20

6.6K 448 107
                                    

Chego a boate de Vinnie no período da tarde. Mandei várias mensagens perguntando o que a gente vai fazer e minha única resposta foi a droga de um emoji de mãozinha.

- Kio! oi. - Falo assim que avisto ele no saguão, o moreno vem até mim e me abraça.

- Oi. - Diz sorrindo. - Bom saber que o Vinnie não te afastou.

Olho pra ele confusa. - Como assim?

- Ele costuma se afastar de todo mundo que conhece, sou o único que ele não fez isso, ou pelo menos era. - Ele dá de ombros. - Alguma coisa mudou.

- Por que ele faz isso? - Pergunto.

- Bom, aí é com ele, não posso falar sobre o que ele sente. Aliás, ele tá lá em cima te esperando. - Um sorriso bobo se forma no rosto dele.

Balanço a cabeça em confirmação. - Obrigada, espero te ver mais vezes. - Me despeço. - Eu vi esse seu sorrisinho, não pense besteira. - Falo e vou até os elevadores subindo para a sua "humilde" casa. Acho que nunca vou deixar de ficar impressionada quando ver esse lugar.

Sem sinal de vista dele por aqui, nem pra ser mais receptivo e me esperar na porta. Vejo o piano na sala e vou até ele, aperto algumas teclas com um sorriso no rosto. Fiz aulas de piano quando era mais nova, mas só depois de insistir muito pra minha mãe. Eu era uma criança louca para descobrir o mundo, sempre que via um filme queria ser como a personagem principal. Se ela fosse dançarina eu acabava querendo aprender a dançar, se fosse pintora eu queria virar artista. No fim das contas aprendi muitas coisas e minha mãe foi a responsável por isso.

Vinnie aparece sem camisa cessando meus pensamentos. - Você não tem roupa não? - Pergunto tentando não olhar pra ele da cabeça aos pés.

- Tenho, mas eu tô em casa. - Fala como se fosse a coisa mais óbvia do mundo e talvez seja.

- E então, o que a gente vai fazer? bater palmas? - Questiono me referindo ao emoji que ele me mandou. - Você ataca minha ansiedade.

- Não era minha intenção, não sou bom com redes sociais, mas o que vamos fazer até que tem a ver com bater palmas. - Deus, me perdoe por pensar no que eu pensei.

- E então? - Questiono tentando me livrar da minha mente pecaminosa.

- Vem, vou mostrar. - Diz e sai andando, vou logo atrás. Nada mais me surpreende vindo dele... eu acho.

Entramos em uma das salas do seu enorme apartamento, nela tem alguns equipamentos de academia e box. Ok, não faço ideia do que ele quer. Olho estranho pro loiro. - Vai me ensinar agachamento?

Ele ri balançando a cabeça. - Não, vou te ensinar a se defender. - Vinnie fica na minha frente me encarando.

- Por que preciso disso? - Franzo o rosto.

- Nunca se sabe quando aquele... panaca vai surtar de novo. - Parece que ele se segurou pra não falar uma palavra muito pesada.

- Acha mesmo necessário? - Encaro sua tatuagem de aranha no peito, ela é linda e sabe como chamar atenção.

- Não vou conseguir ficar sempre com você, em algum momento você vai ficar sozinha e ele pode aparecer. Não vou estar lá pra te proteger, Cass. - Lembro do que Kio falou quando estávamos lá em baixo e um nó se forma na minha garganta. Ele está me dando um sinal?

- Não quer estar? - Murmurro.

- Claro que quero. - Ele toca meu queixo levantando meu rosto, me fazendo olha-lo. - Mas também quero que saiba se defender sem depender de ninguém.

Sorrio ladino. Ele parece se importar comigo, apesar de me deixar confusa na maior parte do tempo. - Tudo bem, você tá certo. Por onde a gente começa?

OBSESSIVE - VINNIE HACKERWhere stories live. Discover now