46 - Procurando Um Amigo

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Esperei, sentada sobre a parte da frente do carro do Aaron, de olhos fechados, com o sol tocando na minha pele.

Aaron e Daryl tinha entrado em uma loja, para vasculhar, e eu ficara vigiando.

De repente, abri os olhos e vi um zumbi se aproximando da porta da loja. Suspirei, peguei o bastão e pulei do carro, me aproximando dele enquanto rodava o bastão.

Ergui e bati na sua cabeça, fazendo o corpo cair no chão, mas do nada, um outro morto surgiu e segurou o meu braço, puxando.

- Droga! - Esbravejei.

Tentei me soltar, mas ele não soltava. Então ergui o pé e chutei ele para longe de mim, fazendo ele cair no chão.  Depois abaixei, ergui o bastão e bati no seu rosto, uma e outra vez.

- Alguém acordou do lado errado da cama.

Parei, olhando para trás, e vi Daryl e Aaron me olhando, de pé, junto da porta.

Suspirei e levantei, sacudindo o bastão e indicando os corpos no chão.

- Esse ia entrar na loja, esse ia me morder. - Dei de ombros e olhei Aaron. - Nunca viu, não?

Ele sorriu. - Só comentei.

- Uhum, sei. - Coloquei o bastão no ombro e indiquei a loja. - Terminaram? - Ele assentiu. - Então vamos embora.

Colocámos as coisas no carro e olhei para Aaron.

- Vamos atrás dele? - Perguntei, me referindo ao homem de poncho vermelho que a gente viu no dia anterior.

Aaron suspirou. - Acho que deveríamos tentar.

Assenti e troquei um olhar com Daryl.

Eu odiava aquilo, sair em busca de pessoas para convencê-las a irem para Alexandria.

Mais na frente, deixámos o carro na beira da estrada e Daryl escondeu a moto, e entrámos na floresta. O caipira seguia na frente, olhando o chão e tudo em redor com demasiada atenção.

Aaron, mais atrás, andando do meu lado, indicou Daryl.

- Ele é bom nisso.

Assenti, olhando as costas do Daryl e sentindo algo que poderia ser chamado de orgulho, crescer no meu peito. Ergui o queixo e sorri.

- Ele é, sim.

Daryl me olhou por cima do ombro, mas continuou andando.

Daryl abaixou, mexendo no chão e depois nos olhou. - Ele seguiu naquela direção. - Ergueu a mão e olhou Aaron. - Tem certeza disso?

- Temos de tentar.

Eu sorri, segurando o bastão no ombro.

- Se ele for um idiota, podemos sempre abrir a cabeça dele.  - Os dois ficaram me olhando e eu dei de ombros. - O que foi?

Aaron riu e Daryl levantou, colocando a besta no ombro, passando por nós e seguindo o caminho.

Depois de horas andando, chegámos num portão enorme, trancado, onde se podia ver um armazém gigante, com vários caminhões.

Enquanto Aaron e Daryl desenhavam um plano, e pensavam se deveriam entrar ou não, eu ergui o bastão e bati com força no cadeado, tentando quebrar ele. Depois de várias tentativas, consegui quebrar e percebi os meninos me olhando.

- Credo, o que foi? - Perguntei.

- E se tivesse zumbi do outro lado? - Daryl me olhou.

Ergui as sobrancelhas e olhei o espaço na nossa frente, ergui a mão, mostrando o obvio. - Não tem nada aqui. - Atravessei o portão. - Vamos.

Entrámos e deixei os meninos irem na frente, vendo Aaron ficar encantado com uma placa de um dos caminhões.

Sorri. Aaron estava se revelando diferente do que eu imaginava.

Observei o lugar, era estranho tudo aquilo estar vazio, cheio de comida, e sem nenhuma proteção a não ser um cadeado.

Daryl abriu um dos caminhões e todos os outros abriram juntos, fazendo com que vários zumbis saíssem de dentro.

Puxei o seu braço e levei comigo, para longe dos mortos, mas depois percebi que Aaron ficara para trás.

Corri na sua direção.

- Zoe! - Daryl tentou me impedir.

Ergui o bastão e bati na cabeça de um zumbi que se preparava para morder o Aaron. Puxei ele e saímos dali, mas era impossível fugir.

Daryl achou um carro e entrámos, eles na frente e eu no banco de trás. Ele me olhou por cima do banco e esticou o braço, segurando o meu rosto manchado de sangue.

Suspirei. - Não é meu.

Daryl respirou fundo e assentiu, regressando na posição inicial.

- Como vamos sair daqui? - Disse Aaron, olhando os mortos na janela, nos cercando.

Daryl olhou em volta e acendeu um cigarro. - Talvez algo chame a atenção deles.

- Ou talvez isso seja uma armadilha e o que surgir depois seja pior do que zumbis. - Falei.

Aaron me olhou, com uma expressão preocupada.

Dei de ombros. - Não me olha assim.

Ele sorriu. - Obrigado por me salvar, lá fora.

Assenti. - Tudo bem.

De repente, algo bateu no vidro, chamando a atenção de todos nós e vi algo lá fora, matando zumbis. Parecia um homem...

Ele abriu a porta do Aaron e mandou sair. Ele saiu de imediato, pegando a faca e espetando as cabeças deles.

Daryl saiu e eu pulei no banco da frente, saindo, erguendo o bastão e batendo nas cabeças de todos os zumbis que conseguisse.

De repente, olhei e não vi Daryl e Aaron, apenas mortos.

- Daryl! - Gritei.

Eu não podia perdê-lo. Eu não aguentaria perder mais ninguém.

Um homem surgiu do meu lado e impediu o meu ataque com o que parecia ser uma espécie de vara.

- Eles saíram. Vem!

Segui ele, matando zumbis e por fim saímos daquele lugar, fechando o portão e trancando ele.

Olhei para trás e vi Daryl se aproximando de mim. Ele me abraçou com o braço livre e eu imitei o seu gesto, apertando forte. Senti um alívio enorme por ele estar bem.

Nos afastámos e Aaron tocou no meu ombro, fazendo uma espécie de carinho.

Depois olhámos o homem que nos salvara e, enquanto Aaron falava com ele, eu o observava. Descobrimos que se chamava Morgan.

Era alto, de pele escura e vestia roupas claras, segurando uma espécie de vara e parecia ser realmente boa com ela.

Depois de recusar a oferta de Aaron, para seguir até Alexandria junto com a gente, ele tirou algo do bolso e entregou a Daryl.

- Poderiam me indicar onde estamos?

Olhei as mãos de Daryl e vi que era um mapa, mas algo nele chamou minha atenção. Ele tinha algo escrito, e eu reconheci a letra de Abraham.

Franzi o cenho e espreitei por cima do ombro do Daryl.

- Onde você achou isso? - Perguntou Daryl.

- Estou procurando um amigo. Rick Grimes.

Assim que chegámos em Alexandria, já após o anoitecer, Daryl tocou no meu braço, enquanto seguiamos atrás de Aaron e Morgan.

- Acha que isso foi boa ideia?

Dei de ombros. - Pode estar mentindo e apenas ter lido o nome no mapa.

Escutámos barulho junto da casa da Deanna e nos aproximamos, apenas para ver uma cena surreal.

Rick, coberto de sangue, falava alto, para todos os ali presentes. O marido de Deanna estava morto, no chão...

Franzi o cenho, ao mesmo tempo que segurava o bastão com força.

- Rick? - Disse Morgan.

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