Capítulo 2

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— Bom dia, crianças! — Arizona cumprimentava cada criancinha que passava pela sua porta com um abraço apertado.

— O que é isso, tia? — uma delas perguntou, indicando o gesso em seu braço.

— Eu me machuquei e tive que colocar isso aqui — Arizona fez uma careta — Feio, não é? Depois vocês irão me ajudar a colorir com canetinhas.

— Alguém já riscou aqui — uma outra criança se aproximou, mostrando um pequeno piano rabiscado com canetinha azul. O desenho era pequeno e meio tremido, faltavam algumas teclas, mas percebia-se que era um piano.

— Meu filho que rabiscou, o Tim.

— Mas você tem filhos? — outra criança perguntou, assustadíssima, como se fosse crime ter filhos.

— Tenho e ele é pequenininho assim igual vocês. Um dia eu o trarei aqui pra vocês conhecerem.

Dez minutos após a aula ter iniciado, alguém chamou Arizona na porta.

— Oi, ehn... Eu sei que estamos atrasados. Eu sou Mark Sloan e essa é a Sofia, minha filha... Eu tive um imprevisto.

Arizona olhou o pai com a cara amassada e o olhar curioso da  pequena, analisando o ambiente.

— Olá, princesa. Pode entrar.

Arizona advertiu Mark antes de voltar para sua aula.

Sofia estava assustada, um olhar distante como se nunca tivesse estado em uma sala de aula antes. Achando tudo aquilo muito novo.

Durante toda a aula a pequena apenas ficou sentada sem quaisquer interação e quando a aula acabou e os pais das crianças apareceram para buscá-las, ela se aproximou de Arizona, se enroscando em seu colo.

— O que foi, meu amor? — a loira acariciou o longo cabelo castanho da menina.

A pequena não respondeu imediatamente.

— Talvez eles demorem um pouco — disse, finalmente.

— Estão apenas há alguns minutos atrasados — Arizona verificou, quase meia hora — Vamos colorir alguns desenhos? — sugeriu, pois percebeu o olhar triste da menina ao perceber que a haviam esquecido — Esses seriam os desenhos de amanhã, mas vai ser o nosso segredo, ok?

Arizona viu o sorriso se formar no rosto da pequena. Ela observava a criança colorir. Muito tempo já havia se passado e nenhum sinal dos pais dela. Quando já estava prestes a ligar para os responsáveis, o pai dela surgiu na porta.

— Oi — cumprimentou sem graça.

A loira tentou ser simpática, mas seu rosto a entregou.

— Olá, Sr. Sloan, certo? — ela respirou fundou — podemos conversar um minuto?

— Sim, sim. Claro.

— Sofia, meu bem, só um instante, preciso conversar com seu pai — disse a loira, antes de sair da sala — Estamos aguardando há quase uma hora.

— Eu sei, me perdoe por isso, é que...

— Eu não quero parecer rude, alguns minutos de atraso são toleráveis — Arizona fez uma pausa — As crianças percebem quando os pais estão atrasados e sabem o que elas pensam? Que foram abandonadas e isso as traumatiza.

Mark Sloan ouvia atento o esporro.

— Eu espero que isso não aconteça mais. Posso contar com você?

— Pode sim — respondeu.

[...]

Arizona estava totalmente dependente de táxi. Gostaria de poder pilotar sua moto ou voltar a dirigir seu carro, mas por mais que quisesse estava completamente fora de questão.

Moments - CALZONA - CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now