Anaya Kamil tinha tudo o que considerava essêncial para ser feliz, mas uma tragédia a torna órfã. O destino levará Anaya a conhecer Alexandre Salvatore no campo de refugiados quando ainda ela era menina e ele um médico inexperiente.
Voltam a...
"O que mais é o amor? A mais discreta das loucuras, fel que sufoca, doçura que preserva"
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Anaya Kamil
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Dallas, seis anos depois...
Quarta-feira, seis anos de casada, trinta e sete filhos, um biológico e o restante do coração, o número de filhos que tenho tende a aumentar a cada dia, semana ou mês. O abrigo se tornou maior, a casa se tornou num casarão, tivemos ajuda vinda de todos os lados, incluíndo da minha irmã — É, essa mesma que sumiu para o resto do mundo e tornou-se numa patrocinadora anônima. Lamentava muito que ela estivesse tão distante, mas respeitava a sua escolha.
Um dia, depois do trabalho fui interpelada por Alexandre preocupado comigo, aquele segredo estava a dar cabo de mim era algo que eu queria muito poder partilhar com todo mundo mas não podia, entretanto não pude continuar escondendo do meu marido a verdade sobre onde Zahara estava e o porquê de ter sumido para todo mundo. Quebrei uma promessa e ganhei três meses de desprezo da minha irmã.
— Você está colocando tudo pelo qual me sacrifiquei em risco! A única coisa com a qual você se importa verdadeiramente é esse seu marido. Tu não queres saber de mim, do Daren ou das suas amigas! Espero que tenha valido a pena...
Naquele dia, não tive argumentos ou justificativas por ter quebrado uma promessa familiar, apenas minha consciência não estava me permitindo mais continuar ocultando a verdadeira razão por ela ter sumido para todos... não para o meu marido.
Arquei com as consequências durante três meses, no quarto mês ela voltou a atender minhas chamadas e depois de alguns dias já conseguia rir das minhas piadas. Éramos irmãs, sempre fomos amigas e ninguém podia mudar esse facto. Claro que eu tenho lutado mais que ela para manter nossa relação saudável.
Alexandre acabou transtornado com toda verdade, ficou sem me falar pois eu me casei com um homem que não briga, ele te despreza até você se render, dormiu de costas viradas na primeira noite e depois já estava novamente me fazendo na mulher mais feliz do mundo. Dizer que tenho vivido um conto de fadas seria uma utopia, ou estaria criando uma versão do "E viveram felizes para sempre" — lamento lhe informar, mas isso não existe. Aqui somos pessoas de carne e ossos, cometemos erros e tem dias que eu quero simplesmente sumir, me sinto exausta e sem tempo de cuidar mim porque decidi que teria trinta e sete filhos. — As saídas às sextas-feiras com as minhas amigas, é a única coisa que ainda faço sozinha na vida. — Então, existem momentos que sim, me sinto miserável. Mas acredite, não trocaria minha vida por outra qualquer. As coisas maravilhosas que vivo diariamente com o meu marido e os meus filhos, se sobrepõe a tudo.
