ALYSSA SINCLAIR
Tomo um último gole do meu chá e quando coloco a xícara sobre o pires percebo seus olhos negros como duas gotas de café presos em mim. Eu o encaro de volta, irritada por ser o centro da sua atenção. Sei o quanto ele adora me provocar e agora está fazendo isso muito bem. Nos convidar para passar a noite aqui? Ah, sério, isso foi um golpe muito baixo.
Cruzo as pernas sorrindo para ele, que tem o mesmo sorriso irritante que estou esboçando. Como podemos ser algo além de duas pessoas que se odeiam amargamente? Um casamento será a ruína para nossas vidas. Somos iguais, temos a mesma personalidade infantil e imatura, jamais poderíamos dar certos.
- Tá olhando o que? - questiono com raiva das suas investidas.
Para eu ser a espiã dessa tarde terei que me esforçar ao máximo para ser adorável. Mas tolerável parecer o máximo que consigo perto deste ser humano irritante. Os pais e os irmãos dele estão no corredor conversando com minha família sobre tudo.
Sinto uma veia no pescoço começar a bater com força, em uma velocidade absurda. Consigo até mesmo ouvir o som que ela faz e é estranho sentir isso. Me levanto assim que os pais dele voltam a sala de estar. Ele faz o mesmo e vira-se na direção dos nossos pais.
- Vamos. - é tudo que senhora Duskin diz a nós dois. Todos estão de preto, para o velório e como uma ótima prometida que sou, também estou de preto para combinar com minha alma amarga no momento.
Que Hugo Duskin pague por todos os seus males no inferno!
- Meu amor, seja uma boa noiva e segure no meu braço. - debocha ficando ao meu lado.
- Claro, querido. - respiro fundo com um ódio gigante no coração e uma vontade de falar um monte de coisas a ele no momento. Seguro seu braço com força forçando um sorriso que dói até meus dentes com a pressão que faço.
- Meine Liebe kümmert sich. Senden Sie mir eine Nachricht, wenn etwas passiert. - minha mãe beija minha testa e depois é meu pai quem faz isso. Mamãe pisca para mim e eu assinto sendo cuidadosa.
(Meu amor, cuide-se. Me mande uma mensagem se acontecer alguma coisa.-Alemão)A governanta me entrega meu sobretudo, mas é ele quem o pega, ele se afasta e me obriga a ficar de costas para que ele possa colocar meu sobretudo em mim mesma. Fecho os olhos com raiva. Já nem sei quem está atuando aqui.
Saímos da mansão e o frio me pega desprevenida, suspiro e ando rápido na direção da Limousine diante das escadas.
- Era necessário? - questiono sobre o veículo, ele sorri para mim.
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POR TRÁS DA MÁFIA - Herdeiros Marshall's 01 - MÁFIA
RomanceHardin não é mais um garoto e esta longe de ser o novo príncipe da Alemanha. Acordos foram feitos para alianças serem formadas, mas essa aqui está longe de ser a melhor delas. Raízes do passado retornam testando os limites do novo herdeiro da cadeir...