13- O diário de Maya

270 19 1
                                    

Eu não durmi muito bem apesar da cama do hotel ser muito boa esperei dar 8 horas da manhã para ligar para casa da avó  e  matriarca da família Leroy e perguntar se podia conversar com ela sobre a lenda.

Eu sei que fiz tudo errado, deveria ter ligado para ela antes de sair de casa, ela pode nem está em casa, pode até ter morrido ... morrido? Que ideia idiota se a avó do Jean tivesse morrido iriam ligar para avisá-lo.

Eu estava muito ansiosa e resolvi descarregar minha ansiedade em uma grande xícara de café no restaurante do hotel.

Tomei 6 xícaras de café, comi 2 croissants e finalmente liguei para senhora Alis de Leroy .

Em direção a casa da senhora Leroy eu olhava todas as coisas que outrora fazia parte do meu dia a dia  e agora vejo  de maneira diferente, eu nunca achei que fosse voltar a Nancy tão cedo ... na verdade nunca pensei que sairia de vez de Nancy e depois nunca pensei que fosse voltar.

Quando cheguei a casa da senhora Alis de Leroy , ela já me aguardava com um livro na mão. O livro tinha por volta de 30cm , capa de couro marrom meio avermelhado , tiras de couro para amarrar deixando o livro fechado e um nome  na capa: Maya .

-Olá senhora Emma Müller de Leroy. -Senhora Alis de Leroy fez questão de me chamar pelo meu nome de casada.

Apesar de eu continuar sendo chamada de Emma Müller por causa dos livros, o "senhora" foi o que doeu em meus ouvidos e não o sobrenome de meu marido.

Entrei na casa e me sentei como a matriarca me mandou fazer através de um gesto com o braço.

Alis era a única que me tratava bem em toda família Leroy , fiquei sabendo que a mãe de Jean não se agradou nada dele alugar a casa ao lado da minha.

-Quem te contou sobre a" lenda do gárgula" ? Por que fiz uma pergunta com uma resposta tão óbvia? Foi meu neto Jean seu esposo. Tudo o que você quer saber se encontra nesse livro. Mas cuidado pois encontrará muito mais do que procura. - Senhora Alis falou em tom solene muito parecido com avisos de filme de terror; o que me deu até vontade de rir.

-Esse livro é original passado de mãe para filha , sempre para filha mais velha, porém não vejo interesse por parte das minhas filhas ...

Alis era uma senhora já avançada em idade , possuía o cabelo bem grisalho , mas as sardas no rosto davam pista de que seu cabelo outrora tinha sido ruivo, tinha um grande coque no alto da cabeça, vestiasse com um longo vestido de linho fino da cor dos seus olhos : azul e sua fala era tão devagar e baixa que quase dava sono.

Depois de conversarmos por mais de uma hora sobre Jean a senhora Leroy perguntou se eu realmente gostava de Jean e eu disse que o amava; então estranhamente ela disse que se eu realmente gostasse do seu neto devia sair de Paris. Intrigada com o que a matriarca havia falado fui embora de Nancy levando o livro.

Uma parte de mim queria parar o carro e ler esse livro ali mesmo , mas outra parte queria esperar chegar em casa tomar um banho e ler com bastante calma.

Acelerei e viajei quase todo percurso a 150 km/h.

Quando cheguei em casa meu esposo já havia saído para o serviço e tinha deixado um bilhete carinhoso :

-Espero que tudo tenha dado certo.

-Jean sempre tão fofo.

Tomei um banho rápido de chuveiro coloquei o café para fazer antes de entrar para o banho e ainda vestida de roupão e com uma toalha no cabelo, sentei na cama, peguei o livro e abri.

Quando abri o livro li a primeira linha e vi que ele não era apenas um livro, era um diário , o diário de Maya duquesa de Leroy, terra que antigamente se encontrava a maior parte no território que hoje é Nancy e arredores*.

- Ow mon Dieu! ow mon Dieu! ow mon Dieu!

Deixei o livro sobre a cama, levantei correndo, fui até a cozinha e peguei luvas cirúrgicas, coloquei as mesmas enquanto voltava para o quarto e de novo abrir o diário em uma página aleatória.

- 22 de junho de 1327
Essa manhã Lohan foi caçar com mais alguns duques, ansiei para que Pierre ficasse como o guarda do castelo para que pelo menos pudesse olha-lo de longe e pudesse sentir meu coração aligerar seus batimentos deixando meu corpo aquecido antes que Morfeu me tomasse em seus braços e me levasse para os confins da Terra onde você (Pierre ) é meu e la posso te ter sem receio que meus sentimentos sejam descobertos e eu vire abominável aos olhos de minha família.

Levantei da cama e levei meu café até a pia não podia correr o risco que ele caísse no livro.

Aproveitei a ida na cozinha para assimilar o que tinha acabado de ler e me senti um tanto suja por está lendo o diário de alguém, mesmo esse alguém estando morta a tanto tempo.

-Se isso é um diário e Maya, Lohan e Pierre existiram , quanto dessa lenda é verdadeira ? - Falei já surtando .

-Ai mon Dieu, se a dona fantasma não gostar de eu está lendo o diário dela?

Tirei as luvas, joguei no lixo , abri a geladeira , peguei uma maçã e fui comendo em direção a varanda.

-Um diário por essa eu não esperava. -Falei olhando para Torre Eiffel.

Terminei de comer minha maçã , fui até a cozinha, joguei o resto da maçã no lixo e coloquei luvas cirúrgicas novas , voltei para meu quarto e abri o diário em uma página qualquer.

... .... .... .... .... .... ... ... ... ... .... ... ... ... ... ... ... ...

* Informação cuja fonte é a minha cabeça ( tive que inventar um ducado, para o livro, historiadores por favor não me matem . Desde já deixo aqui meu agradecimento).

Leia também

Leia também

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Gárgula ( +18)Where stories live. Discover now