Capítulo 79

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James Buchanan Barnes



— Acabou, James? -O chefe de obras, William, perguntou.

Fechei minha mochila e sinalizei que sim.

— Os rapazes vão tomar uma cerveja, quer ir com a gente? -Perguntou educado, até um pouco animado.

Pisquei sem saber o que responder, não recebia um convite desse tipo há muito, muito tempo. Pensei em negar, porque fazia pouco mais de algumas semanas que estava nesse trabalho, não era íntimo de ninguém, na verdade, não conversava com ninguém.

Mas entraríamos num recesso até o próximo ano, então que mal faria?

Ana diz que é importante criar laços, socializar, o que eu acho pura besteira, mas como todos os rapazes estavam me encarando com expectativa, apenas assenti com a cabeça e fomos caminhando até o barzinho mais próximo dali.

Estava frio, minha esperança de nevar até o natal não tinha morrido, mas se não nevou até agora, duvido muito que aconteça.

O prédio que estávamos trabalhando ficava próximo ao apartamento da Ana, nosso apartamento, como ela insiste em dizer, então não seria muito difícil voltar para casa depois de terminar a cerveja. Digo, minha intenção é essa, tomar uma cerveja e depois ir embora. Porque, apesar de eu apreciar bastante a bebida, tenho que concordar com Loki que nesse frio, vinho é a melhor escolha.

Dentro do bar, sentamos numa mesa redonda, eu o mais próximo possível da saída, para que ninguém ali pudesse me atrapalhar quando eu levantasse e finalmente fosse.

Era esquisito, a vida em sociedade.

Em partes porque ainda não sei se recobrei minhas habilidades de viver civilizadamente entre outras pessoas, criando uma sombra antissocial bem grande sobre mim.

O que me leva a crer, que estou passando tempo demais com Loki.

— Vai passar o natal aonde, James? -William puxou papo, tentando me inserir na conversa que todos eles tinham.

Juntei as mãos no colo e olhei vagamente para ele.

— Em casa mesmo. -Falei e ia deixar por isso mesmo, até perceber que estavam esperando algo mais. - Aqui, em Nova Iorque.

Ele assentiu com a cabeça.

— Sempre vai a pé, mora aqui perto? -Perguntou enquanto dava uma golada na cerveja.

— Sim, há algumas quadras. -Indiquei a direção com minha garrafa e encostei na cadeira.

Minhas mãos chamaram atenção dele.

— Qual é a das luvas?

Maldição.

— Má circulação. -Sorri fraco e tomei minha cerveja em seguida.

Ele pareceu ter aceitado a resposta, ou se não aceitou, não quis questionar. Meus ouvidos mal captavam o assunto da roda, algo sobre mulheres, o que eu estava completamente desinteressado. Mas não os julgo, a maioria aqui é jovem, senão William, que deve ter lá pelos seus cinquenta e poucos anos.

Curioso, ainda sou mais velho que ele.

Trágico.

— Então, por que foi trabalhar lá na construtora? -Um dos meninos mais novos perguntou, ele estava sentado ao meu lado.

Two Passions, One LoveWhere stories live. Discover now