♡ Capítulo 66: "Eu gosto de histórias de amor."

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As horas do dia haviam passado e eu finalmente consegui uma montagem perfeita do Bife Wellington*. Eu me sinto satisfeito, nunca tinha me esforçado tanto em uma construção de um prato. Após quinze minutos no freezer, eu o retiro e orgulhoso do meu trabalho, coloco-o na bancada da cozinha.

"Falta pouco..." Penso comigo mesmo e umedeço os meus lábios com a língua.

Com a delicadeza, eu removo o plástico filme que cobre a massa e com uma faca, em movimentos gentis, aparo suas arestas até atingir o formato correto do pão recheado. Apanho uma tigela limpa e nela quebro dois ovos, separando as gemas no recipiente e com o auxílio de um pincel culinário, eu dou suaves pinceladas de gema de ovo na massa. Com certa precisão, uso as costas da faca para enfeitar a massa com riscos verticais, deixando-a com a aparência de um baguete francês.
No forno pré aquecido, eu levo o bife para assar em uma forma de aço inox.

O observo por um momento e sorrio, se esse prato chegar, ao menos, perto do nível que a minha mãe o fazia, vou me sentir um homem realizado.

Com tudo bem adiantado, eu posso subir e tomar um banho.

Ao olhar a minha aparência no espelho do banheiro, caio em gargalhada. Meu cabelo está coberto por farinha de trigo, o suéter vermelho que uso, também está branco de farinha. Eu estou parecendo uma criança que acabará de aprontar muito na cozinha dos pais, e de certa forma, isso não foge da realidade, eu acabo de me aventurar nas panelas.

O bom dos invernos são os banhos quentes, o vapor envolve o banheiro de uma forma aconchegante e não sinto vontade alguma em sair daqui, mas eu preciso. Ao me retirar do calor proporcionado pelo chuveiro, me arrependo completamente, o ar gelado do quarto me causa arrepios. Eu poderia ter aproveitado o calor do banheiro um pouco mais.

Envolvo o meu corpo em um roupão preto e tento ignorar as gotas geladas de água que escorrem do meu cabelo em direção a minha nuca.

Retorno para a cozinha e abro o forno, o ar quente aquece meu rosto, observo que a parte de cima da massa que envolve o bife está começando a dourar, seguindo o tempo da receita, eu ainda possuo alguns minutos para me arrumar e vestir roupas quentes.

De volta ao quarto, eu encaro as minhas opções de vestimentas para o dia de hoje. Baseando-me em como me sinto, eu gostaria de apostar em algo mais sofisticado do que em minhas roupas sem graça de professor universitário. Eu não sou dotado de nenhum conhecimento sobre moda, longe disso, na verdade, mas eu conheço muito bem meus gostos, sei também o que cai bem em mim e o que não combina em nada com minha personalidade.

Algo em minha mente me diz que o simples é o mais sofisticado, e desta vez, eu confio em meu sexto sentido. Apanho uma camisa social branca, uma grávida cinza escura, por cima  um colete também em tom cinzento. Não há nada mais sofisticado que um colete sobre uma camisa social. Decidi aderir uma calça social da mesma cor do colete, nos pés, calço um sapato social preto, básico. Por cima de tudo, uso um trench coat*, na cor preta. Passo os dedos pelo meu cabelo, jogando-o um pouco para o lado esquerdo.

Estou pronto.

Retorno para a cozinha e abro mais uma vez o forno para checar o ponto do Bife Wellington*. A massa aparenta estar em seu ponto certo, um dourado muito atraente. Envolvo minha mão em um pano de prato e retiro a forma do forno. Com cuidado para não desmanchar todo o trabalho que tive, eu coloco o Bife Wellington* em outra travessa de vidro, bem mais apresentável do que a forma de aço anterior, em seguida, cubro-o com papel alumínio para que se conserve a temperatura até que chegue em Saint Andrews.

Sem mais enrolação, pego as minhas chaves e a travessa. Dirijo em direção ao apartamento de Katherine.

— Boa noite, Otto. — Cumprimento o porteiro assim que desço do carro, em frente ao prédio.

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