OBSESSIVE - VINNIE HACKER

08

- Vou distrair ele e você sai pela porta dos fundos.

- E eu lá sei onde fica essa porta. - É a primeira vez que venho nesse restaurante, eu mal sabia onde o banheiro ficava.

Vinnie suspirou, provavelmente já irritei mais ele do que qualquer outra garota que ele tenha conhecido. - Entra na cozinha e sai pela porta que tem lá no fundo. - Ele diz antes de ir embora.

E agora? eu espero quanto tempo? conto até dez e decido que é hora de ir. Faço exatamente o que Vinnie mandou, ao passar pela cozinha os cozinheiros me olharam estranho, será que é proibido passar por aqui? bom, se for não tem mais volta.

Finalmente saio daquele restaurante e consigo respirar em paz. Esse pode ser considerado o pior encontro que eu já tive e olha que nem era pra ser um.

- Não vai me agradecer? - Escuto a voz dele atrás de mim, já me encontro nervosa mais uma vez.

- Me sinto um pouco mal de ter deixado ele lá. - Falo a verdade.

- Ele não se sentiu mal quando te enganou, mais de uma vez. - Ele diz. Me viro pra ele confusa, que eu me lembre só falei pra ele de uma traição, no caso a única que aconteceu.

- Como assim mais de uma vez?

- Trabalhar na universidade tem seus privilégios, acontecem várias coisas que você nunca vai ficar sabendo, mas acho que você merece saber disso. - Sua mão arruma meu cabelo, acho que ele gosta do meu cabelo. - Eliot é um crianção, Cassie. Não marece você, não caia nesse papinho dele de querer mudar ou qualquer outra merda que ele disser, porquê não é verdade.

Lágrimas são formadas no canto dos meus olhos. Nos últimos anos todo mundo têm me enganado, ainda não me acostumei com isso. E eu continuo perdoando eles igual uma idiota, sempre acredito que vão mudar porque me querem por perto, mas não é assim que funciona.

- Ei... pequena. - Vinnie me puxou pra um abraço e depositou um beijo no topo da minha cabeça. Se ele não tivesse feito isso eu tenho certeza que conseguiria segurar minhas lágrimas, mas ele fez e agora não consigo parar de chorar. Não quero nunca mais sair dos seus braços, é um lugar tão confortável. - vamos sair daqui, vem.

Ele me leva até seu carro que estava no estacionamento do restaurante e abre a porta pra mim, me sento e pra minha surpresa, Vinnie coloca o cinto em mim.

- Pra onde quer ir? - Perguntou ele assim que entrou no carro.

- Não sei, eu nunca sei. - Respondi com a voz embargada e sequei meu rosto.

- Tá. - Ele acelerou o carro, não falei nada o caminho todo, tô muito desanimada.

Vinnie parou o carro e abriu a porta pra mim. Olho estranho pra ele. - Me trouxe pra praia?

- Sim, tira seu sapato. - Mandou enquanto retirava o seu. Eu obedeci sem pestanejar e entreguei meus sapatos à ele.

Ele segurou minha mão, fomos caminhando até a beira da água. Estava anoitecendo quando saimos do restaurante e agora o céu já se encontra escuro.

- Obrigada, agora você não parece tão chato. - Murmurei.

- Chato? - Ele pergunta rindo. - O que seria de você se eu sumisse da sua vida por uma semana?

- Ue, eu já vivia antes de te conhecer, sabia?

- É e pelo o que eu vi sua vida não ia muito bem.

- Eu... - Não tenho argumentos, ele está certo. - Tanto faz. - Cruzo meus braços e chuto areia pra dentro da água.

- Você é irritante. - Ele diz revirando os olhos.