♡ Capítulo 19: "Dor! Muito sangue e muita dor."

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A cena do sonho com Marie não sai da minha mente, o que ela quis dizer? Será que é mais um sinal que ela voltara?

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A cena do sonho com Marie não sai da minha mente, o que ela quis dizer? Será que é mais um sinal que ela voltara?

Chacoalho a minha cabeça na esperança de afastar tudo aquilo.

Vou tentar conversar com Zoey hoje, pedir desculpas pelo meu ato impulsivo na tarde de ontem. Já estou organizando minha aula, colocando um exemplar de Jean-Jacques O conto Social em cada mesa.

Coloco o último livro quando o sinal toca. Um par de olhos raros entra na sala, acompanhado por outra garota.

Seu olhar foi direcionado a mim, carregando o nosso pequeno deslize, ali também pude notar algumas olheiras aparecendo.

Ela também não havia dormido direito. Repentinamente a sala é tomada por "adultos", é dado a hora de dar início a mais uma aula.

—Como podem ver, na mesa de vocês há um exemplar do famoso Rosseau. Neste livro é falado um pouco sobre o pacto social. — Dou uma pequena pausa para escrever no quadro. —Essa espécie de contrato inicia um debate político e social. A questão levantada por Jacques é como preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar da vida em sociedade? Ele chegou em uma tese que podemos bem discutir.

A aula se seguiu calma, sem muitas conversas. Eu estou ansioso para o termino dessa aula. Em todo instante eu sinto o olhar de Zoey sobre mim e por um momento daria qualquer coisa para saber o que se passava naquela cabeça.

Será que ela sonhou comigo, com o beijo?

Todos os alunos estão saindo, peço para Zoey esperar um momento. A garota se despede de sua colega de classe e vem até mim.

—Eu quero me desculpar pelo beijo do outro dia. — Falo, finalmente, tirando um fardo do meu peito. —Não deveria ter feito aquilo, pode ter certeza de que isso não voltará a se repetir.

Ela suspirou.

—Tudo bem. —Foi tudo o que ela disse. — Esqueça isso. Não é como se a culpa fosse apenas sua, eu retribuí o beijo.

— Você é minha aluna. Sugiro que vá até a diretoria e me denuncie. O que fiz é um total absurdo e merece punição.

A garota arregala os olhos assustada por minhas palavras.

— Eu não posso fazer isso com você, Keanu. Você teria sua licença caçada e não poderia mais dar aulas e suas aulas são incríveis. Eu não vou fazer isso com você.

Ela levou as mãos para a cabeça e ao peito e começou a entrar em uma espécie de surto.

—Zoey?! O que está havendo?! — Pergunto, entrando em desespero.

— Dor! Muito sangue e muita dor. — É tudo o que a pequena e frágil garota diz, com dificuldade, antes de desmaiar em meus braços. Corro com ela no colo até a enfermaria de St. Andrews.

Colocam a garota desacordada na maca. Eu tive que voltar para a sala da aula, infelizmente eu não podia entrar. Eu estou desesperado e ansioso por uma resposta. Qualquer coisa.

—Zoey está acordada e quer falar com você. — A enfermeira da Universidade me avisou, mais do que depressa eu já estou dentro do quarto.

Vejo uma Zoey pálida, deitada na cama.

— Obrigada por ter me ajudado. Eu não entendo como essas coisas sempre acontecem comigo, hoje foi mais intenso.

Então tive um estalo.

— Quando você tem essas crises, você vê alguma coisa?

—Sim, muito sangue e tem essa dor muito forte no peito. — Ela fala, colocando a mão do lado esquerdo do peito. — Uma dor aguda.

Tudo em mim está rígido. Eu não sei o que pensar ou falar.

— E tem aquele teatro. — Meu coração congelou. — Eu nunca fui antes, mas a imagem é como se eu já estivesse ido lá, ao lado de alguém.

Não tenho tempo de perguntar nada, somos interrompidos pela Edna anunciando que o diretor me espera na sala dele.

"Algumas pessoas tem flashes de suas vidas passadas." Me lembro do livro que li em alguma noite dessas, eu quero muito consultar a Zoey com algum especialista, mas eu não sei como. Será um choque e tanto para ela, assim como está sendo para mim.

Preciso me aproximar um pouco mais, saber mais sobre ela. É perigoso, mas eu tenho que controlar o monstro em mim e tentar.

Bato na porta do escritório do diretor da Saint Andrews e a voz por detrás dela me pede para entrar.

— Senhor Blancher, queria me ver? — Pergunto entrando na sala.

— Sim, por favor, sente-se. — Obedeço, me sentando na cadeira a sua frente. — Espero que Margareth tenha te avisado sobre a viagem.

— Ela adiantou que falaria com o senhor.

— Sim. Quero te entregar os bilhetes de permissão. Visto que será uma viagem longe aqui e vocês precisarão passar uma noite em hotel.

Não tinha pensado nisso quando tive a ideia de ir para Auschwitz.

— Organizei toda a viagem para o mês que vem.

— Obrigado, senhor Blancher. Será uma viagem bastante aproveitada pelos alunos.

Fui dispensado.

Caminho de volta para a ala de enfermaria, mas Zoey já tinha ido embora.

 É o momento de ir para a casa também e conversar com Katy.


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