Capítulo 30

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Aviso: conteúdo sensível, insinuação de sexo, linguagem sexual não muito explícita.


Ana Schmidt


Chegamos em casa e Loki carregou todas as sacolas de compra, as levando para a cozinha. Não me importei em organizar tudo, decidi que essa era uma função que os dois rapazes poderiam realizar sem mim. Peguei o último vestido limpo da mala e fui tomar banho, aproveitando para lavar o cabelo e relaxar na água fresca que caía do chuveiro.

Quando sai do banheiro da suíte, devidamente vestida, a noite já tinha caído, encontrei um Loki de braços cruzados encarando o guarda roupas.

— Estive pensando, há muitas maneiras de desperdiçar minha magia e ocultar roupas e outros objetos não é a melhor delas. –Ele falou ao notar minha presença.

— Você pode usar a metade.

— É pouco, tenho muitas roupas. –Falou, abrindo as portas do móvel.- Mas vai servir.

Com um gesto, o armário foi preenchido com diversas peças de roupas, com as cores preta, verde e dourado dominantes. Tinham os mais variados tamanhos e formas, todos já organizados milimetricamente. Percebi também sapatos e algumas joias, que estavam bem posicionados na sapateira e gavetas, respectivamente. E o que mais me surpreendeu, foi ver dois vestidos pendurados, ambos pretos e um pouco escondidos.

Não contive a curiosidade de esticar a mão e pegar um deles.

— Ótimo gosto para vestidos. –Pontuei.- Eu daria tudo para te ver usando isso.

— Fala como se fosse algo constrangedor. –Loki tomou o cabide da minha mão e o devolveu ao guarda roupas, fechado as portas em seguida.

— Sei que não é. –Comentei, pegando agora minhas malas e indo organizar as roupas, bom, eu não tenho magia para me ajudar na organização.

Loki me ajudou a pôr as bolsas na cama e as abriu, vez ou outra vasculhando minhas peças.

Estava pendurando um dos poucos casacos quando ouvi Loki arfar atrás de mim.

— Uhh... isso é bem interessante. –Falou.

Olhei para ele e o mesmo tinha uma calcinha de renda preta em suas mãos. Revirei os olhos quando ele estendeu a peça para examinar melhor.

— Para com isso. –Peguei o tecido.

— Não temos tanta variedade de roupas intimas em Asgard. –Ele falou, mexendo mais um pouco na minha bolsa.- Mas vejo que tem um gosto peculiar para elas, milady.

Ele estendeu agora uma cinta liga preta, que talvez eu tenha trago na intenção de usar com ele em alguma oportunidade. Minhas bochechas queimaram ao ver o sorriso malicioso em seus lábios.

— Loki! –Peguei também a peça, ouvindo suas gargalhadas.

— Posso não ter seu coração, mas com certeza o corpo eu tenho. –Ele falou.

Estendeu a mão e sua magia verde fez minhas roupas irem para o armário, ficando organizadas como as suas.

— Pronto, não precisa perder tempo.

— Bom, eu não nasci com magia, estou acostumada a trabalhar duro para ter as coisas.

— Mas agora tem a mim, posso não conseguir conjurar minhas adagas, mas com certeza te pouparei de qualquer esforço físico desnecessário. –Falou manso, se encostando na cabeceira da cama.

— E por que você faria essa gentileza? –Perguntei intrigada.

— Para que possa ter mais tempo para me mostrar como fica usando isso. –Ele apontou para a cinta liga que eu ainda segurava.

.

Talvez, só talvez, eu estivesse caindo uma das muitas armadilhas que a mente humana possa ter. Lógico, tenho plena consciência do que está acontecendo, sei que Bucky é um cara procurando e provavelmente eu também sou a essa altura. Estávamos fugindo, nos camuflando nessa cidade do interior, onde nenhuma autoridade nos encontraria.

Temos um grande caminho a percorrer, com investigações e apesar de Steve me afirmar que estaria cuidando de tudo do lado de lá, eu teria que fazer minha parte do lado de cá.

