.

Pego o travesseiro extra e o aperto firme contra meu rosto, abafando os meus gritos e gemidos.

A claridade do sol, atinge o meu rosto e a contragosto me levanto da cama.

Sinto meu coração pesado por conta da noite anterior.

Desço as escadas em passos lentos, até a cozinha. Ao chegar mais próximo do cômodo consigo ouvir soluços intensos, alguém está chorando e sofrendo muito.

Sinto meu coração partido, diminuir um pouco mais de tamanho.

Muito minúsculo está.

— Isso vai passar, querida. — A voz da minha mãe tenta consultar, o que consigo distinguir ser a Katherine em prantos.

— Ele é meu melhor amigo! — Katherine exclama em um grito sofrido e meu coração acelera, causando uma forte dor.

— Oi. — Falo baixo ao me aproximar das duas mulheres, coloco minha mão sobre os ombros de Katherine. Seus olhos estão vermelhos e borrados pelas lágrimas. Sinto a fisgada conhecida do sopro em meu coração. — O que aconteceu? — Pergunto, olhando para minha mãe.

Além do Olhar © 2020Where stories live. Discover now