44 - Primeira Vez

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DEDICADO Á MELHOR LEITORA QUE UM ESCRITOR PODERIA TER sinamillar618

No dia seguinte, Deanna preparou uma festa para nós, que iria se realizar nessa noite.

Eu me recusei a ir, e Daryl também. Era ridículo! Nós lutavamos por sobreviver, vimos nossos amigos serem mortos por andarilhos que não deveriam existir, e aquele povo queria fazer uma festa?

Quanto tempo a gente passou sem comida, sem água, sem abrigo? E eles? Tenho certeza de que, se colocasse aquelas pessoas lá fora, elas não sobreviveriam um minuto. Pareciam ter esquecido de como o mundo estava atualmente.

Nessa noite, eu estava na minha casa, ainda sem acreditar que tinha água encanada, quando Rosita e Tara entraram sem nem bater.

Olhei elas.

- Z, me fala. - Disse Rosita. - Me deram esse vestido, para a festa. - Passou a mão pelo seu corpo e me olhou. - Como estou?

Sorri. - Deslumbrante.

Tara assentiu. - Eu falei. - Depois me indicou. - Você não vai?

Soltei um som nasalado. - Acha? Já alguma vez me viu de vestido?

Rosita cruzou os braços. - O Daryl iria adorar.

- Cala a boca. - Sorri.

- Ah você gosta dele, qual o problema? Deveriam ir.

- Isso não vai acontecer. Não quero uma festa. Quero minha família em segurança e esse lugar... - Indiquei tudo em redor. - Me parece perfeito demais.

Mais tarde, depois de decidir sair de casa e respirar o ar puro da noite, descobri Daryl junto de uma árvore, olhando a casa de onde saía a música.

Me aproximei. - Pensando em entrar?

Ele me olhou. - Claro que não. Isso é ridículo.

Assenti. - Eu sei. - Estiquei a mão para ele. - Vamos para casa? Pelo menos podemos comer decentemente.

Ele segurou a minha mão e depois descemos a rua. No meio do caminho, Daryl colocou o braço sobre os meus ombros, como se fosse algo habitual. Algo que sempre fazíamos.

Sua proximidade ainda me deixava meio tonta.

Aaron surgiu na porta de uma das casas e nos chamou.

- Pensei que estava na festa. - Falei.

Ele sorriu. - Eric ainda não está totalmente recuperado e decidi ficar com ele. Querem entrar? Eric fez esparguete e chega para alimentar um exército.

Franzi o cenho. Esparguete em um apocalipse. Quem diria?

Olhei Daryl, mas ele encarava Aaron, que percebeu e ergueu as mãos.

- É só um jantar, nada mais.

Puxei Daryl, levemente, e ele concordou.

Entrámos e Eric surgiu, sorrindo e mandando a gente sentar, porque o jantar estava pronto.

- Você fica diferente sem o bastão.

Olhei ele, sentado na minha frente, enquanto, do meu lado, Daryl devorava um prato de massa.

Sorri. - Não confia muito nisso. - Espetei o garfo na massa.

Enquanto falavam, me permiti apenas escutar, apenas existir naquele momento. Não estávamos fugindo de zumbis, não tinha ninguém arriscando a vida lá fora... Todos estavam dentro daqueles muros. Não que isso fosse suficiente para baixar a guarda, mas pelo menos, tinhamos muros.

Trust MeWhere stories live. Discover now