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O resto do mês na casa de campo dos pais de Vinnie se passou mais rápido do que o esperado. Eu não sabia que precisava ficar longe de tudo até enfim estar, acho que foi bom pra mim e pra ele, claro. Não tocamos mais no nome de Eliot depois da última conversa, mas isso não quer dizer que ele parou de nos atormentar.

Os pesadelos diminuíram com o tempo, apesar de que quando acontecem são horríveis e incrivelmente realistas.

- Tem certeza que quer fazer isso? - Pergunto para Vinnie enquanto coloco alguns livros da estante em uma caixa de papelão.

Assim que voltamos para casa ele decidiu que não queria mais morar na parte de cima da boate. Foi a primeira coisa que ele me disse quando abri a porta do meu apartamento. No começo pensei que ele estivesse ficando louco, mas agora tenho a sensação de que Vinnie esconde os sentimentos melhor do que eu pensava. Eliot não livrou a consciência dele.

- Tenho. - Ele responde trazendo mais caixas.

- Vinnie. - Largo o que eu estava fazendo e me aproximo dele tocando seu ombro. - Você tá bem?

- Sim. Por que a pergunta? - Ele se vira pra mim com os braços cruzados.

- Parece que o que aconteceu te afetou também, mais do que o que parecia. - Balanço a cabeça. - Sei lá, você não conversa comigo, então não tem como eu saber.

- Eu só quero me mudar, o que tem de mais nisso? - Ele dá de ombros e volta a mexer nas coisas. - Não precisa se preocupar, amor.

- Você não consegue nem passar na frente da porta do seu escritório sem prender a respiração.

- Eu deveria fazer uma excursão lá? - Ele diz com um sorriso sarcástico no rosto.

Suspiro e desvio o olhar do dele. Tem mais milhares de caixas esperando por mim.

Vinnie fica me olhando e vem até mim me abraçando por trás. - Ei, desculpa. - Ele sussura no meu ouvido.

- Você pede desculpas rápido demais.

- Eu sei. - Ele beija meu pescoço. - Me sinto culpado por você ter feito aquilo, culpado por seus pesadelos e todo o resto da bagagem que aquele dia deixou.

- Eu que puxei o gatilho.

- Eu também, esqueceu? não gosto de te ver assim. - Suas mãos apertam minha cintura. - Não quero mais te trazer aqui e te fazer relembrar essas coisas. A gente pode recomeçar em uma nova casa, deixar o passado pra trás.

- Tá me chamando pra morar com você? - Sorrio minimamente nervosa.

- Sim, não vai mudar muita coisa. Você quase não vê seu apartamento mesmo.

- Ok. Sabe que não vai dar pra empacotar tudo hoje, né? - Pergunto mudando o assunto. Preciso consultar Mason antes de decidir.

- Sei, tô pensando em vender as coisas maiores.

- Tá precisando de dinheiro? posso te emprestar. - Falo brincando e ele ri.

- Sim, prometo pagar da melhor forma. - Ele vira meu corpo e segura meu queixo com a mão esquerda. Vinnie me beija tão lentamente que eu poderia comparar com o andar de uma tartaruga. - Você falou pro Mason? - Pergunta depois de afastar seus lábios dos meus.

- Sobre o que? - Retruco o encarando.

- Que vai se casar com o pobre camponês aqui. - Diz me fazendo sorrir. Acho que nunca vou me acostumar com isso.

- Não tive a oportunidade ainda, a gente voltou pra casa antes de ontem.

- Senhorita Pressman, você está hesitando?

OBSESSIVE - VINNIE HACKERWhere stories live. Discover now