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Coloquei minha calça e meus sapatos de volta antes que o frio me matasse. Vinnie já estava completamente vestido quando olhei pra ele.

- Não quero voltar agora. - Falo suspirando. - Se eu voltar, vou ter que falar com a minha mãe... você sabe o que ela vai falar, né?

- Sei. - Ele vira pra mim. - Não precisamos  voltar agora, se é isso que você quer.

Um sorriso bobo se forma no rosto dele e suas mãos vão até meu cabelo tirando uma folha. - Seu cabelo tá cheio de mato. - Ele diz

- O seu também. - Falo ao notar a sujeira na sua cabeça.

- A culpa é sua, me fez transar no mato. - Sorrio ao escutar. - A senhorita tem algo contra camas?

Nós realmente nunca fizemos isso em uma cama, ele tem um ponto. Acho que não somos descentes o suficiente.

- Não posso evitar ser a garota mais interessante que você já conheceu.

- Tão convencida, quando foi que você ficou assim?

- Você que me deixou assim. - Algo vem na minha mente e decido falar. - Uma vez, na praia... você disse que não sabia se já tinha amado alguém de verdade. Você já ficou com muitas mulheres?

- Tem certeza que quer saber isso? - Ele me questiona sério. Provavelmente vou me arrepender amargamente de ter perguntado, mas a curiosidade vai sempre falar mais alto. Faço que sim com a cabeça. - Sim, eu confesso que era meio galinha até te conhecer. Mas relacionamento mesmo, só tive dois.

Isso é óbvio, um homem tão bonito como ele nunca ficaria sozinho.

- E você não amou elas?

- Não, por isso acabou. Eu não me orgulho disso. - Elas amavam ele e ele não, é mais recorrente do que se pensa. Não quero ser uma delas, espero não ser.

- Entendi. - Murmuro finalizando o assunto que estava me dando um nó no estômago. - Tô morrendo de fome.

- Estranho seria se você dissesse que não tá. Quer ir pra casa agora?

- Prefiro morrer. - Eu sei o que me aguarda lá, minha mãe vai falar poucas e boas pra mim. Prefiro fugir da realidade dos meus problemas enquanto posso.

- Não fala assim. - Ele levanta e eu faço o mesmo. - Vou arrumar um lugar pra gente comer.

- Meu Deus! eu sei de um. - Falo animada. - Tem um bar aqui perto, eu adorava ir lá quando morava aqui.

- Uma criança em um bar? - Ele me olha bravo.

- Eu não bebia, ok? eu ia lá porquê o dono era amigo da minha mãe e ele sempre me deixava brincar com a filha dele.

- Então vamos pra lá.

[...]

Assim que abro a porta do bar o sininho soa no ambiente, sinto que voltei no tempo e sou aquela criança boba mais uma vez. Sento com Vinnie no balcão e Fred, o dono do bar olha pra mim com um sorriso enorme no rosto.

- Cassandra? - Ele fala e Vinnie me olha surpreso.

- Oi, Fred! quanto tempo... - Coço a nuca um pouco envergonhada. - Cadê sua filha?

- A minha bebê se casou. - Ele sempre chamou ela assim, é fofo ver que mesmo quando ela não é mais criança o apelido continua. - Não mora mais aqui, vez ou outra ela vem me visitar. E você? nunca mais pisou aqui.

- Eu vim pro enterro do meu pai. - Engulo  seco.

- Fiquei sabendo, sinto muito. - Ele diz sem jeito e eu dou um sorriso forçado como resposta. - Vou pegar algo pra vocês comerem.

OBSESSIVE - VINNIE HACKERWhere stories live. Discover now