Arizona perdeu as contas de quantas vezes quis dirigir até o apartamento de Callie, só não o fez por não saber onde a médica morava, além do que ela estava cuidando de Tim, que ainda andava pela casa na pontinha do pé.
Pensar que talvez tivesse magoado a única pessoa no mundo que a fazia se sentir plena e em paz, fazia com que seu coração fosse invadido por uma inquietação torturante. Por vezes lembrou-se do semblante cabisbaixo de Calliope antes de sair de seu apartamento pela manhã.
Saber que ela havia sido, em algum momento, a responsável por isso, fazia-a se sentir, por si só, uma completa idiota. Queria resolver essa pendência, mas como o faria se Callie estava incomunicável?
A loira pegou seu celular várias vezes na tentativa de ter alguma mensagem de Callie e em todas as vezes ela arrependeu-se de o ter olhado, pois não havia absolutamente nada, nem sequer um sinal de que a médica estava, de fato, chateada e de que precisava de um tempo. Essa incerteza estava dilacerando o coração de Arizona.
[...]
Penelope Blake estava em cirurgia. Havia um sangramento interno resultante da perfuração causado pelas costelas quebradas.
Tiveram que reanimá-la duas vezes e a Dra. Bailey temia não conseguir reanimá-la novamente. Havia muito dano, o corpo dela não aguentaria tanto estresse e óbvio que Callie não era a pessoa apropriada para estar na sala.
— Não, Bailey... o sangramento não está aqui. Ela está perdendo muito sangue. Droga! — inquietou-se — Tragam mais bolsas de O- — a médica estava visivelmente transtornada - A estamos perdendo.
— Pressão caindo — disse alguém.
— Droga, Bailey! Faça alguma coisa — disse, alterando o tom da voz com a sua superior.
— Dra. Calliope Torres você conhece a paciente? — perguntou.
Callie ficou em silêncio e isso foi o suficiente para Bailey entender tudo.
— Saia da minha sala.
— Bailey, eu...
— Saia — ordenou — solicitem a presença do Dr. Webber imediatamente.
Calliope saiu, pisando firme e tirando a touca.
Callie estava sentindo um misto de raiva e culpa. Já havia perdido muitas vítimas, mas se Penny não saísse daquela cirugia viva, ela não se perdoaria.
Sentia que poderia ter feito mais, sentiu raiva de Bailey por tê-la tirado da sala.
Quando Webber saiu acompanhado de Bailey, Callie estava preparada para o pior.
— Ela vai ficar bem - disse Bailey.
Calliope agradeceu silenciosamente.
Apesar de todo o mal que Penny a havia causado, de maneira alguma ela iria desejar a morte dela. As melhores lembranças que a médica tinha, foi da época em que Penny estava presente em sua vida.
Callie sentia-se tão exausta, por um instante arrependeu-se de ter aceitado o plantão.
No seu descanso, enquanto tentava cochilar por algumas horas, sua mente inquietava-se. Pensou em Arizona. Sentiu falta dela. Imaginou, talvez, que a mesma estivesse cuidando de Lauren e nesse instante foi impossível não sentir ciúmes.
Talvez realmente tivesse forçado a barra para caber em um espaço que não era seu, ou pelo menos ainda não estava preparado para ser ocupado por outra pessoa.
[...]
A madrugada havia sido a madrugada mais corriqueira de sua vida. Callie sentia que suas pernas iriam falhar a qualquer momento.
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Moments - CALZONA - CONCLUÍDA
FanfictionApós ser traída, Arizona Robbins, professora da educação infantil do Colégio Seattle Grace, jamais imaginou que um dia conseguiria confiar no amor novamente. Mentir arruina vidas e Lauren havia arruinado a sua. A loira só não esperava se apaixonar...