Capítulo 28

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_ Me desculpa, me desculpa... eu não sei o que fiz. Não sei o que eu fiz de errado. Eu juro que estava olhando ela. Ela estava no meu colo, e ela... de repente ela só não estava mais respirando - eu tentei falar, mas as palavras saíram completamente atropeladas entre as lagrimas.

Meu coração batia tão rápido que eu estava com medo dele e meu corpo inteiro parecia em alerta vermelho.

Eu me sentei no sofá, dobrando as pernas, observando Christian ninar uma Rose sentida que ainda soluçava, mas se agarrava a ele sem chorar agora.

Ele se ajoelhou a minha frente, pegando minhas mãos e levou aos lábios para beija-las.

_ Está tudo bem, meu amor, se acalme, okay? - sussurrou para mim ou para Rose, não consegui entender. - Você não fez nada de errado. Rose está bem.

Ele se inclinou para beijar minha testa, a mão subindo para limpar as lágrimas recorrentes e abundantes do meu rosto.

Meu coração batia tanto, mas tanto, que eu não conseguia respirar direito, e lá no fundo eu sabia o que estava acontecendo com meu corpo e minha mente, já acostumada com aqueles sintomas em dias de provas e qualquer mínima diferença em minha vida.

_ Ei, meu amor, eu preciso que você se acalme - ele sussurrou para mim, contra meu ouvido, levando a mao para acariciar meu cabelo. - Ana, por favor, escuta a minha voz, okay? Respira comigo, amor. Está tudo bem, eu juro. Ela está bem. Você não fez nada de errado.

Ele ficava repetindo como eu não havia feito nada de errado, como Rose estava bem, mas era como se meu pulmões tivessem parado de funcionar, como se minha mente estivesse cheia demais para processar as palavras dele. Eu não conseguia respirar, não conseguia pensar, e meu corpo parecia prestes a entrar em combustão instantânea.

_ Linda, aqui, olha, sente ela - ele murmuro bem baixinho, falando tão calmo como se qualquer coisa brusca pudesse me assustar. Ele colocou Rose com cuidado em meu colo, eu afastei minhas mãos, mas ele as pegou e forçou para segurar Rose.

Ela sorriu para mim, claramente com muito sono apesar do susto, seu rostinho estava vermelho e inchado, seus olhos claros e molhados, e ela tinha marcas de suor provavelmente pelo esforço para respirar.

Eu segurei seu peso contra mim, a mantendo sentada em minhas coxas e segurando em seus braços, Christian apoiava suas costas com a outra mão enquanto uma permanecia acariciando meu cabelo.

O susto estava passando, e com os minutos, respirando fundo e soltando ar pela boca, seguindo a respiração de Christian, meu coração e minha mente voltaram e então o baque chegou de forma diferente do que imaginei.

Rose.

Eu não queria que nada acontecesse com ela, não queria porque de repente eu não sabia mais viver sem ela, não sabia viver meus dias sem receber suas fotos engraçadas, sem comemorar cada vez que ela comia toda sua refeição, ou sem observá-la dormir em meu peito quando ela cismava que não queria mais Christian.

Eu não sabia mais viver sem amá-la.

Eu me assustei com o sentimento, e com assombro percebi que eu não estava me sentindo culpada apenas, eu estava desesperadamente com medo de que algo acontecesse com Rose.

Naquele instante eu entendi o que Christian quis dizer quando declarou que era sufocante amar Rose, a intensidade o deixava com medo, e eu também o senti, imaginei como ele podia estar assustado com a possibilidade de se sentir daquela forma comigo. Era demais amar alguém, o coração aguentava mesmo? Eu nem conseguia imaginar sentir aquilo por duas pessoas.

Rose, como se sentisse em seu corpinho pequeno a angústia do momento, respondeu a cabeça contra meu peito, se inclinando para frente até se aconchegar em mim, segurando em minha blusa com a mãozinha gordinha e ali permanecendo quieta.

Expresso 21Where stories live. Discover now