♡ Capítulo 28: "... Estou apaixonada pelo meu professor..."

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Ontem eu havia tido um jantar muito gostoso com o professor Davies, ele sabe ensinar como ninguém e meu coração tinha aprendido a ama-lo e a confiar nele

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Ontem eu havia tido um jantar muito gostoso com o professor Davies, ele sabe ensinar como ninguém e meu coração tinha aprendido a ama-lo e a confiar nele.

É um sentimento que não consigo explicar.

Nenhum de nós tínhamos tocado no assunto do beijo no escritório do senhor Roger.

E que beijo!

É fato que nenhum outro homem é capaz de me beijar daquela forma. Eu nem sei o que se passou pela minha cabeça quando eu simplesmente avancei para os lábios do professor Keanu.

Ele estava lá, tão incrível em sua postura de professor exemplar, me explicando como preencher aquele relatório que estava me causando dor de cabeça. Sua boca abria e fechava tão convidativa, o hálito dele me parecia tão atrativo e me lembrei daquela tarde de domingo em que sua boca tomou a minha e que nossas línguas dançaram em uma sintonia que jamais tinha sido vista antes, dos arrepios que o seu toque me causava, do calor de suas mãos em volta de mim.

Naquela altura eu não me importava pelo lugar em que estávamos, nem me passou pela cabeça o fato de que o senhor Roger pudesse voltar em qualquer instante, estava só eu e o professor Keanu, uma pequena distância estava me separando da perfeição dos seus lábios doces.

E foi o que eu fiz.

Em um impulso diminui nossas distâncias e o beijei.

Foi tão bom.

Eu me derreti em seu toque e quando ele colocou sua mão em minha nuca e puxou o meu cabelo, eu senti a excitação, o desejo. Eu o deixaria levar minha virgindade se ele quisesse, ali mesmo naquele sofá.

E como tudo que é maravilhoso, possui curta duração, o professor Keanu cessou o nosso beijo. Eu não sabia explicar de onde vinha toda a minha raiva.

Você não pode fazer isso. — Ele dizia. Eu sabia disso, eu não podia mas queria e fiz.

Esse homem perseguia os meus sonhos e me persegue na realidade também. O perfume dele é inebriante e estar em sua presença torna difícil resistir aos encantos. Há algo, uma espécie de laço invisível que me leva para ele.

Há uma conexão entre nós que não consigo explicar.

Então por quê você retribuiu?! — Eu o questionei, com raiva e amargura. Se ele não queria, então por quê ele tinha que me beijar de voltar?

Conseguimos deixar tudo isso de lado
durante os outros dias de estágio, criamos uma boa relação, entretanto, sempre que ele está próximo a mim eu sinto uma necessidade incontrolável de pertencer a ele.

Keanu Davies é meu professor, mas sinto como se fosse algo mais. Eu ainda não sei colocar em palavras o que me trouxe para cá, para essa cidade, para essa universidade, mas com certeza deve ter alguma ligação com o homem de cabelos castanhos até os ombros, olhos castanhos escuros e que possui uma barba por fazer.

Na manhã seguinte, liguei para minha mãe dizendo que iria pegar o próximo voo para o Condado de Oxfordshire.
Eu preciso resolver essa história da autorização de viagem, por isso economizei até meu último fio de cabelo para conseguir ir visitar a minha mãe.

Estou no aeroporto da cidade com tanta fome, mas não tenho um único trocado sequer. Tento me distrair lendo uma revista qualquer que fala sobre moda. Eu não ligo muito para isso.
Em particular, acredito que todas as pessoas possuem seu próprio senso do que é a moda, por exemplo, a roupa ideal para mim é aquela que me deixa confortável, para a Lady Gaga é aquela que chama a atenção.
Não acho certo que haja pessoas que nos ditem o que devemos, ou não, vestir. Acredito que devemos ser livres para usarmos o que nós quisermos.

Folheio as páginas da revista sem nenhum entusiasmo, faço uma careta para o look que a modelo da revista está usando: Uma blusa de alça branca, calça de cintura baixa com um cinto rosa e por cima de tudo isso, um casaco com pelos.

Isso é a alta moda?

Prefiro minha roupa básica, uma calça jeans surrada de tanto que eu a uso e uma blusa preta.

Ouço chamarem o meu voo. Estou ansiosa para abraçar a minha mãe, contar tudo para ela, na verdade...

Contar quase tudo.

Eu não posso chegar em casa e simplesmente dizer: "Olá mãe, estou apaixonada pelo meu professor, não é ótimo?"

Eu tenho bastante medo de voar, mas até que esse voo foi bem tranquilo. Não teve muitas turbulências e logo já estávamos no Condado.

Desembarco pela plataforma de metal do avião e lá está ela, a senhora Lancaster, me esperando com uma plaquinha escrito apenas o meu nome. Reviro meus olhos e sorrio para minha mãe, logo em seguida estou em volta de seus braços, o cheiro de sabão em pó em sua roupa me deixa mais do que relaxada, eu me sinto viva só por estar aqui.

É reconfortante poder vê-la depois de um longo mês longe.

— Senti sua falta, Zoey. — Diz minha mãe, enquanto caminhamos para a casa.

A casa da minha infância, onde todas as noites o prefiro Saint Andrews aparecia em meus sonhos.

— Eu também, mãe. Lá os dias são tão cansativos. — Falo, a puxando mais para perto.

As ruas da minha cidade natal são bem simples, os chão são de enormes pedras. Há uma pequena praça que eu sempre comprava sorvete do senhor Germano.

Todos aqui se conhecem.

Minha casa fica logo após essa praça. A casa é pequena, sua tintura é branca e possui um pequeno jardim com flores na entrada. Ao pisar dentro dela, o aconchego me invade. Solto o ar que nem sabia que estava prendendo

— Sobe, tome um banho e descanse um pouco antes do jantar. Você deve estar exausta da viagem. — Minha mãe sorri calorosamente e eu retribuo.

— Estou mesmo muito cansada. — Jogo minhas mãos para cima, espreguiçando -me e bocejando logo em seguida, meus olhos lacrimejam. — Meu estômago está estranho, eu definitivamente odeio viajar de avião. — Respondo para minha mãe, enquanto subo as escadas levando a mochila comigo.

Caminho pelo pequeno corredor em direção ao meu quarto, giro devagar a maçaneta dourada. Ah, o meu quarto. Tudo está no mesmo lugar desde o dia em que sai. Minha escrivaninha de madeira que eu mesma fiz para um projeto de Engenharia no Ensino Médio, minha cama de madeira branca.

Tudo permanece igual como se nada tivesse mudado, mas mudou.

Eu mudei.

Sinto que não sou a mesma garota desde que sai daqui.

Coloco minha mochila sobre a cadeira de madeira e me sinto na cama, pego meu travesseiro o levando até o meu rosto. O cheiro do lar.

Meu lar...

Lugar em passei momentos de dificuldades e mesmo assim nunca deixei de ser feliz.

Jogo meu corpo para trás, sentindo a maciez da minha casa, deixo o cansaço me vencer. Fecho os olhos lentamente e adormeço com a visão de um lindo par de olhos castanhos em sobre mim.


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Além do Olhar © 2020Where stories live. Discover now