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Decidi colocar um vestido branco curto de seda, minha mãe sempre dizia que eu deveria vestir mais ele. Me sinto bonita, é algo que não acontece com muita frequência então preciso aproveitar a sensação.

Dou um beijinho de despedida em Hera e desço até o térreo, encontro Vinnie me esperando em frente ao seu carro. Ele usa um terno que o deixa com um semblante de homem sério.

- Você tá de terno? não me disse que seria algo tão sofisticado. - Reclamo, não quero parecer uma sem teto perto da família dele.

- Você tá linda. - Ele diz me olhando da cabeça aos pés.

- Obrigada, senhor Hacker. - Respondo sorrindo e vou andando até a porta do carro que ele abriu pra mim.

- "Senhor" me parece exagero. - Ele faz uma careta.

- Se acostuma, você tá ficando cada vez mais velho. - Olho para os seus cabelos. - Consigo ver até alguns fios brancos.

A cara de preocupação dele foi impagável. - Não fode... - Ele diz e sai entrando no banco do motorista, me parece que alguém não quer ficar velho.

[...]

- Por que me chamou? - Pergunto assim que paramos na entrada da sua casa, casa essa que parece um castelo, não é um ambiente que estou acostumada.

- Não queria ser convidada?

- Você sempre responde minhas perguntas com outras perguntas, impressionante. - Reviro os olhos.

Ele fica na frente de uma tela preta e a porta se abre, isso me deixa de queixo caído, que coisa de rico.

- Boa noite, senhor Hacker! - Uma senhora diz assim que abre a porta, ela veste um uniforme de empregada. Quem tem empregada??

- Senhor não, por favor. - Ele fala e sem querer dou uma risadinha, Vinnie me olha torto e então segura minha mão me levando pra dentro da casa. Preciso manter minha postura, mas o tamanho da casa não tá colaborando comigo.

- Caraca, você é podre de ri- Paro de falar assim que vejo uma mulher super elegante, provavelmente mãe de Vinnie, eles se parecem.

- Oi, querido! - Ela diz e abraça ele. - Você é a namorada dele?

- Não! - Falamos em uníssono, ela olhou assustada pra gente.

- Ela é... - Vinnie diz coçando a nuca.

- Amiga, nós somos amigos. - Completo sua frase e sinto que sua mãe desistiu de entender.

- Você é uma moça muito bonita. - Ela me abraça, não sei receber elogios só falo um "obrigada"

- Venham, crianças. - A mãe dele diz, crianças? eu e Vinnie seguimos ela até uma enorme mesa de jantar, nela tinham mais pessoas, creio eu que são a família dele.

- EI mano! - Um garoto diz e abraça Vinnie, logo depois ele também me dá um abraço, mas eu não sei como corresponder e fico igual um boneco de posto. - Oi, não sei quem você é, mas é muito bonita.

- Obrigada. - Respondo um pouco sem jeito.

- Qual foi Reggie, larga a garota. - Vinnie se aproxima e afasta ele de mim.

- Cassie, esse é meu irmão e Reggie essa é minha amiga. - Confesso que toda vez que ele me chama de amiga dá vontade de rir.

- É um grande prazer te conhecer. - Reggie diz, ele parece que vai me abraçar de novo, mas Vinnie é rápido e segura meu braço me levando pra longe dele.

- Seu irmão é um fofo. - Digo, ele só revira os olhos e me apresenta pra toda sua família, eles são incrívelmente amorosos. Vinnie tem uma família até que grande.

- Onde se conheceram? nunca ouvi falar de você antes. - O pai dele pergunta. Espero que Vinnie não fale que a gente se esbarrou no meio da rua e eu estava chorando.

- Hum, foi em um bar. - Ele diz enchendo a boca de comida.

- Fico grato pelo bar existir. - O irmão dele comenta sorrindo pra mim. Vinnie coloca uma mão na minha coxa apertando. Ciúmes? - Você deveria vir aqui mais vezes.

- Claro. - Respondo e de repente Vinnie larga os talheres no prato fazendo um barulho um pouco alto.

- Que isso filho? - Sua mãe pergunta estranhando seu comportamento.

- Escorregou. - É a única coisa que ele diz, eu sei que é mentira.

O irmão dele continua me paquerando descaradamente até que Vinnie interrompe. 

- Vou mostrar a casa pra ela, licença. - Ele diz com um sorriso forçado no rosto e mais uma vez me puxa pelo braço. As vezes eu pareço um chaveiro que ele carrega pra todo lado.

- Tava com ciúmes do seu irmão? - Pergunto assim que nós dois chegamos ao jardim da casa, é enorme e cheio de arbustos.

- Ele é muito... oferecido. - Diz ele sem olhar pra mim.

- Achei ele legal. - Dou de ombros. - Uau, vocês têm uma estátua? - Falo olhando para um anjo esculpido, acho essas coisas incríveis.

- Minha mãe gosta desse tipo de decoração, o gosto dela parece com o seu. Se conversarem mais tenho certeza que vão se dar bem. Quero te mostrar uma coisa. - Diz e começa a andar, vou logo atrás.

Ele me leva até um labirinto de arbustos e eu sorrio ao ver. - Que lugar lindo! me lembra Harry Potter. - Comento.

- Não preciso pensar muito pra chegar à conclusão que você assistiu por causa do  Cedrico. - Ele diz balançando a cabeça em negação.

Dou risada, ele está completamente certo. - Correto.

- Tem algum filme do Robert Pattinson que você não assistiu?

- Tem, os que ele não lançou ainda.

Ele abre a boca pra falar mais alguma coisa, mas surge alguém do nada e leva ele pro chão. Tudo acontece tão rápido que eu mal consigo entender, os dois estão se socando no chão.

- Eliot?! - Aquele idiota não tava blefando, que merda ele tá fazendo?

Vinnie está por cima desferindo socos no rosto dele, mas rapidamente eles trocam de posição e quem está sendo atacado é Vinnie. O ar fica difícil de sair, meu coração acelera. Não sei o que fazer, se eles continuarem assim a coisa vai ficar feia.

- Vinnie! - Chamo com a voz trêmula, sem perceber meus olhos já estão inundados de lágrimas, não quero que ele se machuque. Por Deus, ele está sendo esmurrado.

- ELIOT! PARA COM ISSO! - Grito e isso parece desestabilizar ele, pois Vinnie volta ao controle.

- Já tá bom, para com isso... para. - Me aproximo e tento puxar ele pra sair dali, Vinnie tem muita força e é maior que Eliot, vai acabar matando ele. Ele resiste, parece que a briga o deixa cego e surdo. - Para, p-por favor! - Suplico mais uma vez, minha voz mal sai.

O loiro finalmente me escuta e se afasta, Eliot está ensanguentado no chão, isso parece um filme de terror. - Desculpa... desculpa. - Vinnie diz com a respiração ofegante olhando pra mim, vejo Eliot levantando pelo canto do olho e entro na frente de Vinnie tentando impedir que a briga comece de novo, uma dor forte alcança meu rosto e caio pra trás com a visão escura.

Aquele filho da puta me deu um soco. Meu lábio inferior tá latejando e sinto o mundo ao meu redor girando.

OBSESSIVE - VINNIE HACKERWhere stories live. Discover now