Não sou uma espiã, não tenho experiência em investigações, então contava somente com minhas habilidades de terapeuta para me levar ao objetivo final, que era inocentar Bucky, mapear os motivos da HYDRA estar usando um falso Soldado Invernal e tentar não morrer no processo.

Também tinha Loki, que, curiosamente, era o único que não estava envolvido. Sei que ele sentia um certo conforto nessa situação, por não ser o causador dela. No nosso período na SHIELD, percebi que ele tinha um certo remorso por tudo que causou em Nova Iorque e se envergonhava disso.

Mesmo assim, eu preferi utilizar do meu melhor artefato, a mente. Decidi que era melhor desligar essas preocupações por enquanto, dando a desculpa a mim mesma que estava tudo bem, estávamos passando pelo olho do furacão.

Esse é um termo usado para descrever uma situação bem problemática. Era onde nos encontrávamos, certo? Bem, quando um furacão passa, há um momento entre o início e o fim dele que tudo fica calmo. Tem paz, para de ventar e tudo fica bem. Esse é o momento em que estamos agora, tinha acontecido um desastre e iria acontecer outro, mas, por enquanto, estava tudo bem.

Me prendi a essa fantasia e decidi focar somente nela.

Por esse motivo que não me importei quando Loki me conduziu até a cama e me despiu, fazendo o que ambos estávamos ansiando há tantas semanas.

Foi com tanta urgência que nem me importei com os gemidos que escaparam de mim, pois sentia falta e não me importo de admitir isso. Chega a ser engraçado quando paro pra pensar que sinto tanta falta de uma pessoa que conheço há tão pouco tempo.

A princípio, foi como a primeira vez; com paixão e amor. Ele me tocou com carinho, admiração e luxúria. Não usou magia para ampliar meu prazer, mas também não era necessário, pois ao mínimo contato eu quase me desmanchava.

Diferente da anterior, nós não nos contentamos apenas 2 ou 3 orgasmos, nós demos nosso máximo até o dia amanhecer, esquecendo completamente do mundo a nossa volta e desrespeitando qualquer necessidade dos nossos corpos, como descansar ou simplesmente beber água.

Não me recordo a última vez que fiquei assim, diria que na adolescência, provavelmente.

Começou me puxando para sentar em seu colo, tocou meu cabelo e os bagunçou, logo depois me puxando para um beijo apaixonado e desesperado. Suas mãos apertaram minha cintura de forma gentil, mas ao mesmo tempo ousada. Assim como antes, ele usou magia para sumir com nossas roupas, deixando que nada nos impedisse de finalmente alcançar o que tanto ansiamos.

Como adolescentes na puberdade, nenhum de nós aguentou muito. Alcançamos o primeiro orgasmo naquela mesma posição, comigo sentada em seu colo. E não pude deixar de admirar seu rosto corado enquanto me preenchia com seu líquido quente. Aquela era a visão mais erótica da minha vida e por um tempo desejei poder registrar essa cena: o rosto de Loki enquanto tinha um orgasmo.

A respiração dele estava acelerada e a testa colada em meu peito, apreciando as contrações que eu lhe ofertava lá em baixo. Tinha gotículas de suor por todo o corpo, então me levantei dele para ligar o ar condicionado, apenas para ser puxada de novo para a cama, sendo recebida com muitos beijos apaixonados no pescoço.

Loki não falou muito além das palavras maliciosas que soltava vez ou outra, pois enquanto se recuperava, ficava apenas deitado de olhos fechados.

Ao amanhecer, levantei dolorida da cama e fechei as cortinas, afim de esconder os raios de sol que atravessavam o quarto. Loki estava em pé, indo até o banheiro, mas parou ao perceber que voltei para cama.

— Colocamos em dia? –Ele perguntou para mim.

— Você acha? –Murmurei, cobrindo o corpo com o lençol.

— Eu espero que não. –Falou sorrindo e fechou a porta do banheiro, me deixando sozinha na cama. 


Two Passions, One LoveWhere stories live. Discover now