6 Inesperado

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Cinco dias depois...

Os dias iam passando e minha paciência ia ficando cada vez mais escassa. Tudo me deixava nervosa, tudo e todos: a caixa do supermercado, a criança assobiando na rua, a diarista ouvindo música enquanto limpa a casa. Eu sabia que o problema era comigo , a editora apenas me fez uma ótima proposta, ela não colocou a faca no meu pescoço nem nada. O problema era que eu estava me cobrando demais. Como sempre escrevia um ou dois livros por ano, eu estava muito aborrecida por já ter passado da metade do ano e eu ainda não ter nem um rascunho.

Depois que Jean falou da possibilidade de uma transferência para Paris eu não conseguia parar de pensar nisso.

Peguei meu notebook e comecei a pesquisar sobre Paris. Eu já havia ido à Paris: três vezes quando meu livro Crônicas de Machado e Espada virou best-sellers e uma vez quando entrou para lista dos dez livros mais vendidos do ano. Sim, fui a trabalho; nunca fui a passeio, e muito menos pensei que um dia poderia morar em um lugar como esse; não que falte dinheiro, mas é que nunca pensei que fosse boa o bastante para Paris .

Talvez seja isso que está faltando para aparecer novas inspirações, Nancy já deu o que tinha que dá.

Comecei a pesquisar sobre pontos turísticos em Paris e apareceu a Torre Eiffel, o museu do Louvre, Palácio de Versalhes, Disneyland...

Eu ainda estava passando os olhos em algumas notícias para ver se havia alguma que me interessasse, quando ouvi a diarista me chamando desesperadamente.

Pensei que alguma coisa estava pegando fogo, mais não .Quando cheguei na sala Ana apenas apontava para televisão.

Era o Jean, o meu Jean estava dando entrevista para o canal local.

Sentei ,de pernas bandas só de pensar no que isso podia significar.

-Sim esse é o herói da cidade , o já conhecido policial Jean Leroy que acabou de prender o traficante que vendia cocaína para os estudantes da universidade...

Eu desliguei, travei, não consegui ouvir mais nada depois disso agora era verdade, era concreto , eu precisava decidir se iriamos para Paris ou não.

Eu ainda estava travada no sofá perdida em pensamentos quando ouvi o barulho de mensagem do celular. Olhei para ver o que era.

-Iremos para Paris ou não? - Era o meu  herói,  meu jean.

Agora não tinha saída, mas também o que eu estaria perdendo ? quantas pessoas não dariam tudo pela oportunidade de começar de novo? e eu uma escritora de romance poderei recomeçar em Paris considerada uma das cidades mais românticas do mundo. 

Antes mesmo que Jean chegasse em casa, coloquei a casa a venda e comecei ver os preços de apartamentos em Paris .

Ansiosa ? nem um pouco.

Quando Jean chegou, eu abri um champanhe e o servi vestindo apenas uma lingerie vermelha e salto alto.

-Isso tudo é por eu ter conseguido a transferência para Paris? -Jean perguntou me olhando de cima abaixo.

-Não , é porque você é o melhor policial de Nancy.

Jean tirou a taça da minha mão e colocou em cima da mesa em seguida começou a me beijar abriu o botão da calça , abriu o zíper me deitou em cima da mesa, puxou-me calcinha para o lado e me penetrou carinhosamente. Eu adorava transar com meu marido de farda mas depois de dois anos fazendo isso...

Eu ansiava pelo inesperado, queria o imprevisível, alguma surpresa. Eu sei que toda mulher quer um porto seguro, porém eu não havia vivido nada disso, eu casei com meu primeiro namorado , tinha curiosidades. Não que eu não goste do Jean eu o amo , mas queria que ele procurasse me surpreender.

Li uma vez que "é o inesperado que muda as nossas vidas" e é isso que eu quero para mim.

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Gárgula ( +18)Where stories live. Discover now