Capítulo 24

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A única coisa que eu tive que mudar para estar na Thompson era o meu turno da faculdade, e mesmo assim, Ava Thompson - o diretor executivo da editora - me deu o tempo do próximo semestre, me permitindo ficar de 9h as 14h na editora por enquanto. De resto, ele literalmente usou a palavra "impressionante" para mim.

Eu estava surtando!

Christian havia me mandado uma mensagem dizendo que teve uma emergência com Rose e não pôde me esperar. Eu fiquei preocupada enquanto saía do prédio e também pensava em pedir um Uber para a faculdade que era uns bons trinta minutos dali, porém me surpreendi quando vi sua próxima mensagem me mandando uma placa de carro porque ele já havia pedido e mandado me esperar.

Eu agradecia por nunca ter me permitido ter um relacionamento antes, eu não iria gostar de ter tido experiências que não fossem aquelas, das mais perfeitas e com alguém que sabia ser útil e cuidar da outra pessoa.

Não que fosse obrigação de Christian só porque estávamos...

Ficando?

É, aquilo também já estava começando a pinicar minha mente. Eu não sabia como definir nossa relação. Era pouco tempo demais para um rótulo, mas também eu não gostava de não ter um nome. Eu não queria apressar as coisas, mas eu sentia que não era necessário também adiar tanto o que já acontecia. Mas mais uma vez era pouco tempo demais para sequer entrar naquele assunto.

Minha mente estava fritando com aquilo, e eu não tinha tempo para aquelas questões. Eu não queria parecer emocionada, mas por outro lado eu sabia que podia falar sobre aquilo com Christian.

Quando cheguei na faculdade ele me mandou uma foto de Rose sorrindo e segurando um pedaço de manhã entre os dedos, dizendo que ela já estava melhor e que era o começo de um resfriado.

Eu liguei para ele no mesmo instante.

_ Mas você não tem levar ela para o hospital? - ele disparei assim que ele atendeu.

Ele riu do outro lado da ligação.

_ Nao, é só um resfriado comum. Ela estava com um pouco de febre e Gail me ligou porque ela ficou bem enjoadinha. Agora já está melhor, a febre já passou, e eu fiz nebulização, também já está respirando melhor - ele respondeu. - Eu não vou para empresa hoje, mas eu consigo te buscar mais tarde, okay?

_ Nao, claro que não. Você vai ficar com a Rose. Eu posso ir para casa sozinha, você sabe... como eu fazia antes de te conhecer - falei.

Ele riu novamente.

_ Nao gosto disso - falou.

_ Nao gosta de que?

_ De quando eu não te conhecia - respondeu com um suspiro.

Eu sorri que nem uma idiota no meio do campus da faculdade, segurando a alça da minha mochila e chutando umas pedrinhas no chão.

_ Eu também não gosto de quando eu não te conhecia - sussurrei.

_ E eu tambem não gosto da ideia de você vindo embora sozinha - falou.

_ A estação fica há alguns minutos do meu apartamento - ressaltei. - E eu faço isso o tempo todo, não tem problema.

_ Eu vou mandar um carro te buscar - ele falou decidido.

Eu revirei os olhos.

_ Nao vai nada. É longe, e não vai gastar uma fortuna só porque não quer que eu vá para casa sozinha - resmunguei. - Eu vou de metrô. E te mando mensagem quando eu chegar em casa. Agora preciso entrar na biblioteca antes que eu me atrase.

Expresso 21Where stories live. Discover now