Capítulo 22

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Ana Schmidt


Eu não aguentei.

Ir foi tranquilo, corri num ritmo constante, vendo Bucky alavancar a minha frente sem fazer esforço. Ele me esperou antes de chegar à avenida, estava encostado em uma das árvores longas, me esperando com uma expressão de tédio.

Quando o alcancei, pude ouvir o barulho de alguns carros em movimento, indicando que estávamos bem perto da rua.

Ele já estava preparado para voltar correndo, mas eu pedi pra esperar, somente para que eu tomasse folego.

— Só um minuto. –Pedi, apoiando as mãos no joelho.

— Eu disse que você não aguentaria. –Ele soltou uma risada contida.

Nem isso fez diminuir meu cansaço.

— Vamos voltar. –Falei, levantando e esticando as costas.

Antes de continuar, tirei a camiseta e fiquei somente com o top de ginástica, amarrando a blusa na cintura. Percebi um olhar discreto que Bucky me deu, mas não quis constrange-lo, então fingi que não tinha visto nada.

Tomei folego e comecei a correr pelo mesmo caminho que tinha vindo. Bucky acelerou novamente, dessa vez sumindo por completo do meu campo de visão.

— Maldito. –Murmurei enquanto aumentava o ritmo.

O que foi uma péssima escolha, porque antes de chegar a metade do caminho, minhas pernas começaram a fraquejar. Aquela estrada tinha, no mínimo, 8 quilômetros, então eu calculei que tinha corrido pelo menos uns 12 até o momento, ficando satisfeita comigo mesma.

Mas ainda tinha Bucky e, diferente da esteira na academia, eu não podia simplesmente desligar o equipamento, tomar uma bucha e ir embora de carro. Ali eu precisava correr para voltar pra casa.

Um leve desespero me tomou, ao mesmo tempo em que apoiei as mãos nos joelhos.

— Você consegue. –Falei pra mim mesma.

Respirei por alguns minutos e então voltei a correr, num ritmo mais lento.

Minha visão deu uma escurecida, então parei de novo, dessa vez me encostando numa árvore.

— Acho que você não consegue. –Falei sozinha mais uma vez.

Relaxei o corpo, me permitindo sentar nas raízes do tronco. Estava fresco, mas eu sentia o suor escorrer nas costas e molhar meu cabelo. Um cansaço fora do normal me dominou, então fechei os olhos só por alguns segundos...

.

— Ana, meu Deus! –Senti Bucky me chacoalhar.

Abri os olhos assustada. O sol estava no topo, indicando que era meio dia. Olhei ao redor e me situei.

— Eu dormi? –Perguntei, me levantando.

— Sim, você dormiu por duas horas. –Ele falou, ajudando a me equilibrar. - Eu cheguei em casa e fiquei te esperando, resolvi esperar você fazer no seu tempo, mas quando passou 2 horas, tive que vir atrás.

Comecei a rir.

— Não acredito nisso. –Coloquei a mão sobre a barriga.- Meu Deus, que vergonha.

Bucky fechou a cara.

— O que foi? –Me apoiei na árvore.

— Você sumiu por 2 horas. –Ele cruzou os braços, estava realmente chateado.

— E isso é muito engraçado. –Respondi, ainda rindo.

— Não, não é. –Ele falou firme, me dando as costas e caminhando em direção ao chalé.

Two Passions, One LoveWhere stories live. Discover now