Keanu Davies é professor de uma renomada Universidade chamada Saint Andrews.
Sua vida era de certa forma perfeita, tinha uma linda esposa chamada Marie.
Ela possuía uma característica única e inconfundível, seus olhos, um castanho escuro tão intens...
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O estágio com Zoey está correndo muito bem apesar do beijo naquele dia.
O beijo deu margem para ativar toda a minha imaginação. Será que ela gosta de mim? Ou é apenas um fetiche seu?
Eu não posso deixar esses pensamentos me dominarem outra vez.
Zoey é mesmo uma perdição e eu estou completamente perdido nela.
Eu estou me apaixonando por ela.
A garota me têm, assim como me teve em sua vida anterior como Marie.
Após um dia longo e cansativo de estágio, chamo Zoey para um jantar, no qual ela aceita.
Estávamos bem.
Éramos dois amigos jantando.
Nós realmente tínhamos melhorado nossa relação nesses quatros dias, Zoey me compreendia. Ela confia em mim e dá para notar isso em seu olhar.
Eu sinto uma conexão tão forte com essa garota, não tenho como explicar em palavras o que acontece entre nós.
— Esses dias de estágio foram bem proveitosos. — Disse-me ela durante o jantar. — Eu aprendi bastante com Roger e com você também, claro.
— Que tal se adiantarmos um dos relatórios? — Sugiro. Tomando um gole do Whisky que eu havia pedido. — Por que não me relata o que aprendeu? — Levanto uma sobrancelha enquanto a encaro.
Agora? — A garota me pergunta surpresa.
— Sim. Agora, oralmente. Eu vou apenas anotar tudo. — Falo, inclinando-me para apanhar a minha maleta, retiro da mesma uma prancheta e uma caneta. Torno a olha-la sorrindo incentivando-a à falar.
— Bem, eu... — Ela faz uma grande pausa, mordendo o lábio. Aquele gesto incendeia todo o meu corpo. Viro novamente o copo de Whisky antes de Zoey voltar a falar. — Aprendi primeiro que trabalhar em uma empresa deve ser um saco. — A minha menina diz, apreensiva em relação a minha reação. Eu ri achando graça de sua fala.
— Ele deve sonhar que está analisando vários dados. Acho que Roger deve ser capaz de preencher um relatório com os olhos fechados. — Respondo.
Roger é um homem baixo e barrigudo, tinha poucos cabelos e usa óculos com cordinhas. Ele passa uma imagem de um homem extremamente monótono.
A conversa me faz lembrar um filme de Charlie Chaplin, aquele em que ele mostra a vida dos operários em uma fábrica. A exploração dos funcionários, na verdade. Uma cena muito trágica, porém mostrada de uma forma muito cômica que retrata bem essa exploração, é quando um dos personagens após um longo dia de trabalho, sai da fábrica ainda fazendo os mesmos movimentos repetidos de rosquear parafusos, o homem acaba "rosqueando" os seios de uma mulher que passava pela rua.
Dou um riso fraco com a lembrança.
Volto a prestar atenção na garota em minha frente.
— Voltando ao que interessa, o relatório... — Falo, encarando -a.
— Foram dias bem produtivos, de fato. Ser conselheiro de uma empresa e lidar com o público não é nada fácil. Você precisa saber todas as informações do prédio, conhecer todos os funcionários. É muito estressante. — Pontuou Zoey.
Esse foi nosso jantar, calma e cheio de conteúdo.
Ela é tão inteligente quanto Marie.
Quando mais conheço Zoey, mais eu noto que há certas diferenças entre as duas mulheres. Marie queria ensinar, ela gostava disso, enquanto a garota em minha frente, não. Zoey quer mudar o mundo de outra forma, criando leis e movimentos públicos, algo mais ativo e revolucionário.
É admirável e uma honra absurda ouvir ela falar sobre os seus ideais.
No final da noite eu estou em frente ao seu apartamento.
— A noite foi muito agradável. — Zoey sorri gentilmente para mim, o vento balança sutilmente os seus cabelos castanhos. — Obrigada, Keanu.
Sorrio para ela e abaixo a cabeça em um gesto de agradecimento silencioso. Ao vê-la passar pela porta a fechando, eu me sinto sozinho novamente.
Eu sempre me sinto assim quando minha Zoey não está comigo.
Me sinto triste.
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