Capítulo 63

196 18 48
                                    

Aviso: conteúdo sensível, ansiedade, choque e tocofobia (medo de maternidade).


Ana Schmidt



Olho do furacão.

Puff!

Até quando eu ia ficar presa nessa fantasia?

— Fica calma, vamos pensar. –Bucky falou, me entregando um copo de água.

— Eu sabia que tinha algo diferente com você! –Loki exclamou, me fazendo arregalar os olhos e tremer mais ainda.

Ali na cozinha, enquanto eu tentava me acalmar, depois de ter levemente surtado com a pequena hipótese de ter um... um...

— Você não está ajudando. –Bucky falou pra ele.

Eu respirei fundo e engoli a água.

— Ela comeu um balde de pipoca inteiro hoje. –Loki continuava falando. – Ela nem gosta de pipoca!

— Loki, juro que se você não calar a boca. –Falei pausadamente. – Eu vou pegar minha arma e atirar em você.

O príncipe parou de andar na hora, ficando de frente para mim, do outro lado do balcão. Devolvi o copo para Bucky, que estava sentado do meu lado.

— Está melhor? –Ele perguntou, acariciando meu braço.

— Não. –Sorri fraco. – Isso tudo é uma grande merda.

Ele também sorriu, levantando a cabeça para Loki, que nos encarava com olhinhos ansiosos.

— Vamos pensar, quantas vezes fizemos sem proteção? –James falou calmo.

Só falou, porque sua mão no meu braço tremia tanto quanto o meu corpo inteiro. Loki rolava os olhos entre nós dois, estava ansioso e sei que lá no fundo, tão nervoso quanto eu e Bucky.

— Quantas vezes?! -Perguntei indignada. - Em todas elas, soldado, exatamente em todas.

— E você tá com algum sintoma? -Perguntou.

— Sem sintomas, nada que... –Travei. – Merda!

— Essa é a palavra do dia. –Loki resmungou e se afastou do balcão, indo se servir de água também.

— Fala pra mim, você sentiu alguma coisa? –Bucky insistiu.

— Não foi exatamente um sintoma, foi só uma tontura. –Dei de ombros. – Segunda de manhã, quando saí do escritório.

O soldado assentiu com a cabeça, enquanto Loki voltava para perto de nós.

— Vamos pensar melhor, qual é a possibilidade? –Perguntou.

Eu ri com ironia.

— Meu útero não é um bom lugar pra um bebê crescer. –Avisei. – Mas não é impossível, na teoria.

— Onde você tem os focos? –Loki questionou, me fazendo arquear as sobrancelhas.

Como, de repente, ele sabe tudo sobre minha doença?

— Nos ovários, mas por quê? –Perguntei, cruzando os braços.

— Cerca de 35% sem tratamento. –Ele pontuou. - Isso se tiver uma vida sexual ativa, o que você claramente tem. Ativa até demais. Então diria que as possibilidades são maiores.

Ergueu as mãos e um livro grosso surgiu nelas, um livro sobre doenças inflamatórias. Ele abriu certeiro no capítulo sobre endometriose e deixou no balcão, para que eu e Bucky víssemos.

Two Passions, One LoveWhere stories live. Discover now