Capítulo 7

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Calliope não conseguia se concentrar em quaisquer atividade que fosse, por menor que fosse o esforço.

Ela sentia que nada mais importava. Queria estar a todo momento perto da loira, seu coração martelava em seu peito com a ideia de vê-la novamente.

[...]

A semana havia se iniciado completamente caótica. Cirurgias e mais cirurgias, estava de plantão, tinha que dá continuidade ao seu projeto, sequer teve tempo para respirar.

— Oi, Callie — Mark a abraçou por trás, enquanto a médica preenchia prontuários na recepção.

— Oi, Mark — respondeu, suspirando.

— Olha quem tá indo curtir a folga depois de um plantão de 24 horas que mais parecia a eternidade.

— Ah, que bom. O meu mal começou e eu já quero correr daqui — a médica soltou a caneta para massagear os próprios dedos.

— Pensa pelo lado positivo...

— Que lado positivo?

— É, não tem lado positivo.

— Você é um excelente amigo, Mark!

— A dica é não olhar para o relógio, não deixe as horas perceberem que você quer que elas passem porque... bem, você já sabe!

— Sim, eu sei. Mas obrigada pela dica.

— Vou lá pegar minha filhota na escola.

— Dá um beijinho nela por mim.

— Vou dá vários.

— Mark, por favor, ajude-a no dever de casa antes de fazer as vontades dela.

— Eu sei, Callie. Tudo bem.

— Então tudo bem, qualquer coisa me avise.

— Pode deixar — Mark deu um abraço esmagador na médica antes de sair.

Callie repassava algumas vezes em sua memória o momento em que esteve perto de Arizona durante o passeio. O momento em que seus corpos se colaram, em que seus lábios se encontraram e seus olhos se fecharam lentamente quando a médica se inclinou para beijá-la.

Falar que ela repassava esse momento algumas vezes em sua cabeça era um eufemismo para não dizer que eram absolutamente todas as vezes possíveis e era impossível um sorrisinho não torcer os cantinhos de seus lábios ao fazê-lo.

Depois do que aconteceu ela não entrou mais em contato com a loira. Embora tivesse seu número na agenda e a vontade de mandar uma mensagem fosse enorme, ela gostava da sensação de quase morte ao pensar em revê-la fisicamente em algum momento não planejado.

Pensava com ansiedade em encontrá-la, essa era, sem dúvida, a tortura mais gostosa que existia.

Estava na cantina, tomando seu café, completamente absorta em seus pensamentos, quando sentiu uma mãozinha em suas costas.

— Oii — Tim — estava com uma mochila nas costas e um boné com orelhas de panda.

— Oi, gatinho.

— Tim! — Lauren veio andando apressadamente — Querido — ela inclinou-se e o olhou séria — Já conversamos sobre isso, não pode soltar a mão da mamãe e sair correndo assim.

— Desculpa — disse, abaixando a cabeça.

A mãe de algum de seus pacientes reconheceu a pediatra e a chamou, Lauren olhou para Callie e com o olhar pediu para que ela ficasse com o garoto um instante. Pode ir, sussurrou afirmando com a cabeça.

Moments - CALZONA - CONCLUÍDAWhere stories live. Discover